quinta-feira, 29 de maio de 2008

Uma boa questão

«Por que não nacionalizar» a Galp? A pergunta de Mário Crespo é pertinente. A privatização da Galp foi uma grande irresponsabilidade: desperdício de recursos públicos e enriquecimento de alguns grandes capitalistas. As virtudes da existência de um sector empresarial do Estado começam a ser reconhecidas. Pragmatismo. Sobre este tema ver o que já escrevemos aqui, aqui ou aqui.

1 comentário:

João Dias disse...

O Mário Crespo questiona porque "não nacionalizar a Galp?".
Estou incrédulo, até ao preciso momento me que li isto era ateu...
:->

Já agora, acho que existem condições algo únicas para que este enriquecimento esteja a ter uma maior reacção da sociedade do que, por exemplo, o da banca:

1. Os mecanismos de enriquecimento através dos combustíveis é mais claro. A sociedade percebe mais rapidamente que não existem razões plausíveis para aumentar os preços, até porque se os lucros aumentam quer dizer que, logicamente, os custos de produção foram claramente compensados (eufemismo) mesmo em relação a anos homólogos.

2. A subida dos combustíveis pesa sobre "toda" a sociedade, mercado produtivo, transportes públicos e individuais, sendo até a pobreza a menos afectada pelo aumento dos combustíveis (a pobreza pode ser afectada pelo aumento dos bens de consumo que por sua vez justificam esse aumento com o aumento dos combustíveis, no entanto não sofrerá tão directamente porque não usará transporte individual). Em relação à banca, são precisamente as classes baixas que se vêm endividadas, porque as outras tem capacidade para não recorrer ao crédito, ou recorrer com uma margem de segurança muito mais confortável.