domingo, 31 de agosto de 2025

É mesmo preciso reverter


Repito-me, perante a notícia de que os dividendos enviados para o estrangeiro atingiram, em 2024, quase 8 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde 2010:

Desde os anos 1980 que os comunistas portugueses alertam para os efeitos negativos no desenvolvimento soberano, no controlo democrático da economia e, portanto, no resto da vida social, da reconstituição de grupo económicos privados em setores estruturalmente geradores de poder e de superlucros, provando-se, de resto, que aí só a propriedade pública é propriedade nacional. O país tem sido sangrado pela transferência de recursos para o exterior, sob a forma de juros, lucros e rendas, dado o controlo externo crescente de setores nacionais absolutamente estratégicos, geridos em função de negócios cada vez mais estrangeiros.  

Nem de propósito, no próximo sábado, pelas 16h30m, na festa do livro da Festa do Avante!, Paulo Coimbra apresentará um livro coletivo importante sobre as privatizações na companhia de Manuel Gouveia.

6 comentários:

José Cristóvão disse...

Já nem é ao fascismo/Estado Novo que regredimos: é ao liberalismo do século XIX, quando a nossa economia estava parasitada por interesses rendeiros estrangeiros que controlavam setores estratégicos portugueses.

Henrique Chester disse...

Boa vou la estar e comprar o livro

Anónimo disse...

Obrigada João Rodrigues pelos seus posts tão pertinentes. Até dói ler isto. Como foi possível vender tudo neste país?
Já não posso assistir a outro 25 de Abril - o dia mais feliz da minha vida, como cidadã portuguesa- mas espero que os meus netos possam assistir e participar com a mesma alegria e esperança. Temos de sonhar!

Carlos Antunes disse...

Deixo-vos uma pergunta:
Qual seria o valor que o Estado (contribuintes portugueses) teriam de pagar para a reversão para a propriedade pública das empresas e sectores estratégicos nacionais (energia, telecomunicações, etc., etc.), a maioria deles nas mãos de estrangeiros?


Anónimo disse...

E votos? Os malfadados votos necessários para tal proeza? Quem convence os portugueses das alegrias das privatizações?

Anónimo disse...

Não sabemos. Mas não se (re)privatize a TAP (à cautela!) e sempre se pagará menos.