Os números têm destas coisas: se distribuirmos os pedidos por escalão de dimensão de empresas, sim, a maioria esmagadora veio de micro e pequenas empresas. Mas se compararmos o peso que esses pedidos tiveram no total de empresas de cada um dos escalões, vemos que foram as grandes e as médias empresas quem mais beneficiou.
E agora lembre-se de outra coisa: os salários médios nas médias e grandes empresas são mais elevados do que os das micro e pequenas empresas. Isso quer dizer que - tendo em atenção o peso do emprego de cada um dos grupos de empresas - mais de metade dos apoios públicos foram para as médias e grandes empresas.
Isto é uma dedução porque o Ministério de Ana Mendes Godinho continua a não divulgar os números de trabalhadores envolvidos e os valores dos apoios concedidos.
7 comentários:
Corporate Welfare!
Recentemente num anúncio que o primeiro ministro fez sobre apoios às empresas referiu que o montante seriam 900 milhões de euros dos quais 300 milhões seriam para pequenas e micro empresas. Fiquei a pensar se o tecido empresarial nacional é constituído em mais de 90% por pequenas e micro empresas porque é que de 900 milhões so uma proporção tão baixa seria para pequenas e micro empresas. Com tantos apoios também mal seria que as grandes empresas não pagassem salários melhores. Vê-se com a altice, Edp etc. tudo o que são serviços que não lhes interessam eles fazem outsourcing e só ficam com o filet mignon. Outro exemplo nas petrolíferas que fazem outsourcing do transporte de materiais perigosos.
O Portugal dos Pequeninos capitalistas continua a ser a versão que se diz moderada da extrema-esquerda indígena.
Os pequeninos, entre os que não sabem, não precisam ou nem isso podem, são um universo incomparável com empresas com algum capital significativo, num universo que é todo ele de uma confrangedora falta de capital nas empresas.
E nada está ainda visto sobre as consequências que tamanha crise vai trazer a este capitalismo de subsistência.
O anónimo das 13:53 saberá que tudo que é grande neste país é equiparado a filet mignon, e imediatamente requerido para geral festança.
A solução das grandes empresas é limitar os número de comensais, sobre pena de ninguém estar disposto a comer as outras partes que sempre formam o animal.
A pergunta que convém fazer é naturalmente quantos são os trabalhadores que são colocados em lay-off nas grandes empresas e quanto ganha em média cada um, e quantos os que são colocados em lay-off nas pequenas e quanto ganham estes.
O objectivo do lay-off é a protecção temporária do emprego. Quem mais emprega, mais protecção deve ter. Não deveremos cá ter estados de alma quanto a isso...
A não ser que, claro, haja uma espécie de parti-pris em relação às grandes empresas. Mas se até pagam melhor... Uma estrutura empresarial fragmentada, com muitas pequenas empresas, é sinal de fraco desenvolvimento económico...
"Obrigado pela vossa ajuda". IKEA quer devolver apoios que recebeu de Portugal durante "período difícil" da pandemia
13 jun 2020 17:50 • Economia • MadreMedia / Lusa"
E está hein!
Ao menos Costa, quando confrontado com os números,faz os exercícios de malabarista que têm sido denunciados e de forma magnífica por João Ramos de Almeida.
De Jose, um avançado e destacado defensor da concentração do Capital, não admira a sua posição na defesa das grandes empresas. Foi também pago por elas. A sua missão ideológica confunde-se com a sua actividade no sector. E com mais alguma coisa, mas adiante.
Agora JS? Defensor dos monopólios,dos oiligopólios e da "concentração empresarial"?
Sem pejo,nem vergonha. Metendo debaixo do colchão os discursos sobre a livre concorrência e sobre a protecção dos mais fracos.
Nem António Costa tem a coragem para dizer de frente estas coisas, que ofendem princípios fundamentais na luta por uma sociedade mais justa
Até onde irá JS? Que imagem degradante e degradada sai deste vendilhão do templo, que tem que invectivar até "estados de alma" espúrios, para justificar os braços dos amantes que escolhe?
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