terça-feira, 30 de março de 2010
Entrevista à Rádio Europa Lisboa sobre a Representação Política em Portugal
Para quem quiserar saber mais sobre a representação política em Portugal, a propósito de dois livros colectivos recentemente editados pela Sextante, permito-me recomendo a entrevista de 50 minutos feita a André Freire (eu próprio, pois claro) pela jornalista Mónica Peixoto, da Rádio Europa Lisboa, pode ser ouvida na integra aqui
Bons estímulos!
E desculpem a imodéstia!
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5 comentários:
Há uma expressão popular “gaba-te cesto” que não sei explicar nem aplicar bem. Palavra que pensei nela, antes de ir ouvir a sua entrevista. Sinal de que o escutei com sentido crítico apurado. Gostei, foi um verdadeiro estímulo à reflexão. Razão até porque parei na primeira parte. Aspecto mais forte é a imagem que dá da carta de navegação que é passada do eleitor ao eleito. Pena é que o estudo, ao que parece, não vá depois medir directamente o nível de satisfação quanto ao cumprimento da rota ou, se quiser, quanto ao sentido que os políticos estão a dar à sua intervenção (independentemente de tomarem por vezes direcções contraditórias) . Julgo que os resultados também contam, mas já são um factor que poderá jogar com outras variáveis… Um outro aspecto é a omissão do papel dos média como factor de ruído e perturbação no funcionamento da Democracia. Mas vou ouvir a 2ª parte, talvez esse aspecto seja aí abordado. Para já, retenha esta minha nota que também é de apreço.
Ouvida a 2ª parte, confirmo o interesse na condição de cidadão eleitor. Não vi, como esperava, qualquer referência á intromissão dos média na formação dos entendimentos de compreensão dos eleitores ou de cooperação/alianças entre os partidos. Possívelmente será tema vasto e igualmente complexo a carecer de outro estudo. Contudo, este vai merecer a minha atenção.
Ouvi a entrevista durante a tarde enquanto trabalhava. Telefonei à minha livraria do costume a perguntar se tinham o livro e reservei-o - corri para a livraria mal saí do trabalho e este fim-de-semana prolongado vem mesmo a calhar para me dedicar ao livro!...
Fico a pensar se o Prof. Freire teria tempo para uma orientação de tese?
Caro Rogério,
Obrigado pelos seus comentários.
E sim, tem razão, a influência dos mass media na representação política não está estudada neste livro.
E é importante, claro: um tema para futuras edições...
(embora tenhamos estudado uso das TIC (Tecnologias de informação e comunicação) pelos deputados nas suas relações com, nomeadamente, os eleitores).
Devil's little sister (?),
Obrigado pelo seu interesse também.
E quanto a orientação de teses, depende de:
1) timings;
2) tema;
3) uma conversa.
Ciao
André Freire
Da sua percepção sobre o posicionamento do eleitorado de esquerda (maioritariamente favorável a uma coligação à esquerda) em contraste com as posições das direcções do PS, PCP e BE, acha que se pode concluir que se o PS, por exemplo, tivesse políticas - face directamente ao eleitorado potencial do BE/PCP - enquanto governo, que parecessem ao eleitorado próprias de um governo de esquerda, ele seria recompensado nas eleições seguintes pelo voto deste eleitorado mesmo contra a vontade dos deputados destas bancadas não dariam?
Não lhe parece em suma que se o PS quisesse fazer uma política francamente mais à esquerda ele conseguiria a maioria necessária para isso, na medida em que o eleitorado ávido de uma convergência à esquerda penalizaria o BE e o PCP se visse um PS determinado em reduzir desigualdades sociais, a desenvolver políticas activas de combate ao desemprego (tendentes ao pleno emprego - não se disse keynesiano Sócrates em plena Assembleia da República)?
Sinceramente acredito que na actual legislatura se o PS quisesse ter uma postura e políticas bem mais à esquerda ele seria em seguida recompensado pelo voto - exactamente por causa da vontade deste eleitorado de esquerda de convergências à esquerda - e que uma recusa ou inflexibilidade do BE e do PCP teriam como consequência uma perda da votação destes partidos. O que os 20% de votos PCP/BE parecem querer dizer é que o PS poderia governar solidamente com maiorias absolutas reduzindo o PCP/BE a metade da sua votação, se em vez de privatizações e de diminuição dos apoios sociais, entre outros, o PS desenvolvesse políticas sociais-democratas a sério e coerentes.
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