À boleia do crescimento nominal da economia, puxado pelos escassamente produtivos turismo e tijolo e pela inflação, “em 2023, o setor das Administrações Públicas (AP) apresentou um saldo positivo (capacidade líquida de financiamento) de 3 194 milhões de euros, correspondente a 1,2% do PIB (-0,3% em 2022)”, informa o INE.
Por sua vez, “o saldo primário, correspondente ao saldo global líquido da despesa em juros, foi positivo, tal como em 2022, tendo melhorado 5 mil milhões de euros, para 8 945 milhões de euros.” A despesa com juros cresceu 23,3%, a rubrica com maior crescimento, graças à política de classe do BCE.
Os saldos são uma variável sobretudo endógena, dependente do andamento da economia e de muitas decisões que não são nossas, incluindo os constrangimentos orçamentais e monetários impostos pela UE e pelo BCE.
O governo, com a sua escassíssima margem de manobra, fez algumas mudanças para que tudo permanecesse na mesma: o investimento público subiu menos do que o previsto, perpetuando valores no PIB dos mais baixos da UE e mantendo os serviços e equipamentos públicos à míngua, com profissionais justamente insatisfeitos.
Foram ortodoxos até dizer chega. De facto, as direitas cada vez mais extremas foram as principais beneficiárias de uma política de extremo-centro europeísta. Esta passa, à boleia de intensa propaganda ideológica, por “socialismo”.
3 comentários:
Mas a malta do PS anda por aí a ganir, o meu dinheirinho, o meu rico dinheirinho. Parecem a Morgada da Queda de um Anjo a entrar na casa da amante do marido em Sintra.
Quem diria, o PS com o discurso das arcas cheias de Salazar. Deve ser a chamada borderline personality: ora dá Sócrates ora dá Medina.
Cá para mim o PS achava que tinha encontrado a fórmula vencedora para anular a direita, por via das "contas certas". Não ter percebido o que estava a fazer ao país, às pessoas, é uma absoluta anulação de qualquer resíduo de socialismo.
PNS talvez tivesse a ideia/sensibilidade certa, mas pelo sim pelo não foi preventivamente anulado, antes que a TV lhe desse o perfil público necessário para ganhar eleições.
Passos Coelho quis ir "além da troika"; Cento e Medina (com o apoio indesmentível de Costa) foram além das regras dos tratados orçamentais.
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