sábado, 9 de julho de 2016

Um jornal para reparar


Vai haver sanções? Não vai haver sanções? Se não forem aplicadas agora, sê-lo-ão mais tarde? Se forem aplicadas agora, serão simbólicas ou efectivas? Serão imediatas ou com pena suspensa? Portugal fez o suficiente para as evitar? Só as pode evitar com mais medidas de austeridade? Quais as consequências para o investimento externo? E para o défice? E para a dívida? Vem aí um novo resgate? Vai o país voltar a ser governado do exterior, pela Troika?

É este o ambiente de terror que está criado, com a ajuda de actores externos e internos, com toda a telenovela sancionista-punitiva de uma União Europeia que mostra nada ter aprendido com a crescente desafectação que gera nos povos europeus – e de que o Brexit é apenas o mais recente exemplo (ler o editorial de Serge Halimi). Um ambiente que actua sobre as realidades económicas e financeiras, procurando moldar comportamentos e prejudicar as políticas de devolução de rendimentos, condições de trabalho e serviços públicos.

O resto do artigo deste mês de Sandra Monteiro – "Sanções ou Reparações?" – pode ser lido no sítio do Le Monde diplomatique - edição portuguesa. O índice dos artigos do número de Julho também está aí disponível. E aqui fica o sumário para abrir o apetite:

"Com a actualidade marcada pela ameaça de sanções a Portugal (Sandra Monteiro) e pelas consequências do Brexit (Serge Halimi), propomos uma viagem pela autodestruição da União Europeia: o instituto do referendo na UE e em Portugal (António Filipe), a contribuição neoliberal dos governos britânicos para a UE que hoje existe (Bernard Cassen), as privatizações a preço de saldo na Grécia (Niels Kadritzke), os mais recentes ataques ao trabalho em Itália (Andrea Fumagalli) e em França (Remi Lefebvre) e o papel da comunicação social nisto tudo (Serge Halimi e Pierre Rimbert). No rescaldo de mais um atentado em Istambul, que levou o presidente turco a apelar a uma acção concertada contra o terrorismo, trazemos dois artigos sobre a Turquia, centrados na sua guerra interna contra os curdos e no crescente autoritarismo de Erdogan."

Destaque ainda, no internacional, para a aflição dos militantes chavistas numa Venezuela a braços com a escassez alimentar. Propomos ainda uma reflexão sobre o que dizemos quando dizemos "centros" e "periferias" nos debates da habitação e urbanismo em Portugal (Rita Ávila Cachado), sobre a reabilitação urbana no Porto (Fernando Matos Rodrigues), uma reportagem sobre a situação da cultura e dos agentes culturais em Coimbra (Ana Morais e João Miranda) e descobrimos arte em Tavira neste período de Verão (Adriana Delgado Martins dialoga com uma foto de Valter Vinagre). Por fim, recordamos sempre essa voz da fraternidade que foi Eduardo Galeano: "É importante manter, ao mesmo tempo, a capacidade de celebrar a realidade e a coragem de a denunciar". Boas leituras!”

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