quarta-feira, 27 de julho de 2016

Sensatez


«As sanções não iriam corrigir o passado e seriam contraproducentes, num momento em que as pessoas têm dúvidas sobre a Europa» (Pierre Moscovici)

Adenda 1: Qual é a parte do «corrigir o passado» que Helena Pereira (no Expresso) parece não ter entendido, quando considera que «PSD e CDS veem a sua governação (de 2015) reconfortada» (como bem assinala a Shyznogud)?

Adenda 2: Uma explanação mais desenvolvida dos argumentos de Moscovici: «Por que é que não poderíamos sancionar Espanha e Portugal».

3 comentários:

Dias disse...

"Mesmo entre a oposição, o receio da sanção era grande...": Falso.

"PSD e CDS vêem a sua governação de 2015 reconfortada"... : Mais manipulação!

A Maria Luís dizia que se houvesse sanções a culpa era do governo PS. Mas como não houve, é o PSD e CDS que saem reconfortados... Hilariante!
(Enfim, não há mesmo pachorra para esta imprensa. Felizmente que há blogues e sites alternativos)

Jaime Santos disse...

'Os dois países são pilares políticos da zona Euro'. Trata-se pois de fazer uso desse peso político (porque no caso de Portugal o peso económico é pequeno) para continuar a reclamar por flexibilidade na aplicação das regras ou mesmo mudanças nas ditas, como refere Moscovici. E fazê-lo sabendo que dispomos de aliados quer dentro do colégio de comissários quer noutras capitais europeias. Agora, convinha não esquecer que não vale a pena alienar outros parceiros como a Alemanha, que podem ter uma perspetiva oposta a Portugal nesta matéria, mas têm uma visão idêntica noutras matérias, que a prazo são bem mais importantes para esses países, como seja a questão dos refugiados... A arte da diplomacia também consiste em permitir que o parceiro recue sem que perca a face...

Anónimo disse...

"O parceiro recue sem que perca a face" é uma boa medida da pusilanimidade como se tratam estas questões.

Abandonaram-se já as questões de princípios e as questões de justiça. Opta-se pela salvaguarda da"face perdida" ignorando a perda de tantos e tantos pelas políticas seguidas por quem agora se quer salvar a face.

Uma prova a toda a prova da forma como alguns se entretêm em joguinhos e em guerras de alecrim e manjerona, esquecendo que a verdadeira guerra se trava de facto entre quem é explorado e quem vive à custa da exploração.E que quem está a vencer são os tais 1%

Porque a quem se pede para salvar a face é por exemplo a Schäuble que questionado sobre se estava preocupado com a situação do Deutsche Bank, disse que estava mais preocupado com Portugal. Uma verdadeira face a poupar a deste alemão , acusado há uns bons anos de corrupção

Ou esquecer o papel de terrorista com que o directório tratou a Grécia, assumindo proporções criminosas a posição da Alemanha

Quanto à questão dos refugiados, uma péssima ideia essa de a chamar agora à discussão. O acordo da UE com a Turquia constituiu mais uma prova da falência total dos princípios humanitários deste espaço europeu. Só não viu quem não quis.

Agora esperemos pelo que a Turquia vai fazer. E não vale a pena vir invocar a "primavera árabe" naquele país