quarta-feira, 20 de março de 2024

Ainda os resultados das eleições

É de facto impressionante a quase equivalência entre o aumento do número de votos no Chega e o aumento total de votos entre as legislativas de 2022 e de 2024, que Vicente Ferreira já referiu aqui. Basta fazer contas, seja a que escala for, como assinalou João Maria Jonet, e tornam-se ainda mais nítidas as representações gráficas divulgadas há dias por Pedro Magalhães. Um exercício à escala dos distritos, por exemplo, resulta no seguinte:


De facto, não só em 7 dos 18 distritos a diferença é inferior a mil votos, como são 9 os casos em que o aumento da votação no Chega é superior ao aumento da participação eleitoral em termos globais, sendo que nos distritos de Braga, Guarda, Portalegre, Santarém e Viana do Castelo, a diferença a favor do Chega supera os mil votos. Isto não significa, claro, que o acréscimo de participação eleitoral entre 2022 e 2024 tenha linearmente desembocado no Chega. Mas que a esmagadora maioria do aumento de votos se refletiu na votação neste partido não oferece muitas dúvidas.

Vicente Ferreira já assinalou, no seu post, as razões que ajudam a compreender esta votação inédita, entre nós, num partido de extrema-direita, não fazendo sentido associar os resultados a um ou outro motivo em particular. E vale também a pena, neste âmbito, juntar outras leituras, como a de um texto de Pedro Magalhães de 2019, no Expresso, a par dos artigos recentes de Ricardo Paes Mamede e de José Pacheco Pereira no Público.

1 comentário:

Vítor Serpa disse...

Então para onde foram os votos do PS, alguém é capaz de explicar?
Experimentem fazer uma representação gráfica com os votos que o PS perdeu e os que o Chega ganhou e analisem s.f.f.