segunda-feira, 14 de maio de 2007

O comércio livre é o proteccionismo dos mais fortes

Foi o economista alemão F. List que no século XIX formulou esta acertada tese. Um interessante artigo do New York Times parece corroborá-la ao relatar os fracos resultados que o México obteve a partir do momento em que assinou o acordo de comércio livre com os EUA na década de noventa. Este acordo é contrastado com o caso da integração de Portugal e de outros países na Comunidade Europeia. Afinal de contas se o «comércio livre», entre países com grandes desníveis de desenvolvimento, é por si só a panaceia para todos os problemas económicos, então por que é que a Comunidade Europeia inventou os fundos estruturais de apoio às regiões mais pobres?

Sobre estes e outros tópicos aconselho o blogue de Dan Rodrik, especialista em economia internacional da Universidade de Harvard.

2 comentários:

A. Cabral disse...

E 'as duas por tres, la vem o exemplo de Portugal para ilustrar a teoria do mercado livre. Primeiro foi o economista do sec. XIX, David Ricardo e a vantagem comparativa em Portugal vender vinho em troca de textil ingles, e agora mais esta...

Que o D. Ricardo tivesse um obcessao privada nao choca, dado que era de uma familia judia fugida da Inquisicao portuguesa. Mas qual e' a justificacao dos Americanos? Comparar com o Mexico para controlo da "latinidade" da forca de trabalho?

L. Rodrigues disse...

Ainda recentemente li uma discussão no Eurotrib.com sobre isto entre um matemático e um economista... Sobre como quando o capital se move a vantagem comparativa passa a ser absoluta e portanto o "mercado livre" deixa de ser um sonho em que todos ganham. E que Ricardo não contemplou essa hipótese. Deixo os pormenores técnicos para os técnicos..