quinta-feira, 9 de julho de 2015

Memória (VIII)



Pedro Delgado Alves (ontem, no Debate do Estado da Nação)

«1. O sujeito - Pedro Passos Coelho - que aumentou o IVA da restauração e da energia, e queria aumentá-lo outra vez para reduzir a TSU das empresas, diz que foi só uma recomposição do cabaz de bens?
2. O sujeito - Pedro Passos Coelho - que retirou o RSI e o abono de família a milhares de pessoas e reduziu as prestações do RSI e do complemento solidário de idosos diz que os cortes não afetaram os mais pobres?
3. O sujeito - Pedro Passos Coelho - que só não cortou nos salários e pensões a partir de 600-700 euros e só não cobrou impostos sobre o subsídio de doença e desemprego porque foi impedido pelo Tribunal Constitucional, diz que os cortes não afetaram os mais pobres?
4. O sujeito - Pedro Passos Coelho - que é o primeiro-ministro do país que viu sair meio milhão de emigrantes nos últimos quatro anos, diz que é falso que tenhamos tido mais emigrantes do que a Espanha ou a Irlanda?
5. Chamem-lhe o que ele é, senhoras e senhores deputados socialistas, senhores e senhoras porta-vozes do PS, chamem-lhe mentiroso, aldrabão, indiferente ao sofrimento do seu próprio povo e indigno das funções que exerce! Chamem-lhe o que ele é, não tenham medo! Ou pensam que ganham a luta com vénias e salamaleques?»

Augusto Santos Silva (via Câmara Corporativa)

8 comentários:

Anónimo disse...

O Passos é aldrabão, mentiroso, corrupto, vendido e sem carácter.

Jose disse...

Os socialistas do PS estão perto de um ataque de nervos.
Ai de quem lhes ameaçar o regresso ao poleiro!
Eles, os cúmplices indesmentidos do Pinóquio, agora 44.
Eles, os treteiros maiores da 'enorme sensibilidade social'.
Eles, fazedores de estatísticas e análises macro...

Pena não mostrarem a reacção do PPC

Diogo disse...

Por Juan Torres López [Professor catedrático do Departamento de Teoria Económica na Universidade de Sevilha.]

Qualquer pessoa que tenha precisado de devolver um empréstimo sabe o que significam os juros na hora de pagá-lo. Um empréstimo recebido, por exemplo, a 7% ao ano implica ter de devolver quase o dobro do capital recebido ao fim de dez anos.

Tanto é o peso dos juros acarretados pelos empréstimos que durante muito tempo considerou-se que cobrá-los acima de determinados níveis mais ou menos razoáveis era considerado não só um delito de usura como também uma acção imoral, ou inclusive um pecado grave que condenaria para sempre quem o cometesse.

Hoje em dia, contudo, quase todos os governos eliminaram essa figura criminosa e parece a toda gente natural que se cobrem juros legais de até 30% (isto é o que cobram neste momento os bancos espanhóis aos clientes que ultrapassam a sua linha de crédito) ou que haja países afundados na miséria não exactamente pelo que devem e sim pelo montante dos juros que hão de pagar.

Os países da União Europeia renunciaram a ter um banco central que os financiasse quando precisassem de dinheiro e portanto têm que recorrer à banca privada. Em consequência, ao invés de se financiarem a 0%, ou a um juro mínimo que simplesmente cobrisse os gastos da administração da política monetária, têm de fazê-lo e 4%, 5%, 6% ou inclusive a 15% em certas ocasiões. E isso faz com todos os anos os bancos privados recebam entre 300 mil milhões e 400 mil milhões de euros em forma de juros (será, ainda, preciso explicar quem esteve e porque por trás da decisão de que o Banco Central Europeu (BES) não financiasse os governos?).

Os economistas franceses Jacques Holbecq e Philippe Derudder demonstraram que a França teve de pagar 1,1 mil milhões de euros em juros desde 1980 (quando o banco central deixou de financiar o governo) até 2006 para fazer frente à dívida de 229 mil milhões existente nesse primeiro ano (Jacques Holbecq e Philippe Derudder, La dette publique, une affaire rentable: A qui profite le système?, Ed. Yves Michel, París, 2009). Ou seja, se a França tivesse sido financiada por um banco central sem pagar juros teria poupado 914 mil milhões de euros e a sua dívida pública seria hoje insignificante.

Em Espanha verificou-se uma coisa semelhante. Nós já pagámos, por conta dos juros (227 mil milhões no total desde então), três vezes a dívida que tínhamos em 2000 e apesar disso ainda continuamos a dever o dobro do que devíamos nesses anos (Yves Julien e Jérôme Duval, España: Quantas vezes teremos de pagar uma dívida que não é nossa? ). Eduardo Garzón calculou que se um banco central tivesse os défices da Espanha desde 1989 até 2011 a 1%, a dívida agora seria também insignificante, de 14% do PIB e não de quase 90% (Situação do cofres públicos se o estado espanhol não pagasse juros de dívida pública) .

E o curioso é que estes juros que os bancos cobram às pessoas, às empresas ou aos governos e que travam continuamente a sua capacidade de criar riqueza não têm justificação nenhuma.

Poder-se-ia entender que alguém cobrasse um determinado juro quando concedesse um empréstimo a outro sujeito se, ao fazê-lo, renunciasse a algo. Se eu empresto a Pepe 300 euros e isso me impede, por exemplo, de passar um fim-de-semana de férias com a minha família poderia talvez justificar-se que eu lhe cobrasse um juro pela renúncia que faço das minhas férias. Mas não é isso o que acontece quando um banco empresta.

O que a maioria das pessoas não sabe, porque os banqueiros encarregam-se de dissimular e de que não se fale disso, é que quando os bancos emprestam não estão a renunciar a nada porque, como dizia o Prémio Nobel da Economia Maurice Allais, o dinheiro que emprestam não existe previamente e, na verdade, é criado ex nihilo, ou seja, do nada.

Jose disse...

Quebrar a moeda, trocar ouro por chumbo, imprimir papel, sempre foi a alquimia dos estados benemerentes.
Tão benemerentes medidas requeriam força para o roubo à luz do dia.
O roubo discreto chama-se dívida, e os bancos são agentes tão úteis quanto o foram os arrematadores de impostos.

Anónimo disse...

Bom, mas mesmo bom, era o "Botas": tinha os cofres cheios de ouro e não gastava nem uma onça dele em inutilidades como saúde, educação ou assistência na velhice. Quem necessitasse de "assistência" que fosse a Fátima a pé, que a tinha Divina. O ourinho era para comprar "napalm" para converter, pelo fogo santamente purificador, os indígenas de Angola, de Moçambique e da Guiné. Agora, os "indígenas" são outros (ao que parece, chamam-lhes "Gregos"), mas o zelo é o mesmo: há que queimar a Grécia até aos alicerces, pois os Gregos cometeram a suprema heresia de se levantarem contra a destruição do seu país. Uns ingratos é o que eles são. Uns ingratos da mesma igualha daqueles outros "pretos e asiáticos maus" que, em vez de receberem e agradecerem mui servilmente as chibatadas dos seus senhores, se revoltaram e exigiram países que fossem seus.
No meio desta miséria política, moral e ética que ora vivemos, nem a um "Botinhas" de saias nos conseguimos furtar: a Senhora Ministra das Finanças afiança que os cofres do país estão cheios. Pois... A malta, se quiser trabalho, saúde e educação... que vá a Fátima a pé e, pelo caminho, que se mire não no exemplo dos Gregos, mas sim no dos lírios do campo que vá vendo, os quais não fiam nem tecem...

Anónimo disse...

Uma excelente postagem do texto de Juan Torres López

E um bom comentário aí pelas 18 e 44, que funciona a vários níveis. Aposto que um frenético incomodado , que de tão incomodado se repete em frenesim, fica ainda mais incomodado pelo facto de reconhecer os seus impropérios que lançava aos tais "pretos e asiáticos maus" que não reconheciam o mérito das chibatadas dos senhores.
Não era nada discreta a trupe colonialista.

Entretanto mais uma vez o registo do frenético das 12 e 58,à beira dum ataque de nervos, reivindicando a "permanência do poleiro" para a governança em curso, qual treteiro maior a mostrar a sua enorme sensibilidade ao capital. Um modo de ser este de atirar feito tonto e tolo, repescando um argumento 44. Mas silenciando da forma néscia e pútrida o que é atirado à cara do seu amado passos.À carantonha sebenta. Às fauces. À parte anterior da cabeça do animal.
Que o gajo mente. Que é um aldrabão. Que é um sabujo. Que é um capataz da Merkel e dos grandes interesses económicos que serve.

Tão amado é o passos que o das 12 e 58 não resiste ao choradinho de lástima perante a lástima de não botarem em directo as mentiras do seu coelho. Uma verdadeira pieguice tão ternurenta esta que sente, pela não transmissão da propaganda que o seu coelho mandou replicar em tudo o que é voz do dono.

Um caso sério esta pieguice pelo mentiroso em funções que o faz entrar desta forma em frenesim tão frenético. Para abafar o que é uma evidência quase que universal.
O gajo mente mesmo. E isso é apenas uma parcela menor duma série de crapulices

De

Anónimo disse...

chora Zezinho chora pelo patraõzinho aldrabão
olha Zezinho aldrabão
convido-te a leres o que se passou em 1930 e porque teve que se abandonar o padrão-ouro...podia ser que aprendesses qualquer coisinha mas eu sei que isso é pedir-te muito pois a realidade, se a enfrentas, ia chamar-te nomes feios, assim mais vale saires directo de casa para a Igreja para não te perderes pelo caminho e teres sempre o mesmo credo beato e bafiento
só a mentira e a ignorância ter permitem continuar resfatelado no pódio máximo dos treteiros

Anónimo disse...

Há longo tempo que Portugal, Grécia e Turquia não saem dos últimos lugares das estatísticas oficiais europeias.
Já na década de 60 do XX Seculo, A. Sedas Nunes se interrogava: Mas quem somos nós?
“Entre 16 países da europa somos o penúltimo na capitação do consumo de energia; depois de nós, só a Turquia. Somos o antepenúltimo na capitação do consumo do aço; depois de nós só a Grécia e a Turquia. Somos o penúltimo nas taxas de escolarização; depois de nos, só a Turquia. Somos
O último na proporção do número de alunos do ensino superior para o conjunto da população; depois de nos, ninguém. Somos o penúltimo na capitação do consumo de carne: depois de nós só a Turquia. Somos o último na capitação dp consumo de leite. O último na capitação diária de calorias, o ultimo na capitação diária de proteínas, o penúltimo na capitação diária de gorduras, depois de nos só a Turquia. Somos ainda o antepenúltimo, na relação entre o número de médicos e o número de habitantes, depois de nós só a Jugoslávia e a Turquia e o penúltimo na capitação de dias de doença indemnizados pela providência social, depois de nos só a Turquia. Excetuando os turcos, também somos o pais onde a taxa de mortalidade infantil e de mortalidade perinatal se apresentam ainda mais altos”. Agora me dirão – para que esta palestra toda? Responde, para nos revermos na tristeza do nosso passado. Porque nunca saímos da cepa torta. Herdamos coisa ruim. Por isso hoje estamos na situação de