segunda-feira, 11 de julho de 2016

É basicamente isto

Esta vitória foi importante para Portugal? Foi totalmente indiferente para o nosso futuro colectivo. Assim sendo, faz sentido este ter sido, como Nação, um dos dias mais felizes dos últimos anos? Faz todo o sentido. Se a felicidade fosse pragmática era bem infeliz, a coitada. Não há felicidade, a de cada um de nós e a de nós juntos, sem prazeres imediatos. Todas as Nações precisam destes momentos de reencontro. Não porque isto mude o que elas são ou contribua para serem melhores. Apenas porque é neles que descobrem que as une uma identidade, mesmo que imaginária, e um conjunto de afectos, mesmo que aparentes. Ao que esta descoberta mobiliza chamamos patriotismo. É estúpido cantar emocionado o hino nacional, no início de cada jogo, e depois negar a importância dessa emoção na política. Quando deixarmos de sentir vergonha em falar da nossa “Pátria amada”, porque ainda a associamos ao pior da nossa história, talvez consigamos mobilizá-la para o melhor que ainda podemos fazer: um lugar onde as pessoas vivam com dignidade, liberdade e, seja qual for a sua origem, cidadania plena. O patriotismo é um valor que se pode encher com muitos outros, bons ou maus. Mas o sentimento de pertença que convoca, aquele que nos enche de felicidade por estes dias, nem pode ser ignorado nem deve ser desperdiçado.

Daniel Oliveira, Nossa Pátria amada

8 comentários:

Jose disse...

Donde se prova que ser de esquerda não implica ser esquerdalho, mas...
Gostava de saber o que tem a dizer da paçavra de ordem da selecção: Just do it!

Anónimo disse...

Quanto é que pagam aos patriotas que dão uns pontapés na bola e atiram-se para o chão? Parece que são milhões…

É sempre salutar a esquerda reafirmar as suas convicções capitalistas!

Jaime Santos disse...

Durante o Fascismo era comum dizer-se que a oposição democrática não era patriota. O recurso ao patriotismo na política é um jogo muito perigoso. O Dr. Johnson dizia que o patriotismo era o último recurso de um patife e Ambrose Bierce discordava, dizendo que era o primeiro. O futebol é uma má metáfora, porque é difícil discordarmos do mérito e do sacrifício de uma equipa desportiva e porque a luta desportiva não é mais do que um simulacro que exorciza outras rivalidades bem mais perigosas. Convinha não perdermos o Norte e olharmos para o conflito existente na UE como aquilo que realmente é, um conflito entre Direita e Esquerda e não entre Portugal e a Europa. Porque quem discordar de 'Portugal' arrisca-se bem a ser classificado como traidor e a ser prontamente defenestrado...

Jose disse...

O Jaime Santos por um momento fez-me sentir à janela.
Mas se bem entendo, sendo a luta Direita/Esquerda a defenestração não é instrumento a usar.
Fica-se a Esquerda sem Vasconcelos a quem açular as massas. Séria limitação.

Aleixo disse...

Em DEMOCRACIA (!),

se a maioria do POVO fôr patriota, porque raio, os não patriotas terão direito a impôr a sua opinião?!

Nos "poderes instalados" - CÁ OU LÁ ! -

a discussão da "coisa", é só para entreter o pagode, enquanto se vai mantendo e defendendo,

a PRERROGATIVA da DECISÃO.


EM DEMOCRACIA, QUEM DECIDE?
AFINAL... QUEM MANDA?

SIM!

É O COMBATE DESTA GERAÇÃO.

Anónimo disse...

Alguém aí em cima lacrimeja por Vasconcelos. O Miguel de Vasconcelos.

Compreende-se porquê. Por várias vezes esse alguém foi identificado com tal figura.Por várias vezes secretamente o justificou.

Um, esse Vasconcelos, que também gostava e amava os credores. No tempo da outra senhora também gritaria provavelmente por "Angola é Nossa", tal como o egrégio progenitor de quem assim se justifica.Agora também açularia a UE, o Capital e o querido Shauble contra os portugueses e contra Portugal.

Sobra também um cheirinho de pieguice em relação ao Vasconcelos. Compreende-se porquê. Mais outro a enfileirar na agenda dos coitadinhos do dito açulador de agiotas

Anónimo disse...

Aproveito este post do João Rodrigues, em que o assunto é a defesa dos interesses da pátria, para saudar a excelente intervenção acabada de fazer pelo Ricardo Paes Mamede na RTP 3 em que desmontou, ponto por ponto a Helena vendida Garrido mais, as sugestões mal enjorcadas da jornalista, em ambas que teriam percebido ou deduzido daquilo que ouviram de herr Schauble e Dijsselbloem, querendo adivinhar para lá das palavras, perdidas na tradução. Uma assertividade de RPM sem margem para a manobra do costume.

Anónimo disse...

"Esquerdalho" é a salivação apressada. "Esquerda", no caso em concreto, é o termo politicamente correcto que assiste o trabalho de uns tantos.

O primeiro é o reflexo pavloviano. O segundo o esconderijo pelo receio de ser confrontado com a acusação certeira de reles-vende pátrias.

No fundo, no fundo é apenas o respeito pelo "Just do it" a que obedece o tipo das 23 e 07.
Embora ele prefira e expressão como a recebeu, em primeira-mão, e obviamente em alemão:
"Mach es einfach"