Esta fotografia mostra uma idosa de mais de oitenta anos a ser carregada pela polícia para ser presa. Pode ser acusada de terrorismo e condenada a 14 anos de prisão por ter exibido um cartaz numa concentração. Apelava ao fim do genocídio e dizia Palestine Action, nome de uma brava organização. Ontem, a polícia prendeu mais de quinhentas pessoas em Londres, metade com mais de sessenta anos.
Mas esta fotografia revela também uma aposta política plausível: o ignominioso partido trabalhista, tão representativo da deriva com décadas da social-democracia europeia, acabou. O seu último ato foi de ativa cumplicidade com o genocídio cometido pelo colonialismo sionista, estando de resto bem acompanhado pela social-democracia alemã, em modo 1914, em modo de apoio a crimes contra a humanidade. Também os há assim em Portugal, por ação e omissão.
No ano passado, a atual ministra da administração interna britânica, Yvette Cooper, responsável pela ilegalização da Palestine Action, sob acusações falsas de ser uma organização terrorista, recebeu um financiamento de campanha de mais de duzentas mil libras por parte de sionistas. O dinheiro é quem mais ordena no capitalismo puro e duro, sempre prenhe do imperialismo genocida.
Ontem foi o dia em que Jeremy Corbyn e Zarah Sultana chamaram os manifestantes londrinos pelo nome que mereceram: heróis. O seu partido em formação, já com mais de meio milhão de aderentes, é a alternativa que vai acabar com as últimas encarnações do duradouro triunfo de Thatcher, os criminosos Blair, Starmer e companha limitada. Sem apostas esperançosas é como se tivéssemos desistido.
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