quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A economia eleitoral


Do Diário Económico pediram-me ontem uma breve apreciação (10 linhas) ao discursos económico de José Sócrates na entrevista da véspera à RTP1. Disse o seguinte:

"O PM tem uma atitude clara em favor do investimento público e assume que a infraestruração moderna do país dinamiza a economia, assegura rendimentos e minimiza o desemprego. E esta é uma diferença radical positiva. Sócrates é, pois, um contribuinte líquido para a solução de problemas graves (o PSD é apenas problema). Mas o PS vivia deslumbrado com um capitalismo liberal, moderno, que bastava regular. Por isso, está numa difícil digestão ideológica. Sócrates compreende melhor que os seus ideólogos que isso era ficcional. Passar do combate à crise para um modelo capaz de assegurar criação sustentável de riqueza (em vez de episódicas e frágeis variações trimestrais positivas do PIB); difundir um novo direito ao emprego; impedir que a economia seja asfixiado pelo mercado (só liberais retrógrados julgam que mercado e economia são equivalentes) – eis os maiores desafios do programa económico do PS."

2 comentários:

Nuno disse...

podia desenvolver melhor a ideia"a economia asfixiada pelo mercado"?

José Reis disse...

Uma economia asfixiada pelo mercado é aquela em que não há lugar para um papel activo de outras formas institucionais, como o Estado, os territórios infranacionais (cidades, regiões, comunidades), os território supranacionais(a União Europeia, por exemplo), as associações, etc. É, adicionalmente, aquela em que a dimensão mercantil e especulativa predomina sem regulação e, sobretudo, sem rivalidade institucional.