domingo, 20 de setembro de 2009

Tarefa para um governo de esquerda: proteger o SNS e combater a asfixia social

Manuel Alegre declarou ontem que as propostas do PSD de desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde asfixiariam socialmente o país. Tem toda a razão. No entanto, as políticas do PS de Sócrates enfraqueceram o SNS: «número de médicos em exclusivo no privado dispara» (DN de hoje). Como bem lembra Tiago Mota Saraiva, o próprio Alegre já reconheceu as «machadadas» do PS no SNS. Apesar de todas as piedosas declarações em contrário, a verdade é que a actual ministra persiste nas ruinosas parcerias público-privadas no sector da saúde. Afinal de contas, engenheiros de mercado há muitos: da linha Saúde 24 ao novo hospital de Loures.

A alternativa ao actual estado de coisas é clara: acabar com a expansão, politicamente promovida, do sector privado rentista, terminar progressivamente com todas as parcerias e convenções que o alimentaram e com a generalidade dos incentivos fiscais a seguros de saúde e outras despesas privadas, que só têm servido para incentivar a prejudicial fuga das classes médias. Os «recursos escassos» devem servir para promover a expansão da provisão pública e a melhoria continuada da sua qualidade, estancando também a ameaçadora fuga de muitos profissionais de saúde para o sector privado. A CGD, banco público, não deve ter participações e investimentos neste «negócio». A estratégia de um governo socialista de esquerda envolve assim uma luta sem quartel contra os grupos económicos que se expandem no sector à custa de todos. Dispomos dos instrumentos.

E como isto está tudo ligado, a política socialista envia assim os sinais certos aos grupos privados com propensão para ter antigos e futuros ministros nas suas folhas de pagamento: vão trabalhar para os sectores exportadores, malandros!

1 comentário:

Anónimo disse...

Deve-se entender por Governo de Esquerda PS+BE?
Se o PS aceitar essas propostas deve o BE coligar-se?
São condições necessárias ou suficientes?