sexta-feira, 31 de julho de 2015

É o euro, estúpido!




Os gráficos falam de uma realidade gritante. O capitalismo dos EUA enfrentou a crise de 2007-8 de uma forma totalmente diferente da UE. Esta, passado o arremedo de keynesianismo de 2009 com despesa pública acrescida, lançou-se no resgate aos bancos através da reciclagem do endividamento privado em público, via Memorandos de "ajuda" às periferias. Entretanto, a Finlândia está metida num sarilho porque não tem instrumentos de política económica para lidar com a sua presente crise. Só lhe resta o suicídio da austeridade, de que aliás gosta. Pelo contrário, a Suécia neoliberal, fora do euro, saiu da crise sem dificuldades.

A razão desta diferença entre os resultados dos EUA e da Zona Euro não é um mistério. Embora a despesa pública se tenha reduzido nos Estado Unidos, não houve qualquer viragem para a austeridade como ocorreu na Zona Euro e no Reino Unido. Por conseguinte, o crescimento e o emprego dos EUA ultrapassaram largamente o crescimento da Europa. Evidentemente, podia ter sido ainda melhor se os EUA tivessem adoptado um estímulo orçamental maior.

14 comentários:

Sid disse...

Uma análise mais honesta comparava o desemprego da UE com o dos EUA num período mais longo. Na realidade, a diferença voltou ao normal.

Anónimo disse...

Quanto a elites de esquerda estamos conversados!
Quando se fala das bases a conversa e´ diferente!
Não esperemos por um messias qualquer…
A ingenuidade popular leva ao descuido…
A Revolução, e´ disso que se trata, não pactua com piruetas mais ou menos intelectualizantes. Ela acontece. Tem seu alvorecer nas bases!
Sabemos que nem sempre estão formadas as condições para a detonar – O quando, o como vão registando como se de linhas características se tratasse… mas e´ necessário saber ler essas mesmas linhas características. Sem essa leitura nada feito…
De Adelino Silva

Anónimo disse...

Nim. Nos anos 60 e 70 não havia diferença.

Portanto, pode-se sempre questionar o motivo do desemprego elevado na Europa.

A resposta chama-se falta de flexibilidade cambial.

Jose disse...

Fica por dizer que os US emitem um papel altamente apreciado para aforro porque são o abrigo seguro - sem meias-tintas esquerdalhas - do Capital.
Fica por dizer que o sucesso da Alemanha não é milagre keynesiano mas sim consistente organização em todos os sectores que contam, incluindo o sindical.
Fica por dizer, que o euro pressupõe um modelo de governança que a periferia disse querer adoptar, que em grande medida verteu em leis, mas que reclama suspender ou ignorar quando lhe dá na bolha ao sabor das tretas esquerdalhas e oportunísticas que são seu mal endémico.

Anónimo disse...

Um conjunto infeliz de "bacoradas" do das 17 e 20 a justificar o carácter dual deste fulano. Entre o insulto rasca e mesquinho ( é ver por aqui , mas sobretudo nos blogs em que usa o seu vernáculo patibular em tudo o que não cheire a direita-extrema) e a profunda submissão ao Capital.

Já lá vamos. Mas fica por dizer "que o sucesso da Alemanha Nazi não é milagre keynesiano mas sim consistente organização em todos os sectores que contam, incluindo o sindical"

Depois "eles" acrescentavam:
Heil Hitler

Há mais

De

Jose disse...

Não posso deixa de valorizar a frontalidade com que DE enfrenta o Ridículo!

Anónimo disse...

Para quem não entenda a muito grave acusação feita ao das 17 e 20 interessa desde já colocar os pontos nos is.

Uma análise séria exigirá saber como é que os sucessos acontecem, ou seja como é que o «rico engorda».
Justificar com a "organização" da Alemanha é no mínimo um convite embevecido para não se olhar a meios para obter os fins. É escamotear que por detrás desta pretensa "organização" pode estar simplesmente o roubo. É objectivamente branquear todos os crimes ocultos atrás duma pretensa eficácia organizativa. É no fundo um convite a uma valsa com muitos anos de existência. E que foi e é, as mais das vezes, atroz.
A mafia podia aí dar lições. Os nazis ainda mais. O apartheid na africa do sul também se gabava que a sua supremacia assentava na raça ...e no poder superior organizativo da dita raça. A defesa do colonialismo encontrou aqui um terreno fértil. A "promoção" da submiassão abjecta também .São mais "dotados" ,são mais "organizados" ,até "organizam" os assassinatos em massa

Infelizmente a gravidade das afirmações do referido fulano não acaba por aqui.

Desde quando a a periferia disse querer adoptar o modelo de governança aqui referido? Desde quando as leis ( mas quem as fez? Quem as faz?) agora servem de justificação para as pulhices humanas ( relembra-se que o apartheid era também pródigo em leis do género). Desde quando se tenta prender os povos a modelos violentadores da sua dignidade e manifestamente feitos de acordo com os interesses do poder dominante? Desde quando temos que obedecer a modelos que permitem o enriquecimento ainda maior dos mais ricos,sejam alemães ou não, enquanto espalham a miséria entre os que trabalham para os tais, sejam alemães ou não?

Mas mais uma vez ressalta uma coisa que espanta ( ou talvez não) . Os simpatizantes pelas missas do "angola é nossa", que passaram a sua vida na vida da outra senhora a manifestar o seu patrioteirismo balofo e servil , agora são os primeiros a colocarem-se ao lado da Deutschland uber alles, mesmo que tal vá contra os interesses da referida periferia.

Afinal a explicação é simples. Do capital monopolista de estado para o capital monopolista à escala europeia. O denominador comum está precisamente aí.

Falta falar sobre os aforros e os não aforros. Mas isso fica para depois.
(Ficará todavia sem se falar das "tretas" e dos "esquerdalhas" e das "bolhas" e dos "oportunistas". Isso são epifenómenos gratuitos de quem está habituado a falar como os da sua laia)

De

Ricardo disse...

Acima de tudo(questões de ideologia à parte)parece-me que continuar a comparar os EUA(que tem um governo federal e um banco federal etc etc) e a Europa(que é um conjunto de diferentes Estados com culturas e leis diferentes,com orçamentos e fiscalidade diferentes,etc etc etc...)é inútil e absurdo.

Anónimo disse...

O terceiro grafico é bastante elucidativo.Dos países nordicos , a Finlandia foi o unico que aderiu ao Euro e precisamente aquele que regrediu na economia.A adesão ao Euro impede que os países que a ele aderiram possam realizar uma política monetária e cambial autónoma , não podendo corrigir as contas externas.No caso da Europa do Sul essa situação deu origem a políticas impostas do Exterior que estão a conduzir a um resultado desastroso. É lamentável que no caso portugues as políticas ruinosas impostas do exterior tenham tido todo o apoio do actual Governo.

Anónimo disse...

Deixemos quem se auto-intitula de Ridículo e vamos a coisas mais substantivas:

"Recuando a 1989, a França e a Alemanha decidiram que iriam promover mais do que a União Europeia e avançar para uma união monetária única destinada a criar uma divisa para o comércio e o investimento que rivalizasse com o dólar e o yen. Isto colocaria a Europa – ou, para ser mais exacto, o capital franco-alemão – no mapa global como um grande "jogador". Para fazer este trabalho, a princípio 10 outros países europeus foram persuadidos a abandonar suas divisas nacionais em favor do euro.

Como se vê, o projecto Euro é realmente como um comboio. O comboio tem uma locomotiva (Alemanha) e uma carruagem condutora (França) e a seguir foram-lhe acopladas dez outras carruagens. A França foi muito entusiasta em obter ainda mais carruagens para o comboio. Logo havia 15, depois 18 e agora 19 carruagens.

A cenoura para estes estados capitalistas europeus mais fracos é que seriam capazes de beneficiar da integração na área euro através da convergência dos seus PIBs e padrões de vida com os estados mais ricos. Mas para fazerem isto, o bastão era que primeiro tinham trazer as suas taxas de juro e de inflação e os seus défices orçamentais e os seus rácios da dívida pública a um certo nível acordado para assegurar que a divisa da união se firmaria e que a divergência de categorias orçamental e monetária não seria demasiado grande.

Mas nenhum deles o fez, incluindo a Alemanha e a França. Longe de se verificar convergência, o desenvolvimento desigual do capitalismo simplesmente agravou a divergência das economias Euro em matéria de emprego, crescimento da produtividade e inflação".

"...o problema da fraca lucratividade do capital permanece – na verdade, a lucratividade do capital nos estados da Eurozona caiu dramaticamente nos últimos 15 anos. Só a Alemanha foi beneficiada com o comboio do Euro".


De um artigo esquemático mas elucidativo de Michael Roberts aqui:
http://resistir.info/europa/comboio_europeu.html

De

Anónimo disse...

Enquanto campear o saqueio dos mais fortes aos mais fracos, o dólar, o euro ou rublos, os BRIC,s, a CELAC, a ALCA, a U.Europeia e etc. e tal, não passarão de mecanismos auxiliares da hegemonia imperial.
Enquanto houver duvidas sobre que cabeça assentara´ melhor o Ceptro Imperial, os homens com suas maquinas de guerra vão destruindo o que resta do nosso habitat.
Enquanto persistirem na voragem de si próprios, nas lucubrações cambiais e dos enviés políticos/económicos, as Mafias de todos os lados rapinarão as instituições humanas ate´ ao último sopro.
Embora em falso, a GRECIA deu-me alguma alegria!
Gostaria de ver nos poucos dias que me resta, uma unidade politica assente na Esquerda Antifascista como estes tempos exigem… A ver vamos, como diz o cego do Pinhal-Novo……………….. Por Adelino Silva


Anónimo disse...

Absurdo é Ricardo das 31 de julho de 2015 às 20:38 não reparar que é exactamente pelas análises das diferenças que se consegue chegar a entender o que permite que uns se safem e outros não.

Anónimo disse...

Jose

Apressa-te pá
ouvi dizer que andam a vender o cu embalsamado do Salazar
um lambe cus como tu não pode perder esta oportunidade

olha Jose sabujo
mais uma vez adulteras a História
já ouviste falar do Plano Marshall ?
a mitologia da organização alemã é como a mitologia da preguiça dos povos do sul
mas serve bem para os desdentados do encéfalo como tu que já têm as conclusões antes de se debruçarem sobre a realidade

Sit, Jose, sit
good sabujo

Anónimo disse...


O governo Passos Coelho, através da coligação partidária liderada pelo PSD, foi eleito após uma disputa muito pobre, com uma campanha que procurava imputar ao principal adversário – José Sócrates/PS – a ameaça de uma política econômica recessiva, de mais privatizações e retirada de direitos dos trabalhadores – as celebres PEC´s. De cujas culpas o PCP e BE não podem fugir…
Exatamente o que Passos Coelho fez logo que eleito, logo a partir da formação do seu governo, começou a executar, taxativamente, (alias, mais do que a TROYCA mandava) demonstrando que suas promessas de campanha não eram nada mais que...promessas de campanha. Sem dúvida, o PS teria feito o mesmo se tivesse sido eleito.
Isso e´ explicado em grande medida pelo quadro de acentuação dos impactos da crise capitalista na economia portuguesa. Diante da retração das taxas de lucro, especialmente do chamado “setor produtivo”, o capital encontra como saídas a busca de mais rendimentos “financeiros” legais ou ilegais, «leia-se crise bancaria em Portugal» ao mesmo tempo, amplia a taxa de exploração sobre os trabalhadores, expropriando-os dos mais elementares direitos. Nestes casos, como gestor da dívida pública/taxa de juros e como espaço de regulação legal das relações capital/trabalho, o papel do Estado seria fundamental. SERIA…
Os governos liderados pelo PS, nunca titubearam em alinhar com os interesses do capital em todas as questões decisivas que até aqui enfrentaram e não seria diferente agora.As medidas adoptadas pelos governos PS/PSD-CDS representam exemplarmente o alinhamento com o capital financeiro, num momento em que os mais desfavorecidos necessitam de compensações sociais. A elevação da taxa de juros (com a dívida pública ultrapassando a fatia de 125% do orçamento do Estado destinado a seu pagamento), a retirada de direitos aos trabalhadores, os cortes do orçamento nas áreas sociais (especialmente na saúde e educação, mostram a hipocrisia do slogan “mais saúde e mais conhecimento para os portugueses”), são todas políticas que confirmam a mentira. Como tal -- estes partidos, estes parlamentares, estes ministros, este presidente não merecem o meu voto. De
o “Catraio”