Pelo menos o eurodeputado Vital Moreira tem a virtude de dizer ao que vem, de assumir a agenda ordoliberal alemã e suas declinações periféricas: “Penso que, embora com hesitações e atrasos, a União respondeu bem à crise e, no caso de Portugal, penso que estamos no bom caminho (…) Independentemente do juízo que eu faça sobre as políticas em concreto deste governo, as coisas não lhe estão a sair mal.” Quantos milhares de empregos destruídos pela austeridade serão necessários para fazer Vital mudar de posição? A questão nem se põe.
Trata-se de aceitar um euro que faz lembrar o padrão-ouro, até a The Economist o reconhece, um arranjo monetário incompatível com o Estado social e com uma política económica de pleno emprego e apenas compatível com uma democracia cada vez mais limitada, em linha com uma ordem de mercado idealizada, o tal ordoliberalismo. Se depender desta gente, a direita ganha sempre, mesmo depois do fim de tal experiência monetária. O espaço da social-democracia continua vazio.
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1 comentário:
Também prefiro a clareza ideológica do adversário, neste caso do Europeu (e um Doutor de Coimbra, meu Deus!) à mistificação do projecto de resolução que o PS propõe, que não é mais que um Apêndice de coisa nenhuma. Um apêndice que é para embrulhar e deitar fora, uma escusada perda de tempo para Barroso, Merkel, Draghi e toda a clique que está refém do capital financeiro. Ó santa ingenuidade, não consegues mesmo definir o inimigo!
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