Sugiro assim, neste dia de forçado silêncio sobre o destino da pátria, uma plebeia reflexão, combinando Homero com uma música viral: "Olarilolé/ Olarilolei/ Ler assim sabe tão bem”…
Pacheco Pereira acaba bem o seu artigo. O problema é o resto, aquele discurso mais ou menos decadentista sobre o país das redes sociais, velha pecha de articulista de uma certa geração e orientação elitista liberal, que anda, neste campo, a confundir género humano com Manuel Germano, como diria o grande Mário de Carvalho. Hoje, lê-se mais do que nunca, note-se. E lê-se de tudo, do bom e do mau, como sempre.
Pereira refere a Guerra e Paz. Quando a li na adolescência, estava disponível uma edição miserável da Europa-América. Hoje, temos a edição da Presença, traduzida diretamente do russo por Nina Guerra e Filipe Guerra. E vende e é lida. No outro dia, vi uma aluna a lê-la.
Sim, as boas alunas nas universidades lêem e muito. Sim, os bons alunos são melhores do que éramos no meu tempo, ainda me lembro. Os maus são maus, como sempre foram, certa e infelizmente. O desvio padrão é maior, talvez. Há muito a fazer. Mas a massificação, a democratização ainda incompleta, tem operado magias na educação, na cultura e na ciência em Portugal. Não duvidemos disso nem por um segundo.
Que não haja qualquer saudade do passado nestas áreas.
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