quinta-feira, 25 de junho de 2020

Isto


«Há dois tipos de profissionais que arriscaram a vida para assegurar a normalidade possível. Um tem grau académico e foi sobre-humanizado à condição de herói (de bata); outro vive no bairro social e foi desumanizado à condição de foco de infeção.»

Eduardo Basto (facebook)

11 comentários:

Anónimo disse...

Temos ainda os "HEROÍS" da UE, da TROIKA e da PAF.
Aqueles ORDENARAM o encerramento de camas hospitalares, com base no princípio neoliberal de que uma cama desocupada tem custos e o dinheiro que vai para pagar esses custos é melhor "aproveitado" nos bolsos dos oligarcas.
Resultado, a PAF encerrou dezenas de hospitais ex-santas casas da misericórdia, justificando com razões parvas, que até incluiram a legionella.
Veio a pandemia e os hospitais - que são quem tem especialistas em infecciologia - rapidamente ficaram sem capacidade de resposta e foi preciso tratar os doentes em casa, com médicos e enfermeiros dos cuidados de saúde primários, em maratonas de visitas ao domicílio.
As doenças infecto-contagiosas querem-se contidas e, sempre que há um surto, os hospitais TÊM DE TER capacidade de resposta, que permanece sub-utilizada no resto do tempo.
Chama-se BEM COMUM e não respeitas contas de merceeiro.

Maria João Brito de Sousa disse...

Não costumo morrer de amores por citações, mas tiro o meu chapéu diante dessas palavras de Eduardo Basto.

José Manuel Silva disse...


Nesta, como noutras situações, há sempre trabalho que é mais valorizado. Enquanto uns tentaram resolver o problema, outros por ignorância e comportamentos irresponsáveis agravaram-no. Sei que esta afirmação não é considerada politicamente correta, mas é o que eu sinto.

Anónimo disse...



Já só falta alguém começar a defender campos de concentração ou que se queimem na fogueira os desgraçados que sempre trabalharam pois pelos vistos os que estão confortáveis no sofá não saiem à rua com medo deles. Pandemia da ignorância.

tempus fugit à pressa disse...

não sei até que ponto os 300 infectados diários serão todos trabalhadores há muito desempregado jovem sem perspectivas de trabalho que se junta pra jogar futebol ou ir ao café pelo menos aqui no gueto

Jose disse...

O bairro social!
A presunção de haver vítimas é essencial ao sentimento de esquerda.

Podem ser simplesmente grunhos aparentados com o Trump, mas o bairro social com a sua carga vitimadora logo os eleva a vítimas de obscuras forças denegridoras de umas quaisquer ocultas virtudes!

Tavisto disse...

Em Itália, na região da Lombardia onde eclodiu na Europa, o Covid-19 foi designado por Ébola dos ricos. Isto porque, na região mais próspera deste país, muitos idosos infetados eram efetivamente ricos. Porém, rapidamente se percebeu que, como em quase tudo na Saúde, a pobreza é a principal determinante de risco de se contrair a infeção.

Anónimo disse...

A sua afirmação é redutora e descontextualizada "... outros por ignorância e comportamentos irresponsáveis agravaram-no.". Já reflectiu sobre? A impossibilidade de teletrabalho; a insuficiência de transportes públicos; a precariedade habitacional; a escassez salarial, limitadora da hipótese de aquisição constante de meios de proteção ou ainda a negligência de muitos empregadores na aplicação de medidas de salvaguarda sanitária, capazes de proteger a saúde dos sem bata e por inerência da restante comunidade.
Muitos dos trabalhadores - sem bata- desempenham funções, vitais, para a manutenção do nosso nível de bem estar quotidiano. Apesar de as mesmas não serem alvo de grande valorização, por serem braçais/sujas/desqualificadas academicamente.
Este é mais um comentário de acordo com os sinais dos tempos, cheio de preconceito de classe e feito do alto de um privilégio, que apenas será material!Nós e eles.
Até parece que o vírus escolhe uma única classe, como agente propagador.

JE disse...

Este pequeno texto trazido aqui pelo Nuno Serra deve ser motivo de reflexão.

Reflexão alargada,já que, para além do texto em si, é importante verificar o que o circunda. Fora deste blog, mas também nos comentários que o motiva

Alguém fala a despropósito sobre os hospitais e os infecciologistas e os hospitais que "rapidamente ficaram sem capacidade de resposta e foi preciso tratar os doentes em casa, com médicos e enfermeiros dos cuidados de saúde primários, em maratonas de visitas ao domicílio"

Isto é falso. Por um lado os infecciologistas fazem parte (e bem) de equipas multidisciplinares.

Por outro os hospitais não ficaram rapidamente sem capacidade de resposta e a atitude de manter no domicílio os doentes ligeiros foi decisiva para que a capacidade de resposta do SNS se mantivesse. Ao contrário de outros países em que a saúde está ainda mais aprisionada pelos interesses privados. Itália e Espanha são dois bons exemplos. Os EUA idem.

Até aquele desqualificado que está sempre com a Holanda na boca e a dar a benção aos privados foi obrigado a meter a viola no saco. E a usar outros métodos,como o da calúnia e a manipulação, sob múltiplos disfarces

JE disse...

Continuamos no reino da demagogia com "outro comentador" que, depois de palavras idiotas sobre "campos de concentração" e "fogueiras" fala em "pandemia da ignorância"

Os que trabalham não são para irem para campos de concentração nem para serem queimados em fogueiras. Porque são precisos para trabalhar. Para poderem dar lucro para quem trabalham.

Esses não são dispensados pelos patrões. É precisamente por isso que não podem ficar em casa.

(A "pandemia da ignorância" faz lembrar um tal durcet que com esta treta fazia apelos lancinantes ao desconfinamento

Desapareceu tragado por um qualquer holandês)

JE disse...

E no reino da demagogia ainda mais barata continuamos

"O tempo que foge à pressa" fala em Gueto

Gueto?

Agora o joáo pimentel ferreira vive num gueto?


E num outro reino, continuamos, com a afirmação espantosa de um supremacista social, a negar a legitimidade humana a quem vive em bairros sociais. E, qual vero negacionista, a negar a existência de vítimas produzidas pela sociedade de trampa em que vivemos. Sem o querer, não o querendo explicitar, aparece escondida aí a sua "teoria dos coitadinhos, novel nome crismado pelos Olavos de Carvalho às teorias eugénicas de antanho

(Chamará de "grunho" a Trump, tal como inadvertidamente o chamou a Salazar. Num e noutro caso, para ver se passa)