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Gordon Brown parece estar à altura da situação: o
plano de salvamento bancário também impõe o fardo do ajustamento sobre os accionistas. Uma exigente política de dividendos. Acabou-se, pelo menos temporariamente, o rentismo activo nos bancos intervencionados. O governo estava em condições de ditar os termos da operação e parece tê-lo feito: presença do Tesouro na direcção, restrições às remunerações dos gestores de topo, exigência da continuidade do crédito. Envolvimento directo no sector bancário. Assim se traça a linha entre um Estado predatório e um Estado que defende o interesse público. Sobre esta diferença vale a pena ler
Pedro Sales. A Grã-Bretanha mostra o caminho. Quem diria? Até há pouco tempo, Brown vendia ao resto da Europa as virtudes da «regulação ligeira da City» e bloqueava acordos para impor regulações mais exigentes nesta área. Chamaram-lhe terceira via. Tudo pode mudar de repente. Sem conspirações colectivistas. Apenas o esforço para evitar o cataclismo gerado pelas utopias liberais: «a rapidez com que a organização da economia está a mudar...» (
Helena Garrido). O futuro está sempre aberto no campo económico.
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