quarta-feira, 16 de julho de 2025

Meia dúzia de notas sobre os extremos existentes – centro e direita


1.
O ministro da guerra alemão “social-democrata” garante, em entrevista ao Financial Times, que os mercadores da morte “já não se podem queixar”, uma vez que o governo já desbloqueou centenas de milhares de milhões de euros. Felizmente, há cada vez mais contestação na Alemanha, incluindo no seio do que resta do moribundo SPD. Também há cada vez mais repressão.

2. Há toda uma tradição belicista “social-democrata” que mergulha nas páginas mais negras da história do movimento de reforma, o que apoiou o colonialismo alemão com Bernstein e outros, o que alinhou com o crime contra a humanidade que foi a Primeira Guerra Mundial (assim designado num dos primeiros decretos do governo soviético, o da paz), o que hoje apoia o genocídio na Palestina, só para dar três exemplos. 

3. Em linha com a sua política de sempre, Macron, extremista do centro e antigo banqueiro da Rothschild, promete brutais cortes na despesa social e eliminação de feriados, tudo para aumentar brutalmente a despesa militar no contexto dos velhos e novos constrangimentos da UE e do seu ordoliberalismo armado. Haverá resistência popular, de frente, aposto, a única forma de evitar o caminho para o fascismo que Macron sempre abre, como insistimos desde a sua primeira eleição. 

4. Por cá, Santana Lopes, qual lebre, afiança que a ferrovia será sacrificada no altar de uma corrida armamentista que tem cumplicidades objetivas para lá das direitas e que vão dos verdes com bombas, vulgo Livre, ao P sem S e em breve sem P: troca-se despesa socialmente útil por despesa inútil. Podemos sempre circular de F-35...

5. Fora da UE, no Reino Unido, Corbyn ainda não formalizou o novo partido e já aparece empatado com os chamados “trabalhistas” nas sondagens. Um exemplo para todos os social-democratas: vale a pena ter um percurso consistente, tão genuinamente social-democrata – sem aspas, sem traições, ainda que com erros, naturalmente –, quanto anti-imperialista. 

6. De resto, só o iluminismo radical, entre a razão comunista, a social-democrata e a ecologista, entre Marx e Keynes, pode travar os extremismos realmente existentes. Verde-vermelho são as cores, incluindo da nossa bandeira. Como o social-democrata e anti-imperialista Lula mostra uma vez mais, agora no contexto do chamado tarifaço, só quem empunha a bandeira nacional, sem prescindir do internacionalismo, pode vencer.

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