quinta-feira, 9 de julho de 2015

Da guerra «sem quartel» à pobreza e às desigualdades


Depois de lançar no desemprego centenas de milhares de pessoas, de convidar jovens e adultos a emigrar, de cortar nos salários, em pensões e prestações sociais, Pedro Passos Coelho diz que é chegada a hora de travar uma «guerra sem quartel às desigualdades de natureza económica e social». Não estranhem: o primeiro ministro que apresenta esta promessa eleitoral é o mesmo primeiro ministro que acha que não foram as medidas de austeridade que «aumentaram o risco de pobreza» e que os mais pobres «não foram afectados por cortes nenhuns». E de nada serve que organizações insuspeitas, como a OCDE, critiquem as políticas sociais do governo, reprovando os cortes efectuados no RSI ou o facto de a austeridade pesar muito mais para as famílias de menores rendimentos.

Do que talvez a OCDE não se aperceba, em matéria de políticas de combate, «sem quartel», à pobreza e às desigualdades, é que não se trata apenas de uma questão de cortes orçamentais mas sim, e sobretudo, do regresso à miséria moral da caridade e à sopa como política social. Os números são claros: se tomarmos como base o ano de 2010, os beneficiários do RSI passaram a representar 61% do número de beneficiários existentes naquele ano, ao mesmo tempo que as pessoas assistidas pelo Banco Alimentar Contra a Fome (BACF) aumentaram em 29 pontos percentuais. Em 2014, aliás, ocorre um facto inédito: o número de pessoas apoiadas pelo BACF (384 mil) supera o total de beneficiários de RSI (321 mil).

5 comentários:

Anónimo disse...

Para que um banco alimentar contra a fome Portugal?
Estamos na Europa meus senhores…
Isto e´ uma vergonha. Uma ignomínia!
Continuamos mendigos mas ricos de ignorância…Que raio de cidadania esta que e´ capaz de ver um cisco no olho do parceiro e não e´ capaz de ver o argueiro nos seus próprios olhos… Há pois…o banco alimentar – o das grandes superfícies – já me tinha apercebido…coitado de mim! De o “Catraio” com respeito

Anónimo disse...

Dadas as "boas práticas" destes nossos queridos partidos da "coligação" ainda vamos ver este gráfico utilizado em campanha eleitoral, mas com a legenda previamente invertida...
Uma dúvida me assalta: quem rasga as vestes por, na Grécia, só se poder levantar 60 euros diários no multibanco (cortesia, não se esquecem de veementemente salientar, daqueles celerados pirómanos do Syriza) já terá averiguado quantas embalagens de leite, pacotes de arroz ou iogurtes podem diariamente levantar os "utentes" do Banco Alimentar?

José Luís Rodrigues disse...

Pedro Passos Coelho diz que é chegada a hora de travar uma «guerra sem quartel às desigualdades de natureza económica e social».
Para ser consequênte com o que afirma e eficaz na solução o Primeiro Ministro pode fazer explodir uma bomba quando estiver reunido com o seu Concelho de Ministros.

Gabriela disse...

Ou seja, voltámos à sopa dos pobres do Salazar, mas com outro nome e outras entidades....grande evolução não tenhamos duvidas

Anónimo disse...

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