quarta-feira, 24 de junho de 2020
Escutar Francisco
Numa declaração à imprensa sobre a existência de casos positivos de Covid-19 no Santuário de Fátima (ver a partir do min 11'10''), a Direção de Comunicação daquela instituição confirmou ter tido conhecimento que «um colaborador estava infetado com o Coronavírus SARS-Cov-2», decidindo «fazer testes a todos os colaboradores internos do Santuário, bem como aos membros do Coro». Num comunicado posterior, o Santuário confirma terem terminado «os testes a todos os colaboradores e aos coralistas», assegurando que «os colaboradores da instituição não têm qualquer contacto com os peregrinos».
As palavras são importantes. E por isso vale a pena lembrar - como fez aqui o João Ramos de Almeida - que «colaborador é um conceito político-ideológico que não consta do Código do Trabalho nem da jurisprudência judicial relativa aos contratos por conta de outrem», servindo apenas a «tentativa ilegal e fraudulenta de "transformar" trabalhadores em falsos prestadores de serviços» e, desse modo, desvalorizar o trabalho e as relações laborais. Aliás, a substituição bem-sucedida de «trabalhadores» por «colaboradores» (que se entranhou a ponto de já quase não estranhar, colonizando até a linguagem dos bem-intencionados), faz parte de um processo mais amplo de «ofuscação ideológica da realidade» pela sabedoria convencional, como bem ilustrou, aqui e aqui, o João Rodrigues.
Mas é também por tudo isto que vale a pena escutar o que diz Francisco sobre o trabalho e a dignidade do trabalho, na melhor linha da doutrina social da Igreja. Não é por acaso que, na homilia proferida no passado 1.º de Maio, em nenhum momento o Papa se refere a «colaboradores», à «colaboração» ou ao «Dia do Colaborador». Como se quisesse dizer, nas entrelinhas, para não termos medo de falar em trabalhadores.
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11 comentários:
Numa organização que inclui trabalhadores assalariados, voluntários, membros de ordens religiosas e clero, não é este o caso mais evidente para excluir 'colaboradores'.
Por mais que eu esclareça que me sinto insultado quando me chamam de colaborador quando exerço as minhas funções laborais remuneradas por necessidade pessoal, há sempre gente que me insulta no serviço onde trabalho.
Claro que colaboro com várias instituições graciosa e voluntariamente e aí até me sinto agradecido quando reconhecem que a minha colaboração foi boa para a entidade.
Worker e labor são palavras comuns em inglês.
Em português, o substantivo "trabalhador" perdeu por a nossa cultura despreza o trabalho.
Quem tem valor em Portugal é o gajo que maltrata os trabalhadores, o "sr doutor", a maior parte das vezes um imbecil que, no sector público é um boy partidário (no privado, a coisa varia muito, que quase dava para escrever um livro).
Assalariado é talvez a mais abrangente designação, pois nem implica que o sujeito mereça o qualificativo de trabalhador, pois tal mérito não está tão disseminado quanto se pretende fazer acreditar.
Jose demonstra que é ignorante. E violentamente anti-trabalhador.
Até a palavra "trabalhador" o queima.
Há dias dizia irritado e colérico, armado em verdadeiro macho ibérico, daqueles à velha nobreza caquética:
"Não podia estar mais de acordo com o pôr fim à mariquice dos 'colaboradores'!"
Agora? Agora diz:
"não é este o caso mais evidente para excluir 'colaboradores'."
Quer adquirir de volta os "colaboradores"
Mas quer substituir o termo "trabalhador". Por assalariado
Um verdadeiro patrão revolucionário, a navegar em águas turvas
O Trabalho de facto não é com ele
Assalariado - Que ou quem trabalha por salário. = EMPREGADO (Priberam)
É óbvio que a pretensão da esquerdalhada de apropriar o termo 'trabalhador' aos assalariados reside na intenção de excluir os muitos outros que trabalham do conceito de trabalhador, salvo prova de se sentirem explorados e consequentemente serem admitidos nos tadinhos.
A azia pelo termo assalariado resulta de entenderem que serem assalariados pelo Estado é a única condição digna associada ao termo, não tanto por radicalismo, mas pela conveniência das promoções automáticas e pelas mordomias que a subserviência - ideológica ou de qualquer outro tipo - sempre proporciona nas estruturas burocráticas.
Jose mais uma vez saca do dicionário
Mas saca mal.
Quem falou em "mariquice dos colaboradores" foi o próprio Jose
Agora quer readquirir o termo "colaborador". Expresso assim desta forma tão inclusiva
"não é este o caso mais evidente para excluir 'colaboradores'."
Já não há mariquice. Assim o decreta jose, mediante esta bula evangélica
Jose continua a tentar dar o dito pelo não dito
Disse Jose:
"Assalariado é talvez a mais abrangente designação, pois nem implica que o sujeito mereça o qualificativo de trabalhador"
Quer dissociar o qualificativo "trabalhador" do assalariado
Quer substituir o termo "trabalhador", por assalariado?
Não gosta mesmo da palavra Trabalho
Jose monta na idiotice aí transmitida em cima.É óbvio que a pretensão do jose é de excluir o termo 'trabalhador' dos assalariados.
E depois avança com mais um delicioso o naco da sua teoria dos coitadinhos . Para tentar evitar a comparação óbvia com Bolsonaro, agora utiliza o termo "tadinho"
Uma delicia
A idiotice que se segue ( não há outro termo mais simpático) de Jose aduzir ao tema dos assalariados, o Estado, mais as progressões automáticas, mais as mordomias ( dos Mexia? Dos Josés? dos Oliveira e Costa?) é sintoma de perturbação
O Trabalho põe-no neste estado. Fica em ponto de rebuçado e agarra-se a tudo o que pode para mostrar aquilo que de facto ele é. Embora o tente ocultar assim deste jeitinhho tão burocrático como ideológico
Transparente
Ainda em reforço do 'assalariado', há que notar a obsolescência do histórico proletário.
A segurança social e suas pensões de reforma tornou prescindível o papel da prole como instrumento de salvaguarda na velhice.
pro·le·tá·ri·o
(latim proletarius, -ii, que só conta pela sua prole, cidadão pobre)
nome masculino
1. Pessoa, geralmente pertencente às classes sociais mais baixas, que vive apenas do rendimento do seu trabalho manual ou mecânico.
2. Na Roma antiga, membro da classe pobre que só era útil à República na procriação de filhos.
"proletário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Jose continua a mostrar que sabe usar mal o dicionário.
Para encher chouriços? Por incapacidade para mais Por obsoleto riscar? Por não aguentar o olhar do seu próprio espelho que o mostra reflectido?
Agora saca do "proletário". Não se sabe bem a que propósito, embora se adivinhe. E o que sobra é uma patética mediocridade.
Bora lá ajudar à cultura deste jose
Proletário é um "conceito usado para definir a classe oposta à classe capitalista. O proletário consiste no que vende a sua força de trabalho para poder sobreviver
"O proletário se diferencia do simples trabalhador, pois este último pode vender os produtos de seu trabalho (ou vender o seu próprio trabalho enquanto serviço), enquanto o proletário só vende a sua capacidade de trabalhar (suas aptidões e habilidades humanas), e, com isso, os produtos de seu trabalho e o seu próprio trabalho. Estes não lhe pertencem, mas sim àqueles que compram sua força de trabalho e lhe pagam um salário".
Vemos jose começar a ficar em tons azulados. A conversa começa a descambar para um terreno que não lhe agrada.O Capitalismo? Aquela coisa que enche o bandulho dos terratenentes amigos e confrades e que torna cada vez mais ricos um punhado deles?
Pobre jose.
Para quando um dicionário feito à medida de Jose?
Por exemplo com a palavra prole, para se comparar a impotência tramada de quem aqui a traz, tentando mascarar conceitos e definições.
Ou com a expressão "plano Marshall" para se comparar com as dimensões da coisa, perdão, das coisas, segundo a fita métrica em uso pelo próprio?
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