terça-feira, 14 de julho de 2015

Provincianismo e dissimulação?


Talvez não tenha sido apenas um impulso de vaidade bacoca que levou Passos Coelho a anunciar que foi uma ideia sua, «utilizada pelos negociadores com o primeiro-ministro grego», que «ajudou a desbloquear as negociações». De facto, se pensarmos no desconforto da posição portuguesa, falha de solidariedade para com o governo grego - quando o nosso país corre seriamente o risco de se poder vir a converter na «próxima Grécia» - pode haver algo de mais político nesta revelação aparentemente inócua e desinteressada do primeiro-ministro português.

Perante os níveis de chantagem e pressão atingidos, no cerco montado a Tsipras e Tsakalotos, Passos Coelho bem pode ter sentido a necessidade de uma certa demarcação face à ofensiva a que se associou, fazendo assim por momentos o papel de «polícia bom». Ou seja, comportando-se como um torcionário que procura atenuar o significado dos seus actos cúmplices, dizendo que até ajudou a levar o recluso de regresso à cela, depois de participar activamente na violência do interrogatório a que esse recluso foi sujeito.

8 comentários:

Anónimo disse...

Ai, agora o nosso querido Primeiro dá-se a liberdade de ter "ideias"? E eu a pensar que ele só abria a boca quando a Senhora Merkel, essa grande representante da "Herrenvolk", fazia os seus numerozinhos de ventriloquismo. E, ainda por cima "desbloqueia"? Não querem lá ver que o Messias de Massamá ainda fica nas notas de rodapé da História com o cognome de "Pedro o Grande, o Primeiro Ministro Vaselina com Areia"?

meirelesportuense disse...

A coisa estava a ser tão vergonhosa para com a Grécia, que Pedro Passos Coelho regurgitou, tossiu secamente e a situação desbloqueou-se!..

Aleixo disse...

Se o indivíduo não tem CREDIBILIDADE...

Dias disse...

Tanta saloiice que vemos, e quase não acreditamos...
“M'espanto às vezes, outras m’avergonho”.

Ricardo disse...

E muitos ainda acreditavam que o governo françês podia fazer a diferença.Só alguém muito alienado pela dialética política vigente poderia acreditar que o "socialismo" burguês françês poderia fazer a diferença perante o quadro europeu actual.O sistema bi-partidário(tipo bloco central no euro)tomou conta da política e da estratégia ao serviço do sistema económico/financeiro(representado no bilderberg e afins) e da visão de um mundo de competição entre blocos(já não só entre Estados)onde a Europa está agora(já o estava em outros sentidos)a meio caminho entre o sistema USA e o sistema China.

Anónimo disse...

É necessário recordar que já em 2013 neste blog se rebatia o argumento estafado de que "«Portugal não é a Grécia»".
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2013/11/pela-enesima-vez-portugal-nao-e-grecia.html

Em 2013! Está quase, quase, agora é que é: Portugal "corre seriamente o risco de se poder vir a converter na «próxima Grécia»". Só não se sabe é quando. Mas em 2100 já terá acontecido de certeza, confirmando assim o apurado sentido de premonição.

meirelesportuense disse...

Noticiaram há pouco na CNN, que a Euro-Cimeira de ontem, concluída após uma longa maratona de cerca de 17 horas, foi rapidamente desbloqueada, já que em dado momento começou a soprar um cheiro insuportável dos lados da representação Portuguesa, facto que obrigou todos os responsáveis Europeus a terminarem urgentemente a reunião.

Ricardo disse...

watch video https://artedeomissao.wordpress.com/2015/04/06/poderosa-e-descontrolada-a-troika/