sábado, 6 de junho de 2020

Ligações


Tenho-me lembrado de Domenico Losurdo, falecido em 2018, em particular das suas penetrantes ligações históricas, feitas em livros como Guerra e Revolução. Como nenhum livro seu está traduzido no nosso país, deixo excertos representativos, retirados de um artigo publicado no Brasil, onde a sua obra está em grande parte traduzida:

‘Quando começou o momento da virada na história dos afro-americanos? Em dezembro de 1952 o ministro estadunidense da justiça enviava à Corte Suprema, que era chamada a discutir a questão da integração na escola pública, uma carta eloquente: “A discriminação racial leva água à propaganda comunista e suscita dúvidas também entre as nações amigas sobre a intensidade da nossa devoção à fé democrática”. Até por razões de política externa era necessário estabelecer a inconstitucionalidade da segregação e da discriminação antinegra. Washington - observa o historiador estadunidense (Vann Woodward) que reconstrói tal evento - corria o perigo de distanciar-se das “raças de cor” não só no Oriente e no Terceiro Mundo, mas no coração mesmo dos Estados Unidos: também aqui a propaganda comunista obtinha um considerável sucesso na sua tentativa de ganhar os negros para a “causa revolucionária”, fazendo abalar sua “fé nas instituições americanas”. Em outras palavras, não seria possível conter a subversão comunista sem pôr fim ao regime da white supremacy.
(...)
Se, de um lado, incitava as suas vítimas a porem suas esperanças no movimento comunista e na União Soviética, de outro, o regime da white supremacy vigente nos Estados Unidos e no mundo suscitava a admiração do movimento nazista. Em 1930, Alfred Rosenberg, que depois se tornaria o teórico mais ou menos oficial do Terceiro Reich, celebrava os Estados Unidos, com o olhar voltado principalmente ao Sul, como um “esplêndido país do futuro” que havia tido o mérito de formular a feliz “nova ideia de um Estado racial”, ideia que se tratava agora de pôr em prática “com força juvenil”, sem que se ficasse a meio caminho. A república norte-americana havia corajosamente chamado a atenção para a “questão negra” e de fato a havia colocado “no vértice de todas as questões decisivas”. Assim, uma vez cancelado para os negros, o absurdo princípio da igualdade racial deveria ser liquidado por completo: se deveria tirar “as necessárias consequências também para os amarelos e os judeus”.’

Errata. Fui alertado por um comentador para a existência de um livro de Domenico Losurdo publicado entre nós: Fuga da história - A revolução russa e a revolução chinesa hoje (Cooperativa Cultural Alentejana, 2009). Tenho de ver se o encontro.

22 comentários:

Jose disse...

A guerra comunismo-capitalismo tem inúmeros episódios e seguramente funcionou como acelerador de inúmeras transformações, benéficas umas, desastrosas outras.

E como sempre, na irracionalidade própria do estado de guerra, a contabilidade das vitórias e derrotas releva sobre a do confronto das ideias que gerou o conflito.

O mais extraordinário neste conflito é que os vencidos se mantêm em modo contábil, mais propensos a falsear as contas do que a discutir ideias, quando em final são estas que decidem do destino de vencedores e vencidos.

Inácio Silva disse...

O racismo tem mais a ver com classe social do que com a cor da pele.
O sistema prisional americano é o maior expoente do racismo nos states, para onde são lançados milhares de negros (George Floyd teria tido o mesmo destino, se não tivesse sido condenado à morte no meio da rua, por um palerma qualquer, vestido com uma fatiota azul).
O sistema prisional americano é privado e tem associado um complexo industrial, que usa a mão de obra barata dos aprisionados, em vez de pagar os serviços a homens livres (que, então, não precisariam de passar notas falsas, para comprar tabaco).
Ora, na europa, o mito "mulheres e vinho" tem a mesma origem: o racismo dos do norte contra os do sul, os esbanjadores, os jogadores compulsivos, etc.
O caminho que levou ao sistema prisional americano foi a desindustrialização do país, que lançou para o desemprego milhares de pessoas, a começar nos menos qualificados, precisamente os negros.
Ora, na europa, a desindustrialização continua o seu caminho, com Portugal (a 9 economia da zona euro) limitado a pouco mais que a industria do turismo que, de um dia para o outro, colapsa, como aconteceu agora, devido à pandemia.
Isto que estamos a assistir poderá ser, ou não, o explodir de barril de pólvora onde estamos sentados: se a sociedade americana vai pacificar, ou não (a incrível administração americana não consegue perceber sequer a necessidade de "deitar água na fervura"), não sabemos ainda.
Se não explodir agora (há 40 milhões de novos desempregados nos EUA, com disponibilidade e vontade de ir para a rua e há manifestações fora dos EUA, o que mostra a dimensão do barril…), ele ficará à espera da próxima oportunidade.

Anónimo disse...

Existe, pelo menos, um livro de Domenico Losurdo traduzido em Portugal. «Fuga da História», publicado em 2009 pela Cooperativa Cultural Alentejana, provavelmente sob o impulso do falecido Miguel Urbano Rodrigues:

https://www.goodreads.com/book/show/24325711-fuga-da-hist-ria

JE disse...

O problema para Jose está nos vencidos e nas contas

O que diga-se desde já é um refinado disparate, embora se nos remetermos ao seu caso particular, Jose tenha alguns motivos para tal auto-crítica

Vencido a 25 de Abril, andou a tentar vender-nos as suas contas de merceeiro. Mesmo utilizando de forma imprópria as balls do outro pervertido

Percebe-se assim que Jose se envergonhe. Após falsear as contas, fugiu ao debate de ideias. E agora arruma o cancro do racismo nos EUA com um: "Censurar a brutalidade sem reconhecer a ameaça, sempre vai dividir"

Bastante elucidativo. E branqueador.


Quanto ao mais, os colonialistas portugueses (que pensariam também num império de mil anos para o império português?), caíram da cadeira a 25 de Abril de 74

A História não acabou, para desgraça de uns tantos que andavam com Francis Fukuyama no seu cofre pessoal

JE disse...

Qualificar um racista abjecto como "um palerma qualquer, vestido com uma fatiota azul" é "estranho"

"Palerma"? Eis o cheiro ténue do Omo lava mais branco.

Depois vê-se que quem o debita é de quem debita uma série de lugares-comuns, numa penosa tentativa de se fazer passar por rebolucionário

Este é o mesmo "inácio silva", que há dias não ocultava o seu despeito pela capacidade do SNS ainda ter aguentado o embate face ao coronavirus

Este é afinal joão pimentel ferreira a tentar arranjar espaço para mais um futuro provocador,com este ou outro nick

Passemos à frente do que ao lodo pertence

JE disse...

"Com o fim da Guerra de Secessão e a abolição da escravatura que se seguiu? Na realidade, um dos capítulos mais trágicos da história dos afro-americanos foi escrito entre o fim do século XIX e princípios do século XX. O linchamento era um horrível espectáculo de massa. Quero citar aqui um historiador americano:

“As notícias de linchamento eram publicadas nas folhas locais e vagões suplementares eram acrescentados aos comboios para [transportar] os espectadores, por vezes milhares, vindos de localidades situadas a quilómetros de distância. Para assistir ao linchamento, as crianças das escolas podiam ter um dia de liberdade. O espectáculo podia incluir a castração, o esfolamento, a assadura, o enforcamento, os tiros. As recordações para os compradores podiam incluir os dedos das mãos e dos pés, os ossos e mesmo os órgãos genitais da vítimas, assim como cartões postais ilustrados do acontecimento”.

Outro historiador americano (George M. Fredrickson) observa que “os esforços para manter a “pureza da raça” no Sul dos Estados Unidos antecipam certos aspectos da perseguição lançada pelo regime nazi contra os judeus nos anos 1930″. Nos Estados Unidos, o Estado racial sobreviverá algum tempo após o afundamento do Terceiro Reich: em 1952, uma trintena de estados da União ainda proibiam o casamento e as relações sexuais inter-raciais, por vezes consideradas como delitos graves".

(Domenico Losurdo)

Jaime Santos disse...

E aonde é que isto representa uma novidade? A assistência à Europa após a II Guerra Mundial também se deveu à necessidade de ganhar as nações ocidentais para a causa dos EUA, como aliás o João Rodrigues bem notou por diversas vezes.

Já Roosevelt desejava o fim do colonialismo europeu, o direito à autodeterminação dos povos é enfatizado na Atlantic Charter de 1941.

O estabelecimento de zonas de influência e de mesmo de estados clientes era, bem entendido, o objectivo de ambas as super-potências, os EUA e a URSS.

O que isto quer dizer é que a promoção da democracia e da igualdade racial, longe de ser algo feito por motivos meramente idealistas, era um objectivo perfeitamente racional da parte dos EUA.

Agora, o João Rodrigues não vai começar outra vez com a lenga-lenga de que a opressão soviética era boa por causa dos efeitos que tinha no bloco ocidental, ou vai?

É um pouco como dizer que a covid-19 é boa porque contribuiu para a redução da poluição mundial este ano...

Jose disse...

A iliteracia é seguramente o mais forte factor de exclusão em qualquer discussão de ideias.
A expectativa de progresso a partir de argumentos provenientes de um iliterato são equivalentes a ter uma porta por interlocutor.
Antes o fanático, que assegurando imobilismo, sempre pode fazer luzir alguma criatividade lexical.

JE disse...

"Onde é que isto é uma novidade" dirá Jaime Santos

É novidade, sim. Para muitos.

Note-se o esforço de JS para anular o peso do denunciado por JR.

Começa JS por dizer que "não é novidade".

Hipocritamente tenta depois fazer passar por igual o que não é igual. Se virmos bem , esta é a doutrina dos senhores do mundo,replicada por toda uma série dos seus comparsas (dos senhores do mundo) . Houve quem lutasse pela promoção da igualdade racial. Houve quem a combatesse.

Juntar estas duas coisas é simplesmente repugnante. É juntar a vítima com o algoz

As águas têm que ser separadas. E se JS não o faz e tenta reduzir as coisas ao patamar de áreas de influência, é tempo de dizer que as suas leituras da história não passam. Porque não passa nem a hipocrisia nem a cumplicidade abjecta

JE disse...

Jaime Santos está tocado. Verdadeiramente. Mas está mais do que isso. Está verdadeiramente "lixado"

É um próprio governante americano que o contradiz:

“A discriminação racial leva água à propaganda comunista e suscita dúvidas também entre as nações amigas sobre a intensidade da nossa devoção à fé democrática”. Até por razões de política externa era necessário estabelecer a inconstitucionalidade da segregação e da discriminação antinegra.

Também aqui a propaganda comunista obtinha um considerável sucesso na sua tentativa de ganhar os negros para a “causa revolucionária”, fazendo abalar sua “fé nas instituições americanas”. Em outras palavras, não seria possível conter a subversão comunista sem pôr fim ao regime da white supremacy.

Agora, o Jaime Santos não vai começar outra vez com a lenga-lenga de negar o efeito que a URSS tinha no bloco ocidental?

Ou vai?

Mesmo que tenha que defrontar a verdade dos factos, os seus condicionalismos e o ministro americano nos idos anos de 52?

Quando a realidade é demasiado "forte", JS costuma refugiar-se ou nas citações truncadas,ou nas citações mal usadas

Por vezes tenta o humor.Andou à volta de Marx (o Groucho) até que este se cansou e lhe respondeu à letra.

Agora usa a Covid-19. Os humores de JS são assim , feitos deste tipo de humor, encontrado nas caixas de comentários à medida de JS

Nem a Covid-19 se presta a idiotices do género. Nem as vítimas de discriminação racial se identificam com estes jogos de palavras acanalhados, com o único intuito de esconder uma realidade que o abala:

"Em Dezembro de 1952, o ministro americano da Justiça envia uma carta eloquente ao Tribunal Supremo que está em vias de discutir a questão da integração nas escolas públicas: “a discriminação racial leva água ao moinho da propaganda comunista” que se difunde entre os afro-americanos (assim como entre todos os povos submetido à dominação colonial e racista). No século XX, o movimento comunista foi o grande adversário do colonialismo, da “democracia para o povo dos senhores” e do Estado racial.


Anónimo disse...

A indiferença de Jaime Santos perante a discriminação racial é sintomática.
Por quanto mais se prolongaria esta se não fosse o papão comunista?
Abençoado papão. Os milhões de vítimas estremecem nas suas sepulturas
Os milhões de vítimas poupadas estremecem perante este escárnio de Jaime Santos
Para os senhores do mundo são minudencias. Pilhérias de quem sofre.
Saia agora uma anedota sobre a Covid para atenuar a monstruosidade da coisa

Jose disse...

«O racismo tem mais a ver com classe social do que com a cor da pele.»
É já uma atenuação em relação ao corretês histérico para quem um criminoso preto é mais coitadinho que um criminoso branco.
Mas não é tudo:
- Há uma herança cultural que pressupõe uma menorização do negro; estranhamente a pretensa élite progressista sempre omite que todos somos negros de origem, alguns descolorados por uma ou mais idades do gelo. E no caso português, o que por aí anda de ascendências negras desde o séc. XV, é bué!
- Classe social é uma aproximação, mas convivência social talvez fosse mais abrangente pois envolve critério mais alargado, com variáveis que não cabem na caricatura marxista da sociedade, como sejam: educação, ética, e a estética que, como em qualquer arte visual, requer proximidade.
- Quanto à supremacia branca, ela é - de toda a evidência - promovida pelos grunhos dentre os brancos; mas a praxis marxista prefere apresentá-los como agentes do capitalismo, ainda que nem os pretos percebam, ainda que os pretos que acreditam se sintam submergidos por forças esmagadoras.
Mas a herança soviética oblige.

JE disse...

Repare-se:

O "preto".

A afirmação idiota de um que tenta romper com o"corretês". Prenhe de "balls", dum que as perdeu algures, já que teve que defender as de Salazar

A repetição esteriotipada do paleio evangélico de Bolsonaro? Também.Mas tem por cá antecessores. Desde João Tavares até os notáveis escribas do Observador

A coragem perdida algures retomada aqui neste assumir do "preto"

Apenas um racista a lembrar os tempos de Angola e a raiva por ter sido corrido de lá?

Segue a moda da

JE disse...

Segue a moda da.

E do.

Mas não vamos agora por aí

Jose ao invocar desta forma histérica o "corretês histérico" quer, por antecipação, ficar imune à crítica do que vomita a seguir.Quer poder fazer afirmações racistas, sem ter que se confrontar com tal acusação. Quer poder manter uma narrativa falsa, sem ter que ser acusado de aldrabão. Quer ter os privilégios de uma classe de parasitas, sem poder ser acusado de o ser

Quer enfim esconder-se cobardemente atrás dum registo "Eu não sou politicamente correcto", para assim fazer passar tudo aquilo que de facto é. Fazer passar também por coragem toda a sua verdadeira bílis ideológica. Aqui tão deliciosamente demonstrada

JE disse...

Diz Jose:

"para quem um criminoso preto é mais coitadinho que um criminoso branco"

A questão não passa pela "teoria dos coitadinhos" abraçada por jose.E já agora pelas sinistras teorias eugénicas, onde os nazis foram beber e a quem deram de beber."Coitadinhos" e "super-homens" é coisa do agrado filosófico de jose. Mas aqui não passa

Quando se fala de justiça social, jose diz num tom de voz perturbado, que do que se trata é de "inveja"

Agora quando se fala também em justiça, jose, com aquela voz característica, o que dirá?

Que a justiça é feita em função dos coitadinhos e isso é uma afronta para as teses eugénicas do Jose?

Também.

Mas vai mais longe.Jose quer negar a realidade. Quer negar os números. Quer negar que quem foi assassinado foi um negro às mãos de um racista branco. Quer negar que a violência racial tem um sentido predominante e que esse sentido vem de longe.

Jose quer no fundo reescrever a história

Mas quer mais ainda.

Quer vitimizar o criminoso e acusar a vítima


JE disse...

Jose vai ainda mais longe

Quer tomar-nos por parvos

"estranhamente a pretensa élite progressista sempre omite que todos somos negros de origem, alguns descolorados por uma ou mais idades do gelo. E no caso português, o que por aí anda de ascendências negras desde o séc. XV, é bué!"

O que é isto? Isto é a marca delirante de quem perdeu a cognição ou uma coisa mais feia?

É preciso estar muito desesperado para tentar passar esta idiotice tremenda. Quem desmistificou a pretensa superioridade rácica foi quem estava do lado oposto à escravidão.

Pelo que se aconselha a jose não ser desonesto e caluniador. Ele que vá ler e aprender. E se não souber já interpretar o que lê, que se remeta aos discursos claros e saudoso do outro pervertido,já que os sabe de cor

Entretanto também poderá aprender porque motivo há peles mais escuras e outras menos escuras.A relação com a perda dos pelos por parte dos nossos antepassados. E o que é o MC1R ou receptor de melanocortina 1 que é um receptor cuja ativação resulta numa cascata de transdução de sinal que termina com a estimulação da produção de eumelanina, um pigmento de cor castanha ou preta, que dá cor à pele e aos cabelos em seres humanos.

JE disse...

Pelo que a "herança cultural que pressupõe uma menorização do negro" tem muito que se lhe diga

Herança dos racistas, com toda a certeza. Combatida pelos anti-racistas, também com toda a certeza

Os britânicos não se tornaram traficantes de escravos e escravizadores por serem racistas. Tornaram-se racistas porque usavam escravos para obter grande lucro nas Américas e criaram um conjunto de atitudes em relação aos negros para justificar o que faziam. A verdadeira força motriz detrás do sistema escravocrata era a economia.

Mas voltemos ao debate. Jose lastima-se que há "variáveis que não cabem na caricatura marxista da sociedade"

Não se sabe onde jose coloca as suas variáveis que cabem na sua caricatura social. Mas podemos extrapolar a partir dos exemplos dados pelo mesmo jose:
"educação, ética, e a estética"

Bom. De educação já se falou por aqui. "Tocqueville observa a dureza das penas infligidas àqueles que ensinavam os escravos a ler e escrever. Naturalmente, a proibição visava excluir a raça dos servos de toda a forma de instrução. E em caso de violação desta regra, os proprietários brancos eram os primeiros a serem atingidos." Também já se disse que houve um governante americano que assumiu que a questão da integração nas escolas públicas talvez fosse necessária já que “a discriminação racial leva água ao moinho da propaganda comunista” que se difunde entre os afro-americanos.
Ou seja,a população negra era afastada do ensino e da educação

( também será útil dizer que regra geral o conhecimento é algo que aflige as cliques nazi-fascistas de todo o mundo. Que o diga Salazar)

E depois vêm as demais variáveis:

A ética.

A ética?Qual ética? A que pressupõe escravizar negros? Matá-los? Encarcerá-los? Assassiná-los no meio da rua?
A ética do ku-klus-klan?
A ética de um canalha que tortura e mata outro ser humano com base na cor da pele?

A ética da décima terceira emenda?
A Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos afirma que "não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado". Num documentário estadunidense de 2016 centrado no sistema carcerário e étnico no país de origem do filme, é desmascarada tal décima terceira alteração que mais não foi do que uma alternativa de manter trabalhos escravos mesmo após a abolição da escravidão, com o processo de encarceramento em massa.

A ética aqui apontada por jose é tão somente uma farsa de um farsante a querer fazer passar por coisa séria o que não passa de pura merda

E já não temos paciência para o pipilar à volta da estética como tentativa para justificar o racismo puro e duro. Os nazis também tentaram ir por aí e até punham esteticamente uma orquestra em Auschwitz para mostrar os seus padrões estéticos, que como se sabe " como em qualquer arte visual, requer proximidade".

JE disse...

" Quanto à supremacia branca, ela é - de toda a evidência - promovida pelos grunhos dentre os brancos, mas a praxis marxista prefere apresentá-los como agentes do capitalismo"

Três notas:

-Eis aqui patente a falta de coragem de jose em assumir o racismo, atrás escondido na "educação, ética e estética". Os seus compagnons de route e de ideologia são mais loquazes neste capítulo

-O reconhecimento que a supremacia branca é promovida. E promovida por grunhos.

Citemos Salazar:
“Devemos organizar cada vez mais eficazmente e melhor a protecção das
raças inferiores cujo chamamento à nossa civilização cristã é uma das
concepções mais arrojadas e das mais altas obras da colonização portuguesa.”
António Oliveira Salazar, 1935"

Essa de chamar grunho a Salazar merece palmas. Está desnorteado Jose. A tal ponto neste processo de branqueamento do racismo, que qualifica (eufemisticamente é certo) Salazar como o grunho que foi. Bravo. O grunho ao grunho merecido

Se a promoção da supremacia branca existe para quê esta choraminguice de jose pelo facto da praxis marxista ( mas não só) o apresentar pelo que de facto é? Expressões duma sociedade capitalista, tal como o foram e são, o fascismo e o nazismo?

A realidade é tramada. Mas jose ainda não consegue vender o espectáculo a que assistimos como produto da praxis marxista

O que lhe falta em coragem , sobra-lhe em aldrabice, em manhosice e em desonestidade.

A herança paterna, a herança salazarista, a herança americana, os tais 'do the right thing' assim o exigem.

(O mais do resto é o ódio patente pelo facto do movimento comunista ter sido o grande adversário do colonialismo, da “democracia para o povo dos senhores” e do Estado racial.

Já tinha patenteado este ódio aqui há uns dias pela contribuição única e heróica do Exército vermelho na derrota do nazi-fascismo.)

Jose disse...

O grunho, pega num argumento de 2020 e ilustra-o com um texto de 1935.

Corrupção é tónica e modo único.

JE disse...

Ah

Jose viu-se "tocado" pelos argumentos escritos em letra de forma daquele a que chamou "grunho"

JE disse...

Duplamente preocupado está Jose. O seu argumento contra aqueles a que de forma terna chamava "grunhos" acabava de ruir por um lado. Porque, e aqui residia a sua outra preocupação, acabara de chamar grunho ao seu patrono

Os amigos até lhe podem levar a mal. E o tal seu grunho de estimação (atenção que "grunho" é do seu léxico particular) pode ainda dar uma volta na tumba, com a surpresa.

Pois é. A realidade é tramada. Mais de 100 anos antes do "grunho" do Salazar proclamar a sua ideologia em que se assumia como racista, já muitos consideravam tal como intolerável.

Ainda para mais o grunho ainda tentava lambuzar a coisa com as vestes do "catolicismo",em prol da expansão da fé e de "Portugal".

"Corrupção é tónica e modo único" como diria o que andou a chamar de grunho ao grunho. Mas confessemos que a frase é muito pobre para caracterizar o que se desentranhou do estrume

Anónimo disse...

É interessante verificar como o dito «Jose» diz aqui o seguinte:

«A iliteracia é seguramente o mais forte factor de exclusão em qualquer discussão de ideias.
A expectativa de progresso a partir de argumentos provenientes de um iliterato são equivalentes a ter uma porta por interlocutor.
Antes o fanático, que assegurando imobilismo, sempre pode fazer luzir alguma criatividade lexical.»

No entanto, o mesmo Jose escreve isto no «Manifesto 74»:

«Inscreve-te na tele-escola!
A iliteracia trata-se.»

«Telescola» ou «tele-escola»?

Talvez, não seja má ideia pegar na primeira ideia ou frase do mesmo «Jose»:

«A iliteracia é seguramente o mais forte factor de exclusão em qualquer discussão de ideias.»

Sem dúvida, Jose. Estamos conversados.