terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Responsabilidade intelectual

Vital Moreira é naturalmente incapaz de encontrar explicações para o reconhecido declínio da social-democracia europeia que não passem pela identificação de processos supostamente irreversíveis e consequentemente é incapaz de pensar em como reverter tal declínio.

É que pensar a reversão é ir contra o essencial do que Vital Moreira passou a pensar como desejável: da Terceira Via blairista e das suas engenharias mercantis à economia política ordoliberal, inscrita na constituição informal europeia de matriz tão pós-democrática quanto anti-keynesiana e que foi desenhada precisamente para destruir a social-democracia, como por várias vezes por aqui e por ali defendi. Na medida em que as ideias contam na história, intelectuais como Vital Moreira são também responsáveis pelo declínio.

Já agora, e no que ao PS diz respeito, é de notar que é de facto uma das excepções, com os trabalhistas britânicos de Corbyn, convém lembrar, que confirma a regra. Ao contrário destes, não ocorreu por cá qualquer recomposição ideológica, protagonizando o mesmo PS uma solução governativa limitada, mas necessária, fruto da derrota das classes populares nos anos de chumbo da troika, da qual também está dependente. Eles que pensem no bloco central, ou que ajam muitas vezes como se estivessem no bloco central, o que Vital Moreira certamente prefere, e pode ser que passem a fazer parte da regra. A esquerda, por sua vez, não deve ter medo, antes orgulho, de ser acusada de populista pela sabedoria convencional.

28 comentários:

Anónimo disse...

Nem mais!

É interessante a forma como se pretende diabolizar o popuplismo quando todas as outras forças politicas já demontraram a sua incapacidade de resolver os problemas que afligem as democracias ditas liberais.

Mas nem todos os populismos se equivalem, mas enquanto instrumento de ruptura de impasses, o populismo tem o seu lugar no ferramental de todo aquele que se proponha criar uma sociedade mais justa e próspera.

Saia um belo artigo de Dani Rodrik, "Em Defesa do Populismo Económico":

https://www.project-syndicate.org/commentary/defense-of-economic-populism-by-dani-rodrik-2018-01

S.T.

Jose disse...

A social-democracia herdou dos socialistas (os que querem o fim da propriedade privada dos meios de produção) uma tralha ideológica que os faz paladinos do proletariado e gestores da economia capitalista.
Recordo um tempo em que a cogestão era tema de grandes especulações como a mais coerente aproximação ao ideal social-democrata, repudiada pelos socialistas como uma rendição ao capital.

Jose disse...

Recordo o tempo em que a social-democracia especulava sobre conceitos como a co-gestão na busca por coerentemente cumprir o seu desígnio de representar as classes trabalhadores e administrar o capitalismo. Os socialistas (os que repudiam a propriedade privada dos meios de produção) apostavam na Luta, uma cena entre o revolucionário e o inconsequente, mas que é base profícua para todo o populismo.
Ora o propósito social-democrata requer trabalho e responsabilidade o que, para fracos dirigentes e bases ignaras, são um enorme desafio.
Com excepções como a Alemanha, a social-democracia rendeu-se ao populismo socialista e balança oportunisticamente na onda populista dos socialistas, não raro tomando-lhe o nome, enquanto ambiciona gerir um capitalismo com uns bordos esquerdalhos.

Vitor disse...


Tenho uma teoria de que eventualmente a Social Democracia talvez tenha perdido adeptos porque a principal motivação dos eleitores ativos tenha deixado de ser a proteção dos seus postos de trabalho e das carreiras para a proteção do rendimento das suas pensões.
Eleitores mais velhos também terão maior motivação para valorizar mais medidas de curto prazo, conjunturais, do que medidas de longo prazo.
O envelhecimento da população leva a que a proporção de eleitores mais velhos tenha aumentado.

é só uma teoria.



A.R.A disse...

A social democracia foi um chavão para enganar uma esquerda que pensava o capitalismo como algo regulável e amarrado ao Bem Estar Social, um meio para um fim justo e igualitário.

O capitalismo quer se é selvagem porque senão perde a sua matriz de base e rapidamente deixa de o ser.

Pois à luz da nossa esquizofrénica linha partidaria (não poderia haver melhor exemplo) em que nem o PS é socialista nem o PSD é social democrata, houve quem pensasse que a social democracia era o caminho mais progressista onde o melhor dos mundos se emergiam numa simbiose perfeita mas ... o que acabou por acontecer foi exactamente o expectável e a Terceira Via foi apenas e só o estrebuchar do morto ou, como diz a sabedoria popular, as melhoras da morte.

E é aqui que entram os Drs. de uma democracia medicamente assistida onde sem duvida destaco o relevante papel do iluminado Dr. Vital Moreira que desistindo de um paciente que se recusa a morrer (porque não o deixam!) mudou-se de malas e bagagens afins para a "clinica da Rosa" pregar uma cura milagrosa a gritar alvissaras por ter um tratamento inovador, tendo mais ênfase a sua crença por ter vindo de onde veio.

Contudo, o Dr. Vital Moreira ao melhor estilo do "eu nunca falho e raramente me engano", continua a receitar placebos à defunta quando foi precisamente ele um dos tais que lhe escancarou as portas para a morte de um populismo europeu cada vez mais radical e extremado numa direita revivalista acossada por países como Portugal (vide a vergonha que o PPEuropeu tentou recentemente com Centeno) abrindo assim uma brecha ... não ... uma falha tectónica nos destinos de uma Europa AINDA unida.

Assim sendo lanço um repto ao blogue a bem da Responsabilidade Intelectual que alguém me explique a destrinça entre Populismo e Popular.

Anónimo disse...

Pobre do José, que não entende que populismo é um fenómeno transversal ao espectro politico, pelo que tem variedades de esquerda mas também de direita, e que pode ter um efeito positivo ou negativo conforme a situação e as resultantes da sua acção.

Já agora, agradecia se houvesse uma alma caridosa que abatesse o p final de popuplismo que é uma óbvia gralha muito incomodativa.
Agradecido!
S.T.

Paulo Marques disse...

Ó Jose, havia uma altura em que o capitalismo prometia melhores condições de vida para os nossos filhos e netos. Ainda não tinham inventado a austeridade e a eurolândia....

Jose disse...

O capitalismo do norte da Europa está de boa saúde e as suas classes trabalhadoras são o padrão da ambição de muitas outras.
As meias tintas dos troca-tintas entre a mama e a revolução, fazem do capitalismo um sistema irracional e de convulso rendimento.
A Luta visa sobretudo negar ao capitalismo uma dimensão ética, para conforto da esquerdalhada e prejuízo da classe trabalhadora a quem é proposto seguirem os seus pastores para os amanhãs que só para estes últimos cantarão.

Anónimo disse...

É difícil a vida dos partidos sociais democratas quando, dizem, 62 pessoas têm um rendimento igual a 50% da população mundial e poucos se importam, muito poucos mesmo.
Caso esses 50% vivessem bem, menos mal. Mas não, são uns desgraçados e carregam esse peso de saber que os seus netos e bisnetos (tal como os pais ou os avós) serão, provavelmente, tão desgraçados como eles.
Este estado de coisas tem poderosos cães de guarda para o proteger (alguns pançudos, outros musculados, quase todos boçais e profundamente ignorantes).

Anónimo disse...

A actual ideologia reinante na UE e consequentemente os seus Tratados estão feitos para acabar com a social democracia ( não confundir com o vocabulário político portugues)
A intensão é criar um ultra liberalismo económico característico com um capitalismo da terceira geração, que tenta recuperar aquilo que perdeu na segunda.

Anónimo disse...

A teoria do "Vitor" sobre a "proteção do rendimento das pensões" mais a " maior motivação para valorizar mais medidas de curto prazo, conjunturais, do que medidas de longo prazo" faz lembrar vagamente o que um deputado do PSD andou por aí a proclamar sobre a "peste grisalha"

Em 2013, num artigo de opinião publicado no jornal i, referindo-se ao aumento da população idosa, Carlos Peixoto, deputado pelo PSD, afirmou que “a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha“.

Agora esta "peste" parece que é responsável pela perda de adeptos da social-democracia".

Pois. Uma lástima

Anónimo disse...

Jose está mesmo inquieto...três postes para provar que o capitalismo está de boa saúde é sinal disso mesmo.

Inquieto e distraído. E não só.

Esta frase é um espanto porque reveladora de uma ignorância que apesar de tudo surpreende:

"A social-democracia herdou dos socialistas (os que querem o fim da propriedade privada dos meios de produção) uma tralha ideológica que os faz paladinos do proletariado e gestores da economia capitalista"

Curiosamente há cerca de 1 ano, o mesmo Jose postava esta outra pérola:
"Quanto à social-democracia basta que se saiba que foi criada forçando a partilha mas sem ameaçar a propriedade, exigindo mais mas partilhando responsabilidades, requerendo e prestando rigor profissional.

Como descrever esta salganhada medíocre, idiota ( é o termo) e ignorante?

Historicamente, os partidos sociais-democratas advogaram o socialismo de maneira estrita, a ser atingido através da luta de classes".
"Na maioria dos casos, estes partidos eram declaradamente socialistas revolucionários, visando não só a introduzir o socialismo mas também a democracia em nações com poucas instituições democráticas. A maioria destes partidos era influenciada pelas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, que, na época, estavam trabalhando para influenciar a política europeia continental em Londres".
"Os social-democratas, que fundaram as principais organizações socialistas da época, não rejeitavam o marxismo"

Em 1994, o historiador britânico Perry Anderson sintetizava a evolução da social-democracia europeia: “Outrora, nos anos fundadores da Segunda Internacional, tinha por objectivo o derrube do capitalismo. Depois tentou realizar reformas parciais concebidas como passos graduais para o socialismo. Finalmente, passou a ser favorável ao Estado-Providência e ao pleno emprego no quadro do capitalismo. Se agora aceita a destruição do primeiro e o abandono do segundo, em que tipo de movimento se irá tornar?”


Anónimo disse...

A patetice ( é o termo) continua:

"Recordo um tempo em que a cogestão era tema de grandes especulações como a mais coerente aproximação ao ideal social-democrata, repudiada pelos socialistas como uma rendição ao capital"

Que tretas estas que não dignificam quem as profere nem respeitam quem as lê?

Anónimo disse...

A mixórdia ideológico-argumentativa continua:

"Os socialistas apostavam na Luta, uma cena entre o revolucionário e o inconsequente, mas que é base profícua para todo o populismo".

Duma assentada jose demonstra que detesta quem lute pelos seus direitos e contra o status quo estabelecido. Parece que quem o faz está entre o revolucionário e o inconsequente.

E aqui deriva outra conclusão. A inconsequência da luta parece resultar do incómodo e da raiva que jose tem por quem ousa combater pelas suas ideias. Um convite descarado à desistência e à passividade, a comprovar que estas coisas repetem velhíssimas estratégicas que se tornam bolorentas de tão arcaicas.

Claro que a luta do Jose em prol do Capital já não é inconsequente nem populista. Por isso passa horas infindas nos vários blogs e em meios de comunicação adequados, nesse seu projecto consequente de luta pelos seus interesses.

Não se enxergará?

Anónimo disse...

Depois,com o devido respeito, é a indigência intelectual.

Desde a convocação dum misterioso "propósito social-democrata (que)requer trabalho e responsabilidade" a lembrar aquela trilogia arcaica e idiota do "Deus, Pátria e Autoridade", ainda hoje invocada pelos salazaristas convictos de braço estendido.

Desde a justificação baseada nos "fracos dirigentes e bases ignaras" a mostrar que está encontrada a justificação para o afundar do "propósito social-democrata" etc e tal

Até à incrível afirmação que "a social-democracia rendeu-se ao populismo socialista e balança oportunisticamente na onda populista dos socialistas".

Não se percebe francamente. Isto é a sério? O que será a social-democracia para este Jose? Quem serão os sociais-democratas que se renderam aos socialistas? Que socialistas serão estes?

Isto tem dois nomes: fraude e desonestidade intelectual

Anónimo disse...

Infelizmente a macacada citada pelo Jose prossegue com a invocação da Alemanha

( esta propensão para a Alemanha uberalles está-lhe mesmo entranhada).

A Alemanha onde a social-democracia não se rendeu...bla-bla-bla

E que tal jose ir ler, estudar e deixar de confundir os seus sonhos húmidos com a realidade?


Entretanto olhe-se para o paraíso da paz social:

https://otempodascerejas2.blogspot.pt/2018/01/alemanha.html

Anónimo disse...

"O capitalismo do norte da Europa está de boa saúde e as suas classes trabalhadoras são o padrão da ambição de muitas outras."

Quando Jose reivindicava que Salazar tinha razão estava a copiar os exemplos do Norte da Europa?

Quando Jose insultava a Suécia pelo seu apoio aos movimentos de libertação nacionais estava a copiar os exemplos do Norte da Europa?

Que padrão é este que muda de camisa como uma prostituta tem que mudar de parceiro?

Anónimo disse...

Parece que os exemplos da saúde do capitalismo estão confinados ao Norte da Europa.

Como se sabe a deterioração do estado social destes países é um facto.Como se sabe o crescimento da extrema-direita também aqui assinala o desconforto social.

Mas onde estão os panegíricos aos States mais a sua liderança do Capitalismo,mais a sua força em armas,mais o poder inquestionável do Dólar, mais toda a treta debitada em prol destes mesmos States por alguém que agora silenciosamente os oculta?

E não há já o mínimo pudor para este requiem em prol do Capitalismo acusando "as meias tsntas dos troca-tintas" pelo estado deplorável onde nos encontramos? Que espécie de canto miserável este?

Nos múltiplos estudos teóricos,nas diversas doutrinas ideológicas tem sido abordado por várias perspectivas a evolução deste modelo de sociedade. Ninguém apresentou como álibi para este " sistema irracional e de convulso rendimento" quaisquer mamas. Chega a ser confrangedor tanta treta.

Como chega a ser patético assistirmos às várias considerações sobre a luta. De repente deixou de ser uma cena inconsequente para passar a visar "sobretudo negar ao capitalismo uma dimensão ética".

Percebe-se que a reivindicação dum outro modo de estar perturbe assim tanto quem tanto defende este modelo social da trampa. Tanto que chega a invocar como tanto prejuízo para a classe trabalhadora quem ousa assim lutar.

Verdadeiramente admirável

Anónimo disse...

E chegamos à "dimensão ética".

Será uma referência ao direito dos grandes grupos económicos usurparem a riqueza produzida, sem olhar nem a meios nem a intenções?

Uma referência aos bordéis tributários elogiados pelo Jose?

Uma referência de apoio à Goldman-sachs, mais os seus lucros e os seus sicários?

Uma referência à cumplicidade tácita para com os corruptores?

Uma referência à apologia dos despedimentos e às saudações à troika e ao mais além do que a troika?

Uma referência ao roubo de salários e de pensões perpetrado pela governança neoliberal?

Uma referência aos apologistas dos banqueiros, que têm até o desplante de negarem o desvio de dinheiro público para proteger a banca e os seus donos?

Uma referência à concentração da riqueza num número cada vez menor de mãos?


Percebe-se assim o medo pela dita Luta e os diversos significados que tal termo vai adquirindo no vocabulário colorido de Jose.

Percebe-se assim o motivo pelo qual se invoca o prejuízo dos trabalhadores por lutarem por uma outra dimensão humana e social.
É o medo que fala, é o receio que isto mude decisivamente para melhor.

Anónimo disse...

A propósito da dimensão "ética" do capitalismo alemão, não será demais lembrar aquilo que já comentei no post sobre o Sr. Centeno:

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4018985866499281301&postID=6048552651898513296&bpli=1

Ou para comodidade dos leitores aqui se reproduz, adaptado:

Será que Centeno vai ter coragem para puxar as orelhas aos governantes alemães por martelarem as contas do comércio externo alemão para esconder uma gorda fatia do superavit?

"The 80 billion euros more in real surplus resulting from the Bundesbank’s accounts may sound extreme and will be revised downwards in the wake of the usual revisions in the coming months. But if we take only half, that is to say, 40 billion euros, that still demands dramatic changes in how we interpret the performance of Germany’s domestic economy last year. It becomes impossible to talk about an economic cycle that is essentially driven by domestic demand. It would be more accurate to talk about an expansion of German mercantilism and more severe violations of the principles of free trade. It should not be forgotten that even a constant surplus, or even a 20 billion euro fall in the surplus, still means an actual surplus of well over 200 billion euros. That is the level at which rest of the world’s indebtedness to Germany is increasing every year. That is the level at which German workers, together with their families and the state, produce more than they consume. If we wanted to put an end to this imbalance, we would have to close a gap of over 200 billion euros with additional domestic demand."

https://braveneweurope.com/heiner-flassbeck-und-friederike-spiecker-the-german-current-account-surplus-much-larger-than-officially-reported

Tudo gente séria e honesta... LOL

Centeno irá ter que enfrentar aquilo que já se previa há algum tempo:
Uma possível guerra comercial com os USA, largamente motivada por uma Alemanha que usa o Euro como forma de criar uma vantagem cambial não só em relação aos outros membros da Eurozona mas também em relação ao resto do mundo, com os USA à cabeça, é claro. E, como dizem os brasileiros, "não é saudável cutucar onça com vara curta".

Isto é, tentar burlar a potência hegemonica global (USA) é capaz de ser uma péssima ideia, (sobretudo se não se têm armas nucleares!)

Parece que os dirigentes alemães não perceberam o "abreolhos" do dieselgate.
Precisam de algo mais explícito...

Trump will pull TRIGGER on EU and punish Angela Merkel for 'cooking the books' over trade

https://www.express.co.uk/news/world/912290/Donald-Trump-European-Union-Germany-Angela-Merkel-trade-surplus-sanctions-USA-trading

O artigo dá conta dos efeitos das politicas mercantilistas alemãs que geram descomunais superavits comerciais, agravadas neste caso pela desonestidade do martelanço das contas externas do instituto de estatistica germânico .

E é esta gentinha que quer dar lições de moral aos países da periferia europeia... LOL

Portanto àcerca da ética alemã, estamos conversados...

Como é óbvio este assunto mereceria maior destaque até porque encerra uma contradição monetária insanável que pode ditar a "libertação dos prisioneiros do Euro".
S.T.

Anónimo disse...

Mais pormenores sobre a "dimensão ética" do capitalismo alemão:

O The New York Times revelou há cerca de uma semana que os construtores alemães tinham encomendado um estudo para defender o diesel, depois de revelações de que os gases libertados pelos escapes dos automóveis eram cancerígenos. Esse estudo que terá sido realizado em macacos, terá sido financiado pelo EUGT, grupo europeu de pesquisas sobre o ambiente e saúde nos transportes criado pelos três construtores automóveis e extinto em 2017. Desconhece-se se a Volkswagen, a Merceds e a BMW tinham conhecimento do método usado nas experiências, realziadas em 2014.

No domingo, um jornal alemão, o Stuttgarter Zeitung, acrescentou que também foram realizados testes em humanos, nomeadamente com dióxido de nitrogénio."

Em relação ao estudo científico levado a cabo pelo instituto hospitalar em Aix-la-Chapelle e pelo qual 25 pessoas de boa saúde inalaram em 2013 e 2014 dióxido de azoto (NO2), Thomas Steg quis justificar a lógica, assegurando que os voluntários tinham sido expostos a "níveis bem mais fracos que os constatados em numerosos locais de trabalho"

Anónimo disse...

Mais notícias sobre a "dimensão ética" do capitalismo alemão:

Volkswagen e Daimler, assim como Audi, Porsche e BMW formaram um cartel desde os anos noventa para concertar preços de componentes de automóveis, como os sistemas de redução da poluição dos veículos a gasóleo.

Mas a Comissão europeia está também atolada neste escândalo

A Comissão fechou os olhos à política de concertação de preços dos gigantes da industria automóvel alemã. Ela disse que estava a examinar as acusações de práticas anticoncorrenciais por parte dos gigantes da indústria automóvel alemã, reveladas na semana passada na imprensa.
No entanto, segundo o jornal Suddeutsche Zeitung, Bruxelas estaria ao corrente desde há três anos desta situação, sem ter aberto um inquérito.
O jornal indicava que a Daimler teria sido a primeira empresa a confessar as irregularidades para tentar evitar uma multa.

A treta da concorrência não falseada é só para alguns (BANIF, NOVO BANCO…)

Jaime Santos disse...

Eu cá acho a análise interessante e até acho que há aspetos em que o Vital Moreira comunga da sua opinião, João Rodrigues, como o da erosão da social-democracia por via da aplicação pelos partidos que dela se reclamam, enquanto no poder, de programas de austeridade. Isto é óbvio, mas não deixa de ser verdadeiro.

Claro, o João Rodrigues vai voltar ao mesmo e falar da necessidade da social-democracia romper com o consenso europeu, e etc, etc. Além das lágrimas de crocodilo do costume, que talvez se justifiquem pelo facto da Esquerda anti-social-democrata (basta olhar para a História para perceber que para os leninistas, os partidos social-democratas só servem para ser engolidos ao bom estilo da tática da alcachofra) não ter ganho um chavo de um voto com o declínio da rosa, há uma coisa que você insiste em não perceber.

Nunca irá obter uma maioria com propostas populistas, pela simples razão de que a Esquerda é uma coligação de interesses, muitos dos quais detestam (eu incluído) essa ligação direta que os populistas (de Esquerda ou de Direita) insistem em querer instituir entre o povo e aqueles que o governam.

Estamos muito bem com as boas instituições liberais, obrigado, porque sabemos o que aconteceu quando elas falharam (o caso egrégio mais recente é a Venezuela). Se isso é a Liberdade, então por favor, tragam-me as grilhetas de Bruxelas...

A.R.A disse...

Jaime Santos

O seu comentário das 00:05 merece uma nota de rodapé pois se em Davos viu um desfile de "libertários" a la carte (era só escolher o que mais o seduzia) e o único pensamento que o assiste é a Venezuela penso que está tudo dito quanto ao seu mui sui generis modo de entender o conceito de liberdade.

Mais, quando a Oxfam apresenta um estudo ( www.oxfam.org ) onde demonstra que no ano transacto, à conta das suas "instituições liberais", 1% da população mundial ganhou 82% da riqueza gerada no planeta, dá sem duvida alguma para perceber em que coligação de interesses se encontra o Jaime ou não estivesse o Jaime a falar em nome de uma "suposta" coligação para concluir o seu escrito com um esclarecedor «Estamos muito bem com as instituições liberais, obrigado (...)».
Aliás, fale lá com os seus confrades (ou lá o que é) que estando o Jaime e quejandos tão atentos às "tácticas da alcachofra" facilmente depreenderam que mesmo os restantes 18% da riqueza gerada, as migalhas dos vossos libertários, é ainda assim mal distribuída pelos outros .... 99% (parto do principio que além de Historia também saberá de Matemática!)

Portanto, se mesmo perante as crises cíclicas fomentadas pelas suas gradas "instituições liberais" a única coisa que lhe assiste é relembrar o caso flagrante da falência da Venezuela (faltou-lhe mencionar a Coreia do Norte) temo que o enviesado pensamento que tem do mundo que o rodeia demonstra um Jaime demasiado pueril politicamente falando e um estranho fascínio pelo autoflagelo socio-economico em nome de um neoliberalismo cada vez mais voraz.

Assim sendo ... penso que está tudo dito!

Perdão pela interrupção por esta minha pequena nota de rodapé. Queira, por favor, continuar a explanar o seu raciocínio Jaime Santos.

Anónimo disse...

"As grilhetas de Bruxelas" pede encarecidamente Jaime Santos. Investe mais uma vez desta forma desonesta contra a Venezuela. E cita entusiasticamente as instituições liberais.

Aqui começa logo por revelar um pouco da sua desonestidade, quando qualifica como " boas" instituições liberais".

As "boas" têm destas coisas. Andam a compasso mandado de quem assim as classifica e merece ser interrogado o motivo pelo qual ele reivindica este qualificativo só para os seus amigalhaços.

Porque estamos fartos desta demagogia barata. Do ventre dos liberais saiu o fascismo no Chile, sob a batuta de Pinochet e de Friedman. Do ventre dos liberais saíram estes crápulas do Reagan e de Thatcher. Nestes repousarão as "boas instituições" liberais? Há exemplos bons a serem utilizados num dos lados e no outro apenas exemplos maus?

Anónimo disse...

Não vale a pena falar nos disparates formais de frases sem sentido como esta " Isto é óbvio, mas não deixa de ser verdadeiro".

Parece que o que é óbvio deixa de ser verdadeiro, sabe-se lá por que processos. Talvez o tentar emparceirar (mais uma vez de forma desonesta) João Rodrigues ao lado dum trafulha como Vital Moreira, faça esquecer o rigor das frases, tal a pressa na demagogia barata (ia dizer o insulto gratuito)

O que vale a pena falar é deste esforço gritante de Jaime Santos para esconder a traição da social-democracia, traição esta agora oculta sob um "consenso europeu" que mostra até que ponto está reduzido o leque ideológico de quem assume tal consenso.

O que vale a pena falar é desta miséria de quem esconde a pulhice dos que se bandearam para o neoliberalismo com armas e bagagens, dando cobertura a políticas austeritárias criminosas e a um mundo cada vez mais desigual. E que se utilizem outros, quem quer que sejam estes outros argumentando que tal resulta do facto de estarem a ser "comidos" ao bom estilo das alcachofras ( que exemplos idiotas, mas enfim)

O não ter tomates para se assumir o que se é, é uma prova da miserabilidade intelectual e ética de quem assim procede. Isto não se reduz a JS porque não interessa particularizar quem quer que seja, mas atravessa os partidos que soçobraram por exemplo sob Blair ou os que andaram a cravar pregos no caixão do PS francês dando apoio a Macron, expoente neoliberal a marchar de braço dado ao lado dos grandes patrões e a abrir caminho à extrema-direita.

Anónimo disse...

E depois a forma como JS vende os seus ideais à custa dos votos.

Diz JS:

"não ter ganho um chavo de um voto com o declínio da rosa".

Quando ensinam ( se ele não o apreeendeu ainda) que os princípios não se mercadejam em praça pública, com estas contas de merceeiro que um ex-chanceler alemão utilizava para esconder as suas negociatas pouco limpas?

Mas ainda por cima tudo isto é falso. Veja-se o exemplo do voto grego que se fosse cumprido demonstraria que o voto tinha passado para o "outro lado". A traição ( mais uma vez) dos sociais-democratas do Syriza teve os resultados que teve.

E o Brexit, que por mais que isto perturbe e tenha sido pretexto para algumas birras históricas de JS, teve ao seu lado tantos votos de esquerda?

Anónimo disse...

Regozigemo-nos com as vitórias alemãs!!!

http://www.bbc.com/news/world-europe-42959155

S.T.