Há vinte e cinco anos, como líder partidário, tinha viabilizado três Orçamentos de que, em larga medida, discordava, só porque era um momento especialmente importante para Portugal e, por isso, se tratava de Orçamentos, também eles, especialmente importantes. Para que Portugal não viesse a ficar fora do avanço para a moeda única.
Este excerto do discurso de ontem de Marcelo soa mais a confissão: o bloco central dos interesses funcionou, aprovando orçamentos, para que Portugal não ficasse de fora do retrocesso da moeda única, sacrificando elementos cruciais da soberania em nome de uma míope imaginação do centro. Marcelo não tinha divergências de maior com o Guterres dos iludidos anos noventa.
É precisamente este estilo de política que as esquerdas terão sempre de rejeitar. Como sublinham José Gusmão e Vicente Ferreira, falemos de orçamentos realmente existentes, de programas, de avanços que nunca interessaram a Marcelo e ao tal bloco central.
1 comentário:
Acho muito bem que os rejeitem, se é essa a vossa convicção. Só que assim ficam reduzidos a uma mera condição de Partidos de Protesto, tornando a representação dos vossos eleitores em larga medida inútil (quem só se opõe não constrói nada), porque os acordos se farão sem vocês e seguramente terão a marca do centro se PS só puder falar com o PSD.
Veremos pois o que os ditos eleitores pensam disso...
Entretanto, sugere-se que quem quer realmente ser alternativa, em vez de simplesmente resistência, se una de alguma forma, para potenciar essa mesma alternativa... Foi afinal assim que o Unidas-Podemos chegou ao Poder em Espanha.
Enviar um comentário