quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Mobilidade descendente


Contado não se acredita, mas José Luís Carneiro teve o atrevimento de dizer isto

“Entre a Lousã e Serpins, viajamos no novo Metro de Superfície do Mondego: uma infraestrutura decisiva para aproximar territórios, reduzir desigualdades e afirmar a mobilidade sustentável como prioridade para o futuro do país.” 


O comboio foi destruído há uma década e meia e o metro nunca chegou. Trinta e cinco quilómetros de linha, construída entre os anos 1880 e 1930, foram arrancados, culminando na destruição da estação central de Coimbra (Coimbra A) em 2025, com o correspondente encerramento da ligação ferroviária a Coimbra B. 

A obra do chamado Metro Mondego tem décadas e foi originalmente pensada para ser de facto um metro de superfície. Tornou-se na expressão da desigualdade territorial que a austeridade permanente não cessa de gerar. Acabou num imenso retrocesso, dado que o comboio é o transporte do futuro. As populações tiveram razão na sua contestação.


Em seu lugar, acabámos num autocarro com via dedicada que entra pela cidade de Coimbra adentro. É um autocarro, é um autocarro. Nem falo do impacto visual da via dedicada, uma obra pesada ainda em curso. Coimbra já teve elétrico até aos anos 1980, foi arrancado, expressão do triunfo do automóvel. 

Que podemos esperar do P sem S? Já só que perca o P...

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