quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tarefa socialista: impedir a maioria absoluta de Sócrates

O PSD já perdeu. Cavaco e as «baboseiras» (a expressão é de Paulo Mendo, antigo ministro do PSD) de economistas retintamente neoliberais como António Borges (a mão que escreveu um manifesto pobre para parar o país) deram um bom contributo. Uma campanha sem paz, pão, povo e liberdade. Agora a coisa discute-se à esquerda. Só uma votação expressiva na esquerda-café pode impedir o poder absoluto da esquerda-mocambo. É questão de esmiuçar a realidade do país. A esquerda do PS sabe, no fundo, que a sua sorte depende do fracasso do seu apelo ao voto em Sócrates. Um paradoxo interessante. Só se mudarmos a correlação de forças à esquerda é que podemos começar a atacar os grande baluartes do privilégio neste país, a remover discriminações - como as que impedem o casamento de pessoas do mesmo sexo ou a adopção - que são outros tantos mecanismos de geração de infelicidade ou a criar um multiplicador de igualdade e de combate à corrupção, lançando um imposto sobre as grandes fortunas, um novo imposto sucessório, assegurando a apropriação pública das mais-valias fundiárias, revendo um código de trabalho que ataca a contratação colectiva e os tempos da família ou proibindo os contratos a prazo por mais de um ano. Proposta a proposta impede-se uma maioria absoluta, constrói-se uma esquerda grande e desmonta-se o bloco central de interesses que nos tem desgovernado.

Dou a palavra a Fernando Rosas numa excelente iniciativa do i: «A estratégia neoliberal gerou a desigualdade e a injustiça social mais profundas, mergulhou o país numa crise estrutural duradoura, numa semiperiferia dependente e subqualificada, em suma, confirmou, e aqui regressamos, a falência histórica das elites pós-abrilistas, dos seus partidos do centro-direita e do seu modelo neoliberal quanto à modernização economicamente sustentada e socialmente justa do país. Isto, só por si, exprime o grave impasse actual da democracia portuguesa.É, por tudo isto, o momento histórico de desarticulação do bloco central e de romper o caminho de mudança. Isto é, de juntar e organizar o campo social e político capaz de protagonizar um novo modelo de desenvolvimento e uma governação de novo tipo à esquerda. É claro que falo de um processo em que o BE não é senão um participante, falo de um movimento de reunião de forças sociais e políticas, partidárias e não partidárias, que se iniciou antes das eleições e continuará para além delas, mas em que se apela ao voto no BE como um gesto de confirmação, apoio e reforço decisivo à construção de um poder político e social alternativo.»

1 comentário:

Francisco disse...

DÁ ME UM SHOT ELEITORAL
http://www.youtube.com/watch?v=dZJVycBwqC0

UNIDADE POPULAR! FIM AO DOMÍNIO DAS VELHAS ELITES DECADENTES!

Isto n vai ser pa meninos