sábado, 6 de março de 2010

Justiça e Paz


A Comissão Nacional Justiça e Paz no seu mais recente documento evoca as palavras de Bento XVI: “A crise financeira que atingiu as nações industrializadas, as nações emergentes e as que se encontram em desenvolvimento, mostra de modo claro como os paradigmas económicos e financeiros que foram dominantes nos anos recentes têm de ser repensados”.

No entanto, constata a CNJP: “quanto mais o tempo avança, mais nítido se torna que algumas das causas da crise se estão reconstituindo e, com elas, os riscos contidos na situação anterior à crise. Vozes autorizadas têm alertado para a situação. Não é forçoso que, ao se libertarem da crise, os sistemas financeiros e económicos da maior parte dos países do mundo se vejam isentos de riscos idênticos aos que causaram os problemas que ainda não ultrapassámos… Entretanto, as instituições internacionais, cuja autoridade parecia gravemente abalada pela crise, avançam, uma vez mais, com o seu receituário habitual no sentido do reequilíbrio orçamental a todo o transe, e da redução dos custos salariais, nomeadamente com o salário mínimo, o controle das pensões, etc.”

São palavras corajosas, contra a corrente. São palavras sábias: “a crise deu visibilidade ao que não soubemos ou não quisemos ver, e seria uma oportunidade perdida se não tirássemos dela as lições que contém”.

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