Em artigo no Público diz-se “Triste”, o que quer dizer que a Situação é Séria e talvez até Complexa. A sua Tristeza seria reduzida, por exemplo, se o capitalismo da doença das CUF entrasse ainda mais na saúde, o que terá de ser levado Muito a Sério pelas outras Pessoas Muito Sérias.
Só ideólogos nada sérios é que resistem ao esvaziamento do SNS, uma instituição de um tempo onde as Pessoas Muito Sérias não eram levadas muito a sério. Felizmente, graças também à UE e ao Euro, as Pessoas Muito Sérias são levadas Muito a Sério há um bom par de décadas. E tão bem que tem corrido.
O Muito Sério Marçal Grilo decreta ainda que estamos “em situação de quase pleno emprego”, e isto quando a taxa de desemprego oficial anda nos 6-7%, o que também que diz muito sobre o seu prisma. É o dos que se Preocupam Muito com o que costumam designar por falta de colaboradores ou de trabalhadores, depende. As Pessoas Muito Sérias têm sempre muita classe.
Naturalmente, diz Muito Seriamente: “É nas empresas do sector privado que se cria a riqueza de que precisamos tanto para ter melhores empregos como para melhorar os níveis salariais”.
Quem é que cria riqueza dentro das empresas, em que condições e com que direitos? A isso as Pessoas Muito Sérias não respondem, credo. Afinal de contas, só querem transferir recursos e poder para quem já controla as empresas ditas privadas, como está de resto a acontecer. O Estado funciona como um multibanco para as empresas que são dirigidas, naturalmente, por Pessoas Muito Sérias.
A austeridade, desculpem, a “robustez financeira”, é importante porque está em causa a imagem junto dos mercados internacionais. É assim que as Pessoas Muito Sérias chamam ao BCE.
E, claro, apela Muito Seriamente ao Bloco Central para barrar os “extremismos”. Para as Pessoas Muito Sérias, os antifascistas são iguais aos fascistas, por agora. Depois logo se vê.
A Política das Pessoas Muito Sérias abre o caminho aos fascistas.
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