terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mais vale tarde do que nunca !

Finalmente um lampejo de decência intelectual. Está aqui.

Agora vai ouvir das boas na próxima reunião do Conselho do BCE.

É caso para dizer, mais vale tarde do que nunca !

Para um debate mais informado sugiro a leitura dos seguintes textos: Palley, Krugman, Münchau, National Journal. Para uma crítica do senso comum sobre a Dívida Pública, ver o dossier do Le Monde Diplomatique (edição portuguesa de Julho 2008).

11 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Qual é a novidade? Os socialistas gostam muito de gastar o dinheiro que não têm, e deixar para os outros pagar no "longo prazo", aquele tal que não importa nada.

L. Rodrigues disse...

Os "capitalistas" também não se importam nada de gastar o dinheiro dos outros e alguém que pague a factura.
Ah, já me esquecia... a crise financeira é culpa dos "socialistas"... e os banqueiros não são Verdadeiros Capitalistas.

Rui Fonseca disse...

Ora aqui está um tema que merece umas contas e não apenas umas palmas de apreciação apologética.

Não é a primeira vez que Vítor Constâncio defende a ideia de que o endividamento não é uma variável crítica na prossecução de uma política de crescimento económico (agora de combate à crise)da economia portuguesa integrada num espaço alargado coligado por uma moeda única.

Ainda há bem pouco tempo um ex-governador do BP (http://quartarepublica.blogspot.com/2009/01/10-anos-de-euro-algum-motivo-para.html)chamava a atenção para o silêncio do actual governador a propósito dos dez anos do SME e criticava a posição de VC a propósito da neutralidade
da dívida.
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Temos, portanto, um tema que opõe frontalmente dois economistas, um dos quais teve e outro tem a responsabilidade máxima no BP.
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E a minha questão não é tanto a de saber de que lado está a razão (embora todos gostássemos de saber, suponho eu) mas se se trata de um problema inexpugnável em termos objectivos e, portanto, quantificáveis, ou não terá resposta cientificamente irrefutável, pelo menos transitoriamente, e terá de tombar irremediavelmente para o campo subjectivo a receber palmas ou apupos consoante os admiradores.

Uma conclusão parece admissível: Se o Mississípi se endivida (ou a Califórnia) para além do seu nível de resistência (a partir do qual alguma coisa tem de acontecer que inverta a tendência) o consumo e o investimento retrocedem, o desemprego aumenta e a emigração acelera. O Mississípi não emite moeda.

Se a dívida externa portuguesa continua a progressão ao ritmo actual alguma coisa acontecerá porque é impensável que possa crescer indefinidamente. E a emigração não parece ser a válvula de escape, sobretudo nas actuais circunstâncias.

Alguém sabe que saída vislumbra Vítor Constâncio?

Ou, mais metodicamente, alguém sabe fazer umas contas?

Filipe Melo Sousa disse...

Aí está caro L Rodrigues: os capitalistas não o obrigam pela força a investir o dinheiro no negócio deles.

Já o mesmo não se pode dizer do colector de impostos, que cuida muito bem daquilo que nos rouba à força para usar em:
- almoços da Gebalis
- elefantes brancos
- saco azul da Carris
- empresas "privadas" dos amigos
- programas de incentivos em empresas que não existem
- etc
- etc
- etc

Anónimo disse...

Salvo o devido respeito, não estou de acordo.
Estou de acordo que mais vale tarde do que nunca, mas não neste caso porque isto são lágrimas de crocodilo.!
Este Sr Viaro já se devia era ter demitido há muito.

L. Rodrigues disse...

"os capitalistas não o obrigam pela força a investir o dinheiro no negócio deles"

Você insiste nisso contra toda a evidência. Esse capitalista não existe. Nem aqui, nem nos EUA nem na China.

Fantasias (ou idealismos para ser simpático) à parte, é apenas uma questão de decidir a quem serve o Estado: Se a muitos sem outro poder que o do voto, e se a poucos com o poder da influência e do dinheiro. O nosso cai, bastante, na segunda tendência, mas nao é impossivel que os pratos da balança ao menos se equilibrem.

Tiago Loureiro disse...

Se Sócrates discorda de Cavaco em relação a esse assunto, é natural que Constâncio também discorde. Se é que me faço entender...

http://o-espelho-magico.blogspot.com/

Filipe Melo Sousa disse...

LR, o "poder do dinheiro" a que se refere apenas e mais nada é do que o direito a ficar com aquilo que se produziu.

O segundo a que se refere, é nada mais do que o direito daqueles que não produziram nada (e continuam dispostos a não produzir) a apoderar-se dos primeiros. Não esquecer que pelo caminho desta injustiça canibalesca é desperdiçado metade do saque para alimentar a elite iluminada (almoços da Gebalis, Carris, Epul, Programas de incentivos, Pedip, fundos perdidos, etc.. e muitos mais dos quais nem ouvimos falar... )

L. Rodrigues disse...

O Filipe vive num Mundo sem História.

Wyrm disse...

Realmente Filipe, é com cada boutade que me pergunto se não terás o hábito escrever fumado.

:D

Filipe Melo Sousa disse...

Considera portanto o Wyrm que esse uso de dinheiros publicos: 500 de grojeta para gratificar o empregado, e ser tratado como um rei, é o que as pessoas esclarecidas e iluminadas acham por bem.