terça-feira, 4 de outubro de 2016

Desviar as atenções (take 2)

Com as preocupações a avolumar-se em torno do Deutsche Bank e a incerteza a fazer cair as ações para mínimos históricos (não tendo aparentemente Angela Merkel margem de manobra para avançar com um resgate, dada a posição dura que adotou em matéria de ajudas estatais à banca noutros países), eis que a tentativa de desviar as atenções para Portugal parece ter voltado a repetir-se.

Depois de Schäuble, que em junho disse estar «mais preocupado com Portugal do que com o Deutsche Bank», parece ter hoje cabido ao comissário Oettinger tentar orientar os holofotes para Portugal, deixando no ar a ideia de que a probabilidade de o país vir a precisar de um novo resgate era «maior do que 0%». Sim, o mesmo Oettinger que defendeu, em julho, que a Comissão tinha que «preservar a sua credibilidade sobre as regras orçamentais», devendo por isso «aprovar sanções contra Espanha e Portugal».

É provável que na aldeia gaulesa de Astérix também se pensasse que a probabilidade de o céu cair em cima das cabeças fosse «maior que 0%». A diferença é que os gauleses sabiam que essa possibilidade não dependia da manifestação leviana e infundada de tal receio e, talvez por isso, ao contrário de Wolfgang Schäuble e Günther Oettinger, não se viam obrigados a recuar e a desdizer.

8 comentários:

Anónimo disse...

"A previsão do desastre vem de 2013 mas foi ocultada. Para encetar a perseguição à Grécia e depois a Portugal por causa dos déficites excessivos, como que atribuindo aos mais fracos as responsabilidades da falência do grande banco alemão que tinham causas criminosas que nada tinham a ver com o desempenho destes dois países".

http://www.abrilabril.pt/o-deutsche-bank-e-o-sistema-financeiro-mundial

Jose disse...

A probabilidade não foi dita ser 0% em momento algum.

Felizmente o Brilhante Dias resistiu a abandonar a sala num justificadíssimo assomo de indignação geringonçosa, assim evitando que o comissário fosse demitido!

A propósito: vem-se falando muito em investimento.
Para além do aumento do salário mínimo, e da dependência das ajudas de Bruxelas pouco se tem falado no LdB no que fazer a esse propósito.

Anónimo disse...

Algum desespero na execução do serviço cívico por parte de herr jose.

Então vem agora dizer que ninguém falou em 0%? Não percebe o que se diz ou não apanha o ridículo da questão? Será que se está a candidatar a um lugarzinho?

Depois a cena do comissário "demitido"

Finalmente e a "propósito ",a invocação do investimento ( não anda a ler com atenção; apenas cumpre o servicinho?).

Eis mais uma vez um exemplo de como nada se diz, de como se anda a entreter o pagode.

Um processo de fuga acobardado mas útil como método argumentativo. E o silêncio carregado sobre o denunciado e sobre o banco alemão.

Jose disse...

Cuco, espero que o Nuno Serra não te defenda uma vez mais das tuas trafulhices.
«A probabilidade não foi dita ser 0% em momento algum.» digo eu.

«Então vem agora dizer que ninguém falou em 0%?» diz o Cuco.

O que foi falado foi de que a probabilidade de resgate não era de 0# e nunca se recuou daí dizendo que o era.

Assim devagarinho já lá chegaste?

Anónimo disse...

Pois é.

Deixemos para lá o cuco que aflige o coitado. Pesadelos são pesadelos e o sujeito que lide com eles sem essa choramingue perpétua.

Vamos so que interessa. Bora lá ler de novo a ver se percebe.

Pausa. Para a nova leitura.

Percebeu? Ouve a gargalhada que assombra os 0% em modo de fuga treteirs para ver se escapa do que se debate?

A mediocridade infelizmente também passa por aqui. Nem a chamada de atenção prévia para o ridículo o alerta para o que se diz

Anónimo disse...


Como disse o pensador brasileiro, Leonardo Boff, “O mal não está para ser compreendido, mas para ser combatido.” E e´ verdade!
A EU e´ o maior mal entre todos os males que aos portugueses aconteceu depois da Revoluçao de Abril de 1974.
Va´ la´… deixaram-nos a capacidade de eleger os subdelegados politicos da comissao europeia – aquilo a que chamamos de “Assembleia Nacional” ornamentada de “europeistas convictos” e outros ditos portugueses.
Bem entendido, a Arte de Bem Governar ´a portuguesa ficou fora de questao. Ao perdemos a soberania e a capacidade de fazer moeda. Fara´ algum sentido ter um BdP sem moeda? E ainda assim o governador deste parece ter mais poderes que o 1º Ministro.
Lisboa e Porto foram substituidas por Bruxelas e Frankfurt. Ate o Orçamento do Estado tera de ser supervisionado por sua excelencia eminentissima CE.
Temos de aceitar as quotas do azeite, do leite, do pescado e outras.
O rol dos males e´ bem maior como rezam as regras do Mercado Unico
E ainda há quem exija que nos ajoelhamos perante tal coisa… escolham outro!
de adelino Silva

Jose disse...

Adelino, sem a UE a tua pensão levava uma bicada que te punha de joelhos.

Anónimo disse...

Passámos da treta treteira dos 0% para as bicadas e para o convite ao ajoelhar perante a UE.

Há algo de repugnante neste comentário. Não só porque é uma espécie de slogan histérico sem qualquer fundamento como também porque é um convite directo à mais reles submissão.

O serviço cívico passa da gargalhada para o pregão de sítios rascas