segunda-feira, 14 de maio de 2007

Má sorte a dos trabalhadores

«Nos últimos cinco anos, os resultados das dez maiores empresas nacionais subiram 122%, mais de oito vezes o crescimento do PIB no mesmo período. Em 2002, os lucros dos grandes grupos, incluindo, bancos, valiam 1,8% do PIB. No ano passado, já representavam 3,5%», lê-se no suplemento de economia do DN, de sexta-feira passada.

No mesmo período, o IRC pago aumentou apenas 46,3%, quase metade do crescimento dos dividendos pagos por essas empresas aos seus accionistas. O número de trabalhadores diminuiu 4,7%. Não há dados sobre os salários, mas é fácil adivinhar que subiram muito menos do que os lucros ou os dividendos. Má sorte a dos trabalhadores.

8 comentários:

L. Rodrigues disse...

A propósito, o CEO da Porsche disse isto recentemente:
"The question is: how can society allow capital to make all the rules? I have never understood shareholder value as it leaves so many things out. Shareholders give their money just once, whereas the employees work every day."

Será por isto que a Alemanha é o que é? E Portugal não é o que podia ser?

Ricardo G. Francisco disse...

Bom bom era que as empresas não tivessem tido lucros. Essas malandras. Para quando a nacionalização, para quando!!!!!!

É com estas que se foge ao verdadeiro porblema. Mercados que não funcionam devido ao excessivo peso no estado. Empresas que embora não sejam eficientes (banca portuguesa) têm rentabilidade de empresas eficientes.

Quer lutar pelas condições dos trabalhadores? Lute pela liberalização da economia...

L. Rodrigues disse...

Treta, Ricardo. Quer economia mais liberalizada que a americana? Que é que aconteceu às condições dos trabalhadores nos ultimos 30 anos?

A. Cabral disse...

"Mercados que não funcionam devido ao excessivo peso no estado."

Porque nao o contrario? Nao esta a sociologia economica a sugerir que o Estado e' uma especie de mercado de rendas? Se e' esse o caso entao talvez o Estado nao funcione porque o mercado nao esta a funcionar. O mercado e' o principal e o Estado e' o agente.

E' aqui o liberalismo analitico tropeca no liberalismo apologetico.

Pata Negra disse...

E não há ninguém que parta os cornos as estes cabrões!?

Ricardo G. Francisco disse...

"Que é que aconteceu às condições dos trabalhadores nos ultimos 30 anos?"

Todos estão cada vez mais ricos. Em qualquer segmento.

Bem sei que se refere a indicadores relativos de riqueza. Pessoalmente preocu-me com pobreza, não com desigualdade. Não me preocupa que alguns ganhem mais, preocupa-me que alguns não consigam aceder a condições de dingnidade mínima.

Para dizer que me preocupo pouco com os americanos.

Ricardo G. Francisco disse...

"Porque nao o contrario? Nao esta a sociologia economica a sugerir que o Estado e' uma especie de mercado de rendas? Se e' esse o caso entao talvez o Estado nao funcione porque o mercado nao esta a funcionar. O mercado e' o principal e o Estado e' o agente."

Concordamos com o mal. Só falta que concorde que o estado tem de saír do jogo de forma a que não seja o agente das empresas com poder de mercado. Ou simplesmente o agente das empresas com poder de influência sobre os decisores políticos.

Ricardo G. Francisco disse...

"E não há ninguém que parta os cornos as estes cabrões!?"

Continue à espera da vinda de mais um "democrata" do tipo Otelo, para juntar todos aqueles com que não concorda no campo pequeno.

Boa gente de esquerda...completamente sem vergonha na cara.