“Emprego prepara-se para sofrer os danos colaterais da luta contra a inflação”: este título do Público pode induzir em erro. De facto, aumentar o desemprego para disciplinar quem trabalha é o objetivo do BCE, que revela a sua natureza de classe de sempre, como fica claro no seu fórum em Sintra.
Desculpem a crueza, mas as coisas são como são feitas. E o euro foi feito para isto, da proibição do financiamento directo dos Estados pelo Banco Central à grosseria ineficiente e injusta de tentar estabilizar preços através da recessão.
Apesar dos seus estudos, que indicam a responsabilidade dos lucros na alimentação do processo inflacionário, o BCE está sempre preocupado com a possibilidade de os trabalhadores conseguirem manter o peso dos seus rendimentos no rendimento nacional. Tal exige um crescimento dos salários reais alinhado com o crescimento da produtividade, o que não tem de todo acontecido.
A “independência” do Banco Central é a independência em relação aos interesses da maioria e a dependência em relação aos interesses de uma minoria endinheirada.
O nevoeiro dissipou-se em Sintra.
3 comentários:
As coisas quando não servem à sociedade do progresso são para ser terminadas. Os que querem manter esta fraude são obviamente desonestos.
O processo de integração dos países nesta união monetária está cheio de inconstitucionalidades, a chantagem tem sido a forma de manter o colete de forças apertado, talvez esteja na altura de o desapertar.
Temos de voltar aos primórdios e explicar ás pessoas que viver sem democracia ou sem liberdade não é alternativa, e explicar também que se não perceberem a bem o que lhes está a ser passado vão percebê-lo da pior das formas vejam o ideário fascista que subjaz ás conversas publica de altos representantes ou da subida da extrema direita um pouco por todo o lado.
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