quarta-feira, 1 de julho de 2015

O euro já não é irreversível


Jacques Sapir:
"[Benoît Coeuré, membro do conselho do BCE],numa entrevista dada a um jornalista do Les Echos, admitiu pela primeira vez que uma adesão ao Euro não seria irrevogável e que, de facto, este seria reversível. É evidente que um alto responsável do BCE não fala por si. Isto constitui uma mudança radical de estratégia relativamente às declarações anteriores, e em particular às de Mario Draghi que, pelo contrário, insistiam no carácter irrevogável de uma adesão ao Euro e, portanto, consideravam que este último era irreversível. Ora, um dos argumentos avançados era a necessidade de afirmar essa irreversibilidade do Euro para garantir a sua credibilidade, para além da do BCE. A importância desta cláusula de irreversibilidade devia-se ao facto de o Euro existir sem as instituições indispensáveis a uma moeda única. Assim sendo, a sua existência reduz-se, já o dissemos neste blogue, a um sistema de câmbios fixos entre as moedas dos diferentes países membros."

Lars Syll:
"A História devia servir para aprendermos. Nos anos 30, as nossas economias não saíram da depressão enquanto a loucura daquela época - o padrão ouro - não foi mandada para o caixote do lixo da história. Esperemos que o euro se lhe junte em breve."

11 comentários:

Anónimo disse...

É engraçado que o "centro" político está cada vez mais deslocado para a direita, a ponto de se considerar no diário económico, o Paul Krugman um esquerdista. "Economista de esquerda". Só faltava chamar-lhe socialista ou marxista...
É a prova do analfabetismo económico que por aí anda.

Anónimo disse...

O Euro já acabou. A UE ainda não se deu conta mas e impossível continuar a defender esta aberração monetaria

Jose disse...

Irreversível é a morte, e às vezes só se o INEM se atrasar!

Anónimo disse...

Com a minha idade, se há uma coisa que posso dizer que aprendi é que as palavras 'irreversível', 'irrevogável', 'impossível' (entre outras semelhantes) não fazem qualquer sentido em política (nesse sentido concordo totalmente com o Jose). Espanta-me que não tenha a mesma percepção, caro Jorge Bateira, uma vez que somos sensivelmente da mesma geração.

Anónimo disse...

Depois de tudo o que se viveu, nestes últimos 7 dias, e continuar a insistir na queda do euro, ou nas vantagens da sua inexcistência, ou afirmar que os povos não querem o euro, é obsessão.

R.B. NorTør disse...

Caro 11.25, parece-me a mim que o Jorge tem essa percepção. Infelizmente da política para a realidade vai uma longa distância. Veja-se o que aconteceu a todas as bolsas do Mundo, umas mais outras menos, quando a Grécia (2% do PIB da UE) achou por bem começar a falar de referendo. Politicamente estamos todos protegidos não é?

O que se tinha passado até ao último Domingo é que as palavras e os actos, mesmo quando desavindos, pareciam caminhar no mesmo sentido da irrevogabilidade. Desde Domingo passado está aos olhos de todos aquilo que diz: politicamente esses "i's" todos não querem dizer nada quando confrontados com a realidade. O Jorge sabe isso e parece que o post dele só o ilustra.

Anónimo disse...

“Alguém disse que o euro não e´ nada sem o dólar”
Para mim que ultrapassei os 76, o dólar na europa, metameforzeou-se em euro.
Alias, não deixa de ser patético alardear poder, (como se vestir as calças do pai o filho se faça homem).
Horrorosamente, somos obrigados a usar euros. Por que os Barões, afilhados do Tio Sam assim determinam. A banca dita nacional e´ subsidiária da velha Well´s Fargo!
Os baronetes europeus ate gostam de visitar a Wall Street com cartão de visita para Broadway…vejam la´..! Por o “Catraio com respeito.

Anónimo disse...

Concordo genericamente com a opinião de NorTor.

Quanto a esta frase:"Depois de tudo o que se viveu, nestes últimos 7 dias, e continuar a insistir na queda do euro, ou nas vantagens da sua inexcistência, ou afirmar que os povos não querem o euro, é obsessão".
Isto é a brincar não? Incapacidade para se ler ou para perceber? Ou a senda do caminho único está de tal forma empedernida que as obsessões mais estranhas aparecem como cogumelos alucinogénos?

De


Anónimo disse...

E quando o Inem se atrasar ou não aparecer perguntem aquele ministro que está lá a fazer um brutal serviço ao serviço dos interesses privados na saúde.Olhem como eles engordam ao som do dança ( do ventre) do ministro.
Depois é ver o que estão a fazer ao SNS

É também isto produto directo da governança neoliberal, adepta ferrenha da troika e da permanência do euro como molde "definitivo" para as grilhetas dos povos

De

Anónimo disse...

De facto é um autêntico absurdo a existência de uma moeda unica num espaço geográfico sem que haja as instituições necessárias e os tratados adequados para a sua existência. No fundo em termos de Direito Internacional Publico o que é a zona Euro? Não é uma Confederação e muito menos uma federação ,temos de admitir que não é nada. É uma amalgama de Estados diferenciados, com Estados dominantes que benefeciam da moeda unica e outros Estados que são prejudicados por ela mas com Governos "colaboracionistas" que apoiam os primeiros.
Desde há muito tempo que é notório que a Eurocracia de Bruxelas comandada pelos governos dos Países dominantes que benefeciam do Euro ,adoptaram como política económica o Monetarismo tornando oficial essa política, para todos os Estados , mesmo que haja um Estado que possa ter um Governo legalmente eleito que saia do alinhamento, Esse governo é imediatamente vítima da chantagem.Alem disso existe ainda o FMI que é uma instituição que serve precisamente os mesmos propósitos.
Julgamos ser lícito podermos afirmar que a zona Euro é hoje um espaço de monolitismo político.
O caso Grego é um exemplo da existência de uma grave crise moral dos países do Euro pois trata-se de um ataque cerrado a um país seu aliado , ainda para mais fazendo parte de uma aliança militar que é a NATO , da qual a quase totalidade dos países do Euro fazem parte.
Pensamos que hà já fortes indícios que os Estados dominantes se preparam para a expulsão da Grecia do Euro, embora os tratados não prevejam essa penalização.

meirelesportuense disse...

Na verdade a Christine -mesmo a precisar de ferro de engomar- sempre é mais apetecível que o Dominique, só não entendo bem como ela tramou o velho Wilfried e o relegou para as calendas Gregas.