Eis um pouco da minha história.
Apaixonei-me pela língua portuguesa quando ainda era estudante na Universidade Estatal de Moscovo M. V. Lomonossov. Na altura, a língua portuguesa era uma novidade no âmbito do ensino superior russo. Eu fiz parte das primeiras gerações que se dedicaram à aprendizagem desta língua. Foi nessa altura que percebi que a língua e cultura portuguesas fariam, para sempre, parte da minha vida. Mais tarde, tive a oportunidade de ensinar Russo em Portugal através da Associação Portugal-URSS.
Lembro-me perfeitamente do genuíno interesse pela nossa língua e da infinita hospitalidade do povo português.
Em 1988, tive o privilégio de começar a dar aulas na Universidade de Coimbra, numa altura em que a língua e a cultura russas tinham uma vasta popularidade em Portugal. Adquiri a nacionalidade portuguesa em 2002.
Os estudantes do Professor Pliassov já falaram e os professores da sua Faculdade de Letras também. Para lá da sua reprovável dimensão científica e ético-política, eminentes juristas já vieram dizer que esta decisão do Senhor Reitor é de legalidade duvidosa.
O Senhor Reitor, Professor Doutor Amílcar Falcão, ainda vai a tempo de sair da trincheira que cavou, revertendo a decisão e pedindo desculpas ao colega visado, à comunidade da Universidade de Coimbra e ao país.
Um destacado Professor, com um p mesmo muito grande, impedido de ensinar pelo fascismo, chamado Bento de Jesus Caraça, bem que dizia: «Se não receio o erro, é só porque estou sempre pronto a corrigi-lo».
De que tem então receio, Senhor Reitor?
2 comentários:
Que miséria de reitor, e logo de Coimbra!
Que pena que seja a universidade a tomar tais atitudes. Uni de Coimbra. Vergonha.
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