A constatação da falência do fundamentalismo de mercado livre e a defesa de medidas como a nacionalização da banca, a tributação das mais-valias obtidas pelos gestores de hedge funds em sede de IRS, uma regulação financeira de natureza contra-cíclica e medidas de combate aos movimentos especulativos (a começar por uma taxa sobre as transacções financeiras), são posições que não vemos habitualmente ser tomadas pelos representantes dos interesses financeiros.
George Soros, o conhecido especulador e filantropo, já nos acostumou a um tom distinto do que é habitual. Ainda assim, vale a pena ver esta entrevista. Soros correrá sempre o risco de ser visto como um cínico. Mas ele conhece como poucos o funcionamento dos mercados financeiros e a sua mensagem é clara: enquanto não for posto um travão no sector financeiro, as crises vão suceder-se e agravar-se. Se deixarem tudo como está, ele e muitos outros continuarão a fazer dinheiro, muito dinheiro. Mas é cada vez mais difícil alguém acreditar que isso serve outros propósitos que não os dos especuladores.
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