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Serge Halimi
Para conhecer o risco social, o primeiro-ministro só teria de olhar para as medidas que aprova, unívocas e de consequências previsíveis. O território onde são visíveis as suas marcas, porque sempre poupam a riqueza e penalizam os mais frágeis, não é, antes de mais, o dos distritos mas o das classes sociais. Evitar o risco social, não fosse ele tão lucrativo para os neoliberais, seria centrar as políticas de segurança, não na administração interna, mas no direito ao pleno emprego, à saúde, à educação e à segurança social. Seria deixar de impor uma austeridade recessiva a uma sociedade já muito desigual, de baixos salários e protecções sociais.
Sandra Monteiro
O sumário do número de Abril pode ser lido aqui. Do que eu já li, recomendo vivamente o artigo da psiquiatra Manuela Silva - O impacto da crise económica na saúde mental -, que sistematiza algum do mais relevante conhecimento disponível sobre os determinantes sociais da saúde mental, e o do jornalista britânico Owen Jones - Em Portugal, a universidade do consenso- sobre um dos centros produtores do neoliberalismo nacional. Depois de ler o primeiro artigo, muitas das notícias que vamos lendo por aí sobre depressões e suicídios ficam melhor enquadradas. Depois de ler o segundo, confirmamos que os proponentes das utopias liberais reconhecem que estas requerem democracias tuteladas para sair do papel, na melhor das hipóteses, digo eu. Os danos no corpo e na mente de tantos cidadãos são colaterais...
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