sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um sistema irreformável?

«Mas agora que nos afastámos uns quantos passos do precipício - graças, não o esqueçamos, a gigantescas injecções de dinheiro dos contribuintes -, o sector financeiro está rapidamente a voltar ao seu comportamento de sempre. Enquanto o resto do país continua a sofrer com o desemprego crescente, os cheques de ordenado e de compensações de Wall Street estão a crescer para os níveis que tinham antes da crise. E o sector está a aplicar a sua influência política para bloquear mesmo as mais incipientes reformas» (Paul Krugman no i).

«Um ano após a bancarrota do liberalismo, o (pequeno) pânico das oligarquias dissipou‑se; o sistema político parece estar congelado em seu proveito. De vez em quando, um operador mais duvidoso – ou mais azarento – acaba por ficar atrás das grades, entoando‑se nessa altura as palavras mágicas: moralização, ética, regulamentação, G20. Mas depois tudo recomeça como dantes» (Serge Halimi no Le Monde diplomatique - edição portuguesa).

7 comentários:

Rui Costa disse...

Pois não é evidente que um sistema que agora sabe ter uma rede de segurança que entra em acção quando os seus desmandos deixam de ser sustentáveis não tem qualquer incentivo em se auto-disciplinar?

Enquanto os custos dos excessos não forem suportados por quem é responsável pelos excessos continuaremos a assistir a comportamentos que nos trarão crises cíclicas cada vez mais frequentes e agudas...

Miguel Fabiana disse...

Rui,

É uma perspectiva...

... outra perspectiva, seria perceber que a Economia é muito mais do que aquilo que é feito no sub-sistema financeiro, numa perspectiva do Sistema Económico. Se juntarmos a essa perspectiva a utilidade da Economia, como sendo tudo o que melhora a qualidade de vida de TODOS os seus agentes/actores. Chegamos á conclusão que a perspectiva económica per se, não chega para poder ser "útil" á ... Economia !

O problema é que os responsáveis pelos excessos SOMOS TODOS, incluindo todos aqueles que os DEIXAM ACONTECER !

Acho que o "momentum" passou-nos pela frente e deixamos mais uma vez que os mesmos tomassem as rédeas á "fera" !

...vou ali comer umas fatias de bolo-rei e já venho...depois de instalar o anti-virús e a firewall...

moi disse...

mas o sistema voltou ao de sempre porque queremos , né? comigo não iam longe. nem cartão de crédito tenho : sou mesmo contra , acho que é o primeiro passo para esta feira de horrores. a vida é difícil e não é crédito ou o banco que a tornam mais fácil . como veêm só a pioram. fico doente quando leio que os apoios às pmes se resumem a facilitar crédito : metam isso num sitío que eu cá sei. fazer do banco nosso eterno sócio maioritário ? só para palermas. compensa mais fechar.

Diogo disse...

O «precipício» foi uma ilusão confeccionada pelo monopólio bancário. Já o fizeram várias vezes nos últimos 100 anos. Basta recordar.

Miguel Rocha disse...

Bem visto Diogo. E infelizmente, os governos estão cada vez mais dependentes dos grandes cartéis de bancos internacionais (devido à dívida). Ou seja, o que prevejo é que as decisões políticas estarão cada vez mais condicionadas pelos "decisores" bancários. Porém, os Bancos "não podem" falir devido às extensas externalidades negativas que se fariam sentir. Enfim...quero ser banqueiro!

A sina de todos nós: privatização dos lucros, socialização dos prejuízos!

Prevejo que da próxima vez haja mais sangue nas ruas se não se fizerem reformas de grande plano ao Capitalismo actual.

GOD HAVE MERCY ON US!

Eduardo Freitas disse...

Deixem-se de tretas, leiam Schumpeter! Pode ser que aprendam algo.

croky disse...

Depois de o ler ainda quis mais a queda do sistema.

Qual reforma e sistemas dinâmicos não lineares qual quê ? Linhas sinusoidais ? Schumpeter, Simiand, Keynes ?!

Que se lixe a elite e a estética ! Venha mais uma à francesa !