quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Para quem quiser empurrar...

Hoje, 2 de Outubro, às 19h30
Junto à saída do Metro Baixa/Chiado em frente à pastelaria A Brasileira.
Flash Mob pela igualdade no acesso ao casamento civil

Leva uma folha em branco e uma caneta. Às 19h30 em pnto, escreve na folha “Acesso ao Casamento Civil”, e de seguida ergue a folha para que todas e todos a possam ler. Ao fim de um minuto, deves dispersar, como se nada tivesse acontecido.

20 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Igualdade? Qual a desigualdade de acesso que denunciam? Esclareçam-me lá...

Anónimo disse...

Caro Filipe, podia bem ser a desigualdade de acesso à internet entre sua excelência e o Manel da Ti'Chica da mercearia. Ambos coçariam o bigode com uma mão e o testículo esquerdo com a outra. Mas ele só faz perguntas dessas na taberna mesmo ao lado da mercearia da mãe.
Posto isto, o que me interessava mesmo comentar antes de ver aquelas perguntas, era a marcação dessa acção de luta, com a qual sou solidário mas que confesso não me preocupar muito, para perto da hora de jogo do Benfica. Não sei quem o fez, mas é alguma falta de tacto..hoje no metro (e não passei pela brasileira mas andei na linha azul) vi uma pessoa a escrever o cartaz e algumas 200 com o cachecol da grandiosa agremiação.
3 de Outubro seria um dia pior?
Foi só uma ideia, sempre me pareceu as batalhas se devem tentar travar em momentos favoráveis e neste caso não se vislumbra qualquer condicionante..a não ser que ontem fosse o dia mundial de algo.

Pedro Sá disse...

Todos uma cambada de conservadores.

Abolição do estado civil JÁ !

Anónimo disse...

Felipe:

"Qual a desigualdade de acesso que denunciam?"

Não podem contrair um contrato.

Mas não entendo para um liberal qual é a dificuldade de permitir que alguém faça um contrato só porque são do mesmo sexo?

Filipe Melo Sousa disse...

Trata-se aqui da liberdade de contrair um determinado contrato com alguém do sexo oposto. Toda a gente é igualmente livre de o contrair...

Anónimo disse...

"Toda a gente é igualmente livre de o contrair..."

... excepto se quiserem adoptar crianças, nesse caso estão impedidos de contrair uniões de facto e se quiserem aceder a outros direitos, só almejáveis através do contrato tipificado, estão impedidos de ser homossexuais.

Filipe Melo Sousa disse...

O que se defende aqui não é então a igualdade, mas sim a incorporação de um determinado grupo da moda no bolo das regalias, para prejuízo da malta solteira.

Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte...

Anónimo disse...

"O que se defende aqui não é então a igualdade, mas sim a incorporação de um determinado grupo da moda no bolo das regalias, para prejuízo da malta solteira."

Exacto. O grupo que fica de fora do bolo das regalias devem ser talvez os poligâmicos (???)
Eu posso escolher a igualdade de tratamento dando um bolo a todos, ou não dando a ninguém.
Se o filipe entender que as regalias que emergem do casamento civil são amenidades despiciendas sem valor social, pode defender a sua abolição. O que não faria sentido era defender isso sem alterar as limitações à liberdade contratual que referi (adopção). A questão mantém-se...

Filipe Melo Sousa disse...

Não faz sentido nenhum. Existem mais crianças para adoptar que casais interessados. Não vejo porque privar uma criança de um casal heterosexual com a essencial presença feminina em detrimento de um casal que lhe será um estigma social e motivo para chacota na escola.

Quanto ao casamento em si, que é um bolo de privilégios estatais, obviamente defendo a sua simples abolição, pelo que a questão do casamento gay não se coloca. O casamento é uma cerimonia privada onde o estado não tem lugar.

Anónimo disse...

"Existem mais crianças para adoptar que casais interessados."

Se sobram crianças para adoptar (que é mentira), mais uma razão para permitir a adopção por casais homossexuais.

"Não vejo porque privar uma criança de um casal heterosexual com a essencial presença feminina em detrimento de um casal que lhe será um estigma social e motivo para chacota na escola."

Essa resposta nada tem a ver com a pergunta. A primeira pergunta é se eles podem ou não candidatar-se à adopção. Os critérios com que depois se lista a preferência dos casais é outra questão.
Em relação a esta segunda questão, não creio que a orientação sexual seja o único dos critérios. Nem acredito que, per se, a homossexualidade deva ser preterida por estigma social. Isso é o caminho inverso do legislador, não faz qualquer sentido construir leis com base em estigmas, o que faz sentido é combater os estigmas em primeiro lugar. Imagine que vivia numa sociedade em que as loiras eram socialmente estigmatizadas. Acha que faria sentido excluí-las da adopção?
Um casal homossexual pode satisfazer melhor os interesses da criança do que um casal heterossexual. Basta imaginar um casal heterossexual, toxicodependente com antecedentes criminais, baixo rendimento familiar, etc.. e compará-lo com um outro casal homossexual sem as características do primeiro. Quem é que iria preterir?

Quanto à abolição do casamento civil. Não tenho opinião sobre o assunto. Apenas defendo que, com ele ou sem ele (isto é com bolo ou sem bolo), os direitos devem ser iguais para todos!

Cumprimentos

Filipe Melo Sousa disse...

É bem patente aqui a hipocrisia tão característica da esquerda. Apenas se defende a igualdade quando se está fora do bolo. Nunca se fala em acabar com o bolo...

Anónimo disse...

"Apenas se defende a igualdade quando se está fora do bolo."

Eu sou de esquerda e estou dentro do bolo, desta forma não estou a defender os meus direitos mas os de outras pessoas.

"Nunca se fala em acabar com o bolo..."

Isso é um debate que terá que fazer com quem defende as regalias dadas pelo(s) Estado(s) a esta instituição.

Filipe Melo Sousa disse...

debate que terá que fazer com quem defende as regalias

Se não defendesse as regalias, a questão do acesso as mesmas não se colocaria. Lá está a hipocrisia...

Anónimo disse...

"Se não defendesse as regalias, a questão do acesso as mesmas não se colocaria."

Com ou sem casamento civil patrocinado pelo Estado, o acesso à adopção não deve ser barrado a casais com orientação sexual diferente da maioria. Neste caso, para os casais homossexuais que contratualizam uma união de facto há uma discriminação negativa feita pelo Estado ao impedir que estes adoptem, tal como existe uma discriminação positivam dada aos que se casam e que não é dada aos que vivem amancebados ou em união de facto.
Se quiser ser coerente na sua linha de raciocínio, é de supor que defenda a abolição destas duas discriminações (a positiva e a negativa) promovidas pelo Estado.

Cumprimentos

Filipe Melo Sousa disse...

Lá está de novo a hipocrisia. Quando se fala de aceder a um bolo de privilégios, nunca se pode falar em igualdade. Você apenas gosta de brincar ao concedê-los.

PS: a adopção não é nenhum direito. Trata-se simplesmente de fazer uma escolha no melhor interesse de uma criança.

Anónimo disse...

Não, não! Você, Filipe é que é hipócrita!
Para quem gosta tanto do "mercado livre" e da liberdade individual é no mínimo ridículo que não seja a favor do casamento homossexual.
A desculpa dos privilégios individuais para cada um dos consortes não pega, a maior parte dos homossexuais deseja casar-se pelo significado simbólico e pelos direitos e deveres dentro do matrimónio (isto é, entre as duas pessoas que o contraem).
Mais, ao contrário da poligâmia (que muitos atrasados mentais de referem como pseudo-contra-argumento), o casamento entre pessoas do mesmo sexo não levanta quaisquer problemas jurídicos ou afecta a normal organização da sociedade. Pelo contrário, colmata uma falha na legislação portuguesa que contraria o princípio de igualdade e não discriminação de pessoas com base na orientação sexual.
Confesso que ainda não entendi o argumento dos supostos privilégios do casamento. Se calhar o Filipe conhece pessoas que casam pelo facto de terem escassos benefícios fiscais, eu cá nunca conheci nenhuma... Bem, há pessoas que se casam por dinheiro, mas geralmente é o do cônjuge e não o do Estado.
Quanto ao assunto da adopção de crianças, não me parece que um liberal com manias de que é anarquista (assim ao estilo do Pedro Arroja) tenha legitimidade para defender que coisa alguma seja feita em nome dos melhores interesses de alguém. Em conformidade com a sua ideologia, a adopção deveria obedecer tão somente às leis de mercado e o ideal seria que as crianças pudessem ser compradas a um preço determinado pela oferta e a procura, sem quaisquer outros direitos, tal como o senhor defende para os trabalhadores assalariados. Uma vez que possuir capital é sinónimo de inteligentes e adaptação à sociedade, quem tem mais capital deve ter mais direito a adoptar crianças, seja homossexual ou não?

Mas a verdade é que, à semelhança de todos os neoliberais e anarcocapitalistas, a liberdade real das outras pessoas não tem qualquer relevância para si. A única coisa que lhe interessa é ter liberdade para ganhar mais e para manter o seu modo de vida e valores. Para os valores e modos de vida das outras pessoas está-se o senhor a cagar.
De uma forma muito retorcida isto até poderia ser considerada uma forma de liberdade egoísta (eu só quero o meu bem-estar, os outros que se preocupem com o deles), mas a verdade é que, como se vê, o Filipe e companhia querem é que o Estado imponha os vossos valores egoístas aos outros.

Filipe Melo Sousa disse...

Cada vez se demonstra de forma mais magnânime e clara que a esquerda apenas consegue reflectir em termos de privilégios e a quem os conceder. Retirar o terceiro elemento (estado) de uma união a dois é demasiado para estas cabecinhas. De forma hipócrita, como a esquerda nos habitua, o estado tem de ser intromisso e regulamentar fiscal e administrativamente uma união pessoal.

Anónimo disse...

Ok Filipe,

Julgo que compreendi que é contra o casamento e não o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ou seja para si será indiferente se o casamento é aprovado ou não.

Quanto à adopção também leio que não é contra pois se for do melhor interesse das crianças não existe nenhum problema.

Julgo que já apanhei a sua posição, mas poder-me-á corrigir se estiver errado...

Filipe Melo Sousa disse...

Sim, sou contra o casamento como contrato estatal, devido a este ser um bolo de privilégios. Um casamento privado pode ser celebrado em casa, em qualquer igreja, sinagoga ou templo budista, nunca por um funcionário do estado. O estado deve ser alheio ao estado civil de uma pessoa, coisa que a meu ver nem deveria estar no BI.

Anónimo disse...

"O estado deve ser alheio ao estado civil de uma pessoa, coisa que a meu ver nem deveria estar no BI."

Ok, assim passo a entender melhor a tua posição.