Joseph Stiglitz, o Nobel da Economia que virou esquerdista, escreveu há dias: "Não se iludam: estamos a assistir à maior crise desde a Grande Depressão. (…) Nenhuma economia moderna pode funcionar sem que o governo desempenhe um papel importante. Mesmo os pregadores do mercado livre estão agora a virar-se para o governo. Mas não teria sido preferível ter intervindo para prevenir este desmoronamento?” (Figura via http://dealmada.blogspot.com/)
Martin Wolf, analista insuspeito de esquerdismo, defende no Financial Times: “Trata-se de uma situação keynesiana que exige políticas keynesianas. Os défices vão atingir níveis antes considerados inimagináveis. Pois que seja.” [o destaque é meu]
Em Portugal, o Governo segue por outro caminho: aos que "acham pouco", Sócrates responde que o Estado "vai até onde é possível, mas não entra em aventuras", sem acompanhar "quem perfilha teses" de exceder o défice". Vital Moreira apoia: "Sócrates não pode desperdiçar o crédito de competência e rigor financeiro que com tanta autoridade e determinação construiu durante a legislatura" (Público, 14-10-08).
Martin Wolf, analista insuspeito de esquerdismo, defende no Financial Times: “Trata-se de uma situação keynesiana que exige políticas keynesianas. Os défices vão atingir níveis antes considerados inimagináveis. Pois que seja.” [o destaque é meu]
Em Portugal, o Governo segue por outro caminho: aos que "acham pouco", Sócrates responde que o Estado "vai até onde é possível, mas não entra em aventuras", sem acompanhar "quem perfilha teses" de exceder o défice". Vital Moreira apoia: "Sócrates não pode desperdiçar o crédito de competência e rigor financeiro que com tanta autoridade e determinação construiu durante a legislatura" (Público, 14-10-08).
A estratégia do Governo é sucida, também para o País. Talvez esteja à espera da decisão da França de romper com o PEC, logo seguida de outros países fundadores da Comunidade Europeia, para depois vir dar o dito por não dito e dizer que o nosso (inevitável, diga-se) incumprimento do PEC até é boa política contracíclica. Uma vergonha!
Mas, com um staff de economistas, um Ministro das Finanças e um Governador do Banco de Portugal formatados na ortodoxia, seria de esperar outra coisa do Primeiro-Ministro?
Alternativa de esquerda, precisa-se. Urgente. Já para as Europeias de 2009!
6 comentários:
Aos nomes de indiscutivel valor referidos neste Post, podemos acrescentar, de forma um pouco surpriendente, o Senhor Alan Greenspan
Veio hoje admitir que errou ao rejeitar uma maior regulação "nos seus mercados"
"aqui"
Antonio
surpreendente
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=a_IH5AnCyOm4&refer=home
António
porém, nem apenas é necessária uma esquerda económica - a esquerda deve ser na completude das frontes
http://aconjuradosnescios.blogspot.com/2008/10/contra-simples-esquerda-econmica.html
Claro, e depois acabamos todos endividadíssimos.
Apesar de admitir que, em circunstâncias excepcionais como estas, os défices devam aumentar (e não me escandaliza que atinjam pontualmente uns 10% do PIB), parece-me que as últimas propostas de Martin Wolf acentuariam a "privatização dos lucros e socialização dos prejuízos", mais do que construir uma alternativa "decente" para o futuro.
Muito cuidado com o que se quer quando se pede mais défice...
“Em Portugal, o governo segue outro caminho…”
O governo “socialista moderno” foi apanhado em contra-ciclo. Em plena aplicação de algumas das suas políticas neoliberais, até visível em tiques de um pretenso darwinismo social – im Zeitgeist, eis que o sistema se desmorona. Alan Greenspan, um dos seus rostos, já veio a terreiro reconhecer o erro de ter confiado cegamente na auto-regulação do mercado. A máscara da hipocrisia teve mesmo que cair!
Enquanto toda a sociedade aguarda com expectativa o papel que o Estado pode ter, outros mais cépticos desconfiam do mesmo. E com razão, enquanto se mantiver a falta de transparência e a corrupção.
Será que os socialistas (ou liberais tardios?) ignoram o que se está a passar no mundo, continuando a tecer loas à Terceira Via?
Transparência e Reforma…já ouví isto em qualquer lado.
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