O número de Maio do Le Monde Diplomatique - edição portuguesa escrutina com a profundidade habitual alguns temas muito relevantes. Para além da espuma dos dias. Destacam-se os seguintes:
«De acordo com os dados oficiais, trinta e seis países enfrentam a trágica ameaça de uma crise alimentar. As instâncias internacionais já anunciaram ajudas financeiras, mas a gravidade da situação vai multiplicando o desespero entre as populações afectadas e os motins da fome já fizeram vários mortos em países do Sul. Os artigos ‘Como disparou o mercado mundial dos cereais’, de Dominique Baillard, ‘São raros os agricultores que cultivam trigo’,de Anne-Cécile Robert e ‘O Egipto dos ventres vazios’, de Joel Beinim, compõem o dossiê ‘Especulação, crise alimentar, motins da fome’.
A entrada de fundos de investimento detidos por Estados e bancos centrais no capital de multinacionais é um dos elementos perversos da grave crise económica que marca o mundo nos dias de hoje. Os Estados assumem, deste modo, o papel de «salvadores» da globalização selvagem que vai desordenando o mundo. Ibrahim Warde escreve sobre o tema em ‘Predadores, salvadores ou míopes?’.
Na Alemanha, um novo partido que reúne várias forças de esquerda está a agitar a tradicional bipolarização da política,como pode ler-se na reportagem de Peter Linden, ‘O novo partido que muda a paisagem política alemã’.
Após a guerra colonial e a guerra civil em Angola, que estratégias de desenvolvimento pode o país adoptar? A reportagem de Augusta Conchiglia, ‘Pós-guerra e ouro negro em Angola’, realça as contradições de uma paz em que os petrodólares e as novas infra-estruturas coexistem com uma pobreza galopante e injustiças sociais crescentes.
No início de Março, cerca de 100.000 professores responderam ao apelo dos sindicatos
e manifestaram-se em Lisboa contra as medidas do Ministério da Educação. Com a luta dos professores em pano de fundo, António Avelãs, no artigo ‘A força e a fraqueza do sindicalismo’, reflecte sobre o papel e as estratégias dos sindicatos».
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1 comentário:
É provavelmente a melhor edição jornalística em português. Depois de ler o Le Monde Diplomatique e os seus artigos de fundo fica-se com uma sensação de "frescura" (embora em muitos deles a realidade seja pesada).
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