Jean Luc Mélenchon déterminé à "tourner la page... por LCP
João Duque, já reabilitado depois das suas posições sobre a censura a bem da nação, estava há uns minutos atrás a comentar na SIC-N as eleições francesas com Rui Tavares. Entre outros dislates, diz Duque que a vencer Hollande será uma pena porque desta forma as políticas de austeridade de Merkozy não serão levadas até ao fim e assim nunca saberemos se resultam ou não, sendo sempre possível dizer que não resultaram porque não foram levadas até ao tal fim. É típico das distopias tentarem furtar-se sempre ao confronto com as ruínas que engendram. De resto, acho que Duque tem razões para se preocupar. Ainda nos arriscamos a experimentar um pouco mais a sua receita e a ver ainda mais claramente os seus resultados, obrigando a exercícios cada vez mais tortuosos de fuga à realidade. Em primeiro lugar, a vitória de Hollande não é certa. Em segundo lugar, Hollande terá de ter pressão à sua esquerda para mudar. Apesar de ter tido o melhor resultado da esquerda à esquerda em várias décadas, Mélenchon ficou aquém do esperado e sobretudo muito atrás de uma Le Pen tão imparável quanto protofascista. Fez um bom discurso, apoiando Hollande sem hesitações. O desafio para a esquerda é reconquistar o eleitorado jovem e operário que vota Le Pen, colocando a famosa questão social, que é sempre laboral, no centro das preocupações e dando à soberania um conteúdo democrático e cosmopolita que tem de ser o seu. Em terceiro lugar, mesmo querendo, romper com esta ordem monetária e financeira não será fácil, porque a Zona Euro está feita para impedir políticas social-democratas.
3 comentários:
VENÇA quem vença vai ser mauzote prós francius
expansão sem objectivos
ou austeridade sem fins
Não havendo nada a fazer,porque tudo está bloqueado,o melhor é deixar a direita terminar o fogo que ateou ,tb.a cada um de nós...
Mélenchon obteve um excelente resultado e não teve dúvidas em apontar aos seus apoiantes a necessidade de apoiar Hollande. Mas, tanto quanto se foi sabendo, existirão acordos de base governamental que se efectivarão após a eleição de Hollande e as legislativas que se seguirão. Essa é a pressão à esquerda que interessa. Condicionar a política de governo influenciando-a no mais importante e, através dela, alterar a relação de forças na Europa, pondo fim ao eixo austeritario Franco-Alemão. Hollande referiu-se à necessidade de efectuar mudanças concretas, incluindo em áreas relativas à governação europeia, mas, admitindo que terá que engolir algumas das suas promessas, importa saber quais serão aquelas de que não abdicará. Melanchon e a esquerda mais à esquerda podem ajudar a resolver bem esta equação. Uma mudança nas políticas públicas levará os trabalhadores e os imigrantes que apoiam a FN a acertar as agulhas e a direita centrista pós sarkozy fará o resto.
Não há nada que uma boa política não possa resolver.
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