quinta-feira, 17 de maio de 2007

A miséria das praxes


Via bitoque, leiam o sensato comunicado do MATA (Movimento Anti-Tradição Académica) sobre o que se passou em Coimbra e sobre a reacção do «Conselho de Veteranos», um bando de energúmenos. A violência simbólica das praxes tende a converter-se em violência fisica. É altura do ministério proibir estes rituais vergonhosos.

6 comentários:

Insano disse...

Crimes não são praxes....
De sensato o comunicado tem muito pouco quando a meio se refere à figura do Dux, como Duce... palavras para quê...

Abraço,

L. Rodrigues disse...

Já lá vai muito tempo, estive em Coimbra onde tanto quanto pude me integrei na tradição e cultura académica. Isso também me levou a passar por estas coisas da praxe.

Fico com um nó no estômago quando ouço falar de violências e violações ligadas a isto. Para mim a praxe sempre teve mais que ver com camaradagem, tradição e espírito de grupo. Era um todo onde se incluia a musica que iniciou José Afonso e Adriano e Luiz Goes. que era o que realmente me motivava.

Hoje estou longe, não sei o que vai na cabela destes miúdos. Apenas se percebe uma prepotência diferida "Fizeram-me a mim, agora faço-te a ti".

Na altura alguns sabiam que a praxe na sua vertente "repressiva"começou há uns 200 anos, quando terminou a policia académica (Verdeais) e os alunos dos anos mais avançados velavam para que os caloiros não se deslumbrassem longe do poder paterno e ficassem em casa a estudar. Havia um contexto, uma História e um propósito.

Mas quem quer saber destas coisas, hoje?

A. Cabral disse...

Sensato - "que tem bom senso; prudente". Quando a alarvidade invade as Universidades e reclama-lhe a historia porque se cobre de trapo preto, o trapo dos fascistas, o sensato e' chamar-lhe todos os nomes. E' o silencio e a desculpa que permite este ritual atropelo de liberdade e dignidade.

L. Rodrigues disse...

A, Cabral.
O "trapo dos fascistas" era o que envolvia Zeca e Adriano, e foi no passado também um simbolo de contra poder, e cantado em mais do que uma balada.

Que hoje não signifique nada, admito.

P. Lumumba disse...

O caso é mais sério do que uma regulacao da Universidade. Afecta a sociedade. Como se le no comunicado, nem fora da Universidade as vitimas encontram condicoes para levar à justica os pinguins de capa preta.

P. Lumumba disse...

E quanto ao Zeca e ao Adriano terem usado as capas pretas, acredito que hoje seriam os primeiros a atirá-las ao chao e a queimá-las. O que estes animais andam a fazer na Universidade nada tem a ver com uma "Terra de fraternidade".