terça-feira, 14 de outubro de 2008

Titanic no prós sem contras

O prós e contras de ontem só teve prós. Quatro banqueiros, nenhum contraditório, grande satisfação com o aval do Estado. “Estamos no mesmo barco” repetiu um deles pelo menos três vezes. Sem dúvida. Sei bem que somos reféns no barco deles e também sei que nesse barco os salva-vidas não chegam para todos. Digam-nos por favor: qual a contrapartida exigida aos bancos pelo aval público?

11 comentários:

F. Penim Redondo disse...

Eu bem dizia que deste Estado não faz sentido esperar alternativa a esta economia.

antónio m p disse...

Muito feliz a metáfora! Para um "ladrão de" metáforas, como eu, imagine o que lhe vai acontecer...!
(Esteja descansado que vou dar uns dias antes de me aproveitar das suas palavras, hehe).

Anónimo disse...

Uma duvida que lanço para debate:

- E se os bancos amanhã abrirem falência e ficarem com "clean sheet", quem seria mais afectado?

(Esta pergunta pressupõe a não compra de activos e passivos por parte de outras entidades)

Nuno Santos Silva disse...

A Euribor a 6 meses desce 6,9 pontos base para 5,298%. Não é suficiente, é muito pouco. Há um ano, estava em 4,653%. compreende-se: a banca gosta de cortes radicais quando paga, mas quando cobra, parece a Galp...
A intervenção dos Estados e do Banco Central Europeu não pode ficar pela atribuição de botes salva-vidas apenas aos banqueiros: urge alterar administrativamente a indexação das taxa de crédito à habitação e substituir a Euribor pela taxa de referência do Banco Central Europeu.
Liquidez para a economia real: precisa-se!

Anónimo disse...

estranho o facto de, desta vez não terem sido convidados os contras.. dai a razão de achar que o programa ontem devia ter-se chamado apenas os "pros da fatima C. Ferreira" e dos seus "amigos" dos paninhos quentes

Antonio

Planetas - Bruno disse...

Que mecanismos existem para garantir que a redução do preço do dinheiro para a Banca se vai reflectir no consumidor final?
Continuará a Banca a premiar com avultados prémios, indemnizações e salários os seus administradores?
O que sucederá com a distribuição de dividendos na Banca?
Quem medidas serão tomadas contra os eventuais responsáveis pela gestão danosa de uma instituição que tenha de se servir do referido fundo para garantir os depósitos e evitar a falência?
Ora Bolas!!

Anónimo disse...

Julgo que deviamos este ano de olhar com atenção para o OE2009...

Anónimo disse...

Os quadrilha dos irmãos Metralha(o Governo e seus compinchas ) a dar dinheiro aos bancos (saiu-lhes o El Gordo, aqui em todo o mundo capitalista) e eles ainda têm os desplante de dizer que estamos todos no mesmo barco.!!
Há pois estamos, só que eles roubaram todas as boias e os salva-vidas e a arraia miúda é que se vai afundar.!
Mas eles têm de se por a pau porque ás vezes pode aparecer alguém que se farte e lhes trate da saúde.

Nuno disse...

Deixo uma pergunta: Se no caso de falência o estado vem sp ao auxilio dos bancos e das seguradoras, dada a sua importância para a economia, qual é exactamente a razão para haver bancos privados?

Anónimo disse...

"Se no caso de falência o estado vem sp ao auxilio dos bancos e das seguradoras, dada a sua importância para a economia, qual é exactamente a razão para haver bancos privados?"

0 (zero, niente, nula)

F. Penim Redondo disse...

nuno,

talvez seja bom não esquecer que os recursos financeiros do Estado foram obtidos através de impostos sobre as empresas e sobre as pessoas que, por sua vez, recebem os seus rendimentos das empresas.

Na nossa sociedade sem empresas não há impostos e, portanto, o Estado não tem com que exercer a sua função. A chantagem das empresas é essa.

Talvez seja possível funcionar de outra maneira mas ninguém apresentou ainda um projecto que fosse capaz de ganhar apoio generalizado.