Primeira nota. As finanças públicas não estão sujeitas aos mesmos constrangimentos que impendem sobre as finanças privadas. Também não devem estar subordinadas à mesma lógica. Numa economia monetária de produção, no capitalismo, as receitas de uns são as despesas dos outros. Se o Estado tem mais receitas que despesas, o resto da economia (nós) terá, obrigatoriamente, mais despesas que receitas.
Numa situação como a que vivemos, num contexto de taxas de juro, injustificadamente, a subir, é um erro clamoroso impor défices a um setor privado cujo endividamento é tão significativo que se notabiliza à escala mundial.
6 comentários:
Se o Paulo Coimbra estaria a fazer o mesmo que Fernando Medina no que diz respeito ás despesas e ás receitas estaria a ser o bom aluno europeu, portanto, esteja a direita ou a esquerda no poder a política é sempre a mesma, viva a democracia.
Varoufakis cometeu erros, mas foi o único a ter um plano para confrontar o poder absoluto que está instalado, a esquerda devia ter vergonha disto e uma vergonha ainda maior de apontar Varoufakis. A esquerda está uma lástima, com uma intelectualidade ligada à academia que é incapaz de ter um discurso consequente e capacitado.
Varoufakis, como se viu, não tinha plano algum. Esse é o problema que estou a apontar. Tem de haver um plano. Consequente, conhecido e apoiado pelo povo.
O povo pouco conhece de planos consequentes.
Há 50 anos quase só conhece planos para ganhar eleições e treteiros a comprarem votos.
Sim, e se houver uma crise financeira internacional, junta-se à oposição de direita para derrubar o governo e chamar a troika, como no passado fizeram. Este conservadorismo nas finanças públicas também é culpa da oposição à esquerda. A história está na memória.
A questão não é estar indisponível para confrontar o paradigma ordoliberal da EU, é estar disposto a cumpri-lo, sacrificando o seu povo.
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