Sara Barros Leitão é uma intelectual pública imprescindível: lê e escreve, interpreta, encena e representa, dirige e é dirigida.
Assisti ao seu “guião para um país possível” no dia 8 de março, no fim da campanha eleitoral, com os sentidos e os sentimentos mobilizados. Há muito tempo que não tinha uma reação assim a uma peça de teatro: expetativa, surpresa, riso, pensamento, lágrimas, as da alegria e as da tristeza.
Estava ali o amor a uma democracia intensa, à sua teatralidade, à sua verdade, às suas partes e aos seus apartes; o amor às palavras ditas, aos corpos que as proferem; o amor a um país cujos avanços são os da sua limitada democracia.
Não sou crítico, fui apenas um espectador entusiasmado da sua peça no Teatrão, em Coimbra, e, já agora, da sua leitura de Maria Velho da Costa no serviço público que dá pelo nome de RTP Play: este seu iluminismo radical ajuda-nos a ir refletindo, agindo, em tempos sombrios.
1 comentário:
preciosismo antropológico: não precisamos de guiões, não somos atores, somos agentes.
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