terça-feira, 26 de julho de 2016

Triste, é muito triste

É triste ver em jovens dirigentes de partidos antigos a mesma táctica de fuga para a frente, de repetir as mesmas críticas que nunca conseguiram fazer a si próprios. Telejornal de ontem, Assunção Cristas à saída de Belém: "Não vemos sinais claros,  no actual Orçamento (...), claramente incapaz de relançar a economia, claramente incapaz de criar emprego. Não há emprego a ser criado de forma sustentável". A Radio Renascença colocou mais ideias: "O desemprego infelizmente também não decresceu de forma significativa”, declarou Assunção Cristas. “Isso preocupa-nos porque estas políticas, com esta solução das esquerdas unidas, não nos parece que estejam a fazer nada de bem à economia, à vida dos portugueses, numa perspectiva de médio-longo prazo. O grande problema do país é o emprego. Só há mais emprego com investimento e nós não vemos investimento”, sublinhou a líder do CDS. 

Acordou tarde para o problema e sobretudo quando está na oposição. Com a ajuda dos valores compilados pelo Nuno Serra e chamando a atenção para o facto de se estar a justar estimativas (INE) com dados administrativos (desempregados ocupados). Mas não pude resistir, depois de ter visto as declaraões citadas pela Rádio Renascença.


O que me aflige - mas não estranha - é o despudor total.

Há mais de seis anos atrás, Paulo Portas dizia o mesmo do Governo Sócrates, sem que nos anos seguintes fosse capaz de olhar com rigor, seriedade e honestidade para o que o CDS fez ao país - e de que ainda é responsável. Os videos não são pré-históricos, mas têm a estranha e reveladora patine da falta de pudor. Diria mesmo agora: da capacidade de mentir sem corar.  

8/3/2010
"Um endividamento de 47% do PIB, sufocante para a economia"...


16/03/2010
0'50': "É um programa de estabilidade e crescimento. Tem a ver com a nossa economia.  Não tem  uma única visão económica do futuro de Portugal"... 

1'15': "Um programa que não tenha uma visão da economia e sobre como é que a vamos pôr a crescer, é um plano que é doloroso para a sociedade, mas não é redentor para o país"...


Há cinco anos, Paulo Portas e Assunção Cristas (foto no dia das eleições, em Maio de 2011), prometia dar a volta ao país. E não conseguiu.

O CDS deixou o Governo em 2015 com uma emigração permanente histórica, um desemprego de mais de um milhão de portugueses, uma economia que continua atada e estagnada, uma economia asfixiada sem capacidade de crescer, com um endividamento público e privado que é várias vezes aquilo que o CDS achava em 2010 ser asfixiante.

Conselho prático: antes de falar para as televisões, pede-se um segundo de silêncio e honestidade aos jovens dirigentes. Acção!

24 comentários:

Dias disse...

É mesmo isso! A mensagem deles não colhe, nem vai longe, as pessoas não estão a ir nessa conversa do “no actual Orçamento (...), claramente incapaz de relançar a economia, claramente incapaz de criar emprego”.
A PàF sempre defendeu interesses que não os da maioria. As sondagens recentes dizem alguma coisa.

Jose disse...

É triste, muito triste, que sempre a acção do anterior governo seja descrita como se não subordinada a um programa de resgate herdado da governação socialista.
É triste, muito triste, que se ignore que nas eleições de 2009 o artista nº1 condicionava o debate com suas promessas, suas desorçamentações e seus ardis.
É triste, muito triste, que se ignore que o artista nº2, quando montou a geringonça sabia de sobra que os seus parceiros têm nada a ver com economia de mercado e que na concorrência ao investimento ninguém é atraído por política que o mais que prometem é 'algum tempo antes que te f...'.
É triste, muito triste...mas tão esquerda que até enjoa!

Jaime Santos disse...

O papel da Oposição é dizer mal do Governo, fazendo claro tábua rasa das suas posições quando se encontrava no Poder. Nada de novo nisso. O problema do PSD e do CDS é que as pessoas sentem que as coisas estão a melhorar, pelo que, depois de quatro anos de penúria (Passos e Portas já abriram os cordões à bolsa em 2015, mas não chegou para conquistar a almejada maioria absoluta), o que vão dizer? Que fariam tudo exatamente ao contrário deste Governo e repetiriam as ações do Passado? Ser-se Oposição nesta conjuntura é penoso, até porque a sua única mensagem não é de esperança no futuro, que poderão fazer melhor, mas que vem aí o Diabo, e que só eles poderão proteger os Portugueses (aonde é que eu já ouvi isto noutras longitudes?). Mas a valorização que os Portugueses dão a essas pequenas melhorias deveria igualmente servir de aviso a quem deseja esticar a corda, porque os eleitores certamente não deixarão de penalizar quem se atreva a quebrá-la, como se viu em 2011, aliás...

Anónimo disse...

É triste, mas não surpreendente

:)

Jose disse...

Triste, muito triste...mas sem qualquer novidade o choradinho da esquerda, sempre inocente, sempre pelas melhores razões, sempre à espera que os impostos que a direita inventa para lhe pagar as contas, lhe traga o poder de volta.
Mais o que fica por ser dito...

Anónimo disse...

O facto de um partido ser eventualmente oponente do partido que governa, e´ natural em democracia e, se for bem-educado, devera´ regozijar-se com a boa governação do país. Ou caso contrário, reprovar essa governação e o partido que a faculta, mas sempre com verdade ao povo eleitor ou não eleitor.
Por ser oponente não e´ obrigado a dizer mal só por que e´ oponente. Vivência democrática requer práticas saudáveis de condutas sociais, políticas e económicas.
A democracia não tem nada a ver com as desigualdades bem patentes neste país.
A “Luta de Classes” e´ só por si, o seu desenlace, e não serve para substituir esta forma de opressão por outra forma de opressão. Na ”Luta de Classes” o objectivo final e´ a “supressão de todas as classes”.
De Adelino Silva

XIXA MANICÓFIO disse...

Simplesmente PPP - patética pacóvia e pantomoneira

Anónimo disse...

Triste muito triste um artista que aí em cima chora triste muito triste em defesa da honra perdida duma pantomineira como alguém lhe chama com propriedade.

A mediocridade desta direita, bem exposta aí em cima pelo JRA, vai de par com a patética defesa destas coisas que variam entre o repugnante e o serviçal

De onde caninamente ainda se continua a salivar pelo ataque hediondo ao povo português levado a cabo pela quadrilha neoliberal.

Anónimo disse...

Esta é uma triste e é triste como Maastricht como outros tristes treteiros que por aqui se arrastam a defender o saque pelos donos dos barrosos deste mundo.

Anónimo disse...

Triste muito triste é esta inquietação real e apressada dum artista por outra artista, curiosamente uma artista cujos contornos legislativos na legislatura anterior merecem avaliação, já que há suspeitas claras de negócios sujos na famigerada lei das rendas. De resto um dos motivos pelos quais um artista se remexe inquieto em defesa desta artista, hipócrita e sem pudor nenhum.


Anónimo disse...

Os Trabalhadores são cada vez mais pobres.De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), este número aumentou de forma significativa durante o período em que troika esteve em Portugal.

Portugal é, aliás, um dos países onde a distribuição de rendimentos é mais desigual. Prova disto é o facto de um grande número de pessoas, que trabalham, continuarem a ser pobres ou até mesmo muito pobres.

Estes dados revestem-se de especial importância numa altura em que a organização não-governamental Oxfam revela que a riqueza de 1% da população de todo o mundo supera os restantes 99%, em 2015.

Para que fique claro este agravamento de todas as desigualdades, a Oxfam mostra que “62 pessoas possuem tanto capital como a metade mais pobre da população mundial”.

Se recuarmos no tempo, percebemos que este aumento das desigualdades é galopante. Há cinco anos, a riqueza equiparada a esta metade era de 388 pessoas, mais 326 do que agora.

Agora adivinhe-se quem era o artista que elogiava tal concentração de riqueza. Exactamente, o artista que vem em defesa da artista cabotina e sem ponta de vergonha

Unknown disse...

Esta linguagem politiqueira,então quando assumida por economista mete nojo. Onde estarão so milhares de encapotados, que no tempo do Paf, aqui mesmo aziam subir os desocupados não contabilizados, para cima do milhão . que apropaganda mentirosa da Paf não deixava ver. A esquerdalhada evaporou-os ? ou a falta de vergonha na cara não os deixa enxergar. Mais dignidade ajudava a termos um país, onde se governa bem , como aqueles que nos permitem gastar mais do que produzimos há anos.
Governo "cria" empregos ? cria tachos que nos custam os olhos da cara.

Anónimo disse...


Paira no ar uma crescente desconfiança pública, primeiro sobre os “deputados da nação” e logo a seguir nos comentadores “televisivos” especializados a´ direita, e de tal forma, que se tornou (tornaram) uma ameaça a´ democracia.
Quotidianamente vão debitando os seus azedumes como se celebrassem a Ignorância e a demagogia.
Nos dias que correm e que ate´ podem ser os últimos dias do resto das nossas vidas, do que precisamos e´ de mais Honestidade, mais Humildade e mais Verdade.
Aqueles que perderam o rumo em outubro passado, que navegavam sem agulha de marear, perderam as estribeiras de vez. Sem vergonha. Ainda recebem chorudas alvissaras. De Adelino Silva

Jose disse...

Por mar e a cavalo vê Adelino a democracia a ser atacada!
E logo agora que os reformados e os funcionários públicos recuperaram o seu estatuto de Filhos Queridos da Nação!

Anónimo disse...

O fel que acompanha o discurso do das 13 e 18 (sobre os reformados e sobre os funcionarios públicos) faz lembrar o ódio desbragado, piolhoso, acintoso e racista que outrora tinham pelos negros, judeus e mulheres. Coisas abaixo do limiar da dignidade.

Confere.
Os "queridos da nação" no tempo da outra senhora permaneceram desta forma superlativa.

Mantêm-se os trejeitos. Mas falai mal do Barroso e logo salta eléctrico, perturbado, indignado, esbaforido e esparvoado. Há os mais iguais do que os demais. E este darwinismo social é simplesmente desprezível e abjecto

Anónimo disse...

José, nesta altura do campeonato (Reformado) trisavô, só tenho e´ que lamentar a situação politica, social e económica em que Portugal e os Portugueses vivem ou sobrevivem.
Não surpreendido, ate´ por que já passei por ambiguidades mais graves, tenho a certeza de que a maioria dos “sapatras” viraram Vilões. Assim, só ficarei satisfeito quando em Portugal surgir um governo digno que repudie os Tratados - Orçamental, de Lisboa, de Maastricht e de Bolonha e, rompa de vez com a UE, recupere a soberania monetária e liberte o país da opressão do capital financeiro. Pode ser que tenha essa sorte! O que acha? De Adelino Silva

Unknown disse...

Infelizmente os partidos ditos de direita «acho que já se devia ter acabado com as esquerdas as direitas o bloco central etc»,portanto CDS/PSD não conseguem entender que não basta ganhar é preciso maioria, e esta foi conseguida portanto é esta que governa,depois logo se vê.Quanto ao Paulo Portas e outros que tais,antes e depois de terem lá estado,criticam,criticam,mas sabemos que nada fizeram a não ser preocuparem-se em arranjar tachos para quando deixam o poleiro.

Miguel Alexandre disse...

Emigra porque já enojas

Jose disse...

Adelino, acho que esse seu saudosismo de um Portugal senhor de si mesmo é pouco saudável.
Pouco saudável porque a ideologia que defende criou as condições para que tal se perdesse de tal forma que me parece irrecuperável.
Apêndice europeu, esmoler e treteiro, é o destino de Portugal para o seu tempo de vida e muito provavelmente para o meu que nem netos tenho.
Viva feliz com seus descendentes, sua reforma e algumas boas memórias de um Portugal que estou certo procurou servir lealmente.

Anónimo disse...

Parafraseando aqui neste mesmo sitius cumentárius, um comentário a esta notícia postada no Blogge; É triste muito triste!.. Sim...,é triste que esse mesmo blogguer/comentador, não se lembre porque razão se Obrigou Sócrates a enviar a Troika alegremente até ao nosso País. Foi com a queda "programada" do famoso PEC-4, e com os avisos devidamente IGNORADOS por todos,quanto às suas consequências que provocaram um verdadeiro"political TURMOIL".Era preciso mudar o "paradigma de governo e da política" era preciso EMPOBRECER pra crescer. OKAY.., a malta empobreceu MESMO. Pergunta; Valeu de alguma coisa?-Diminuiu o défice?-A dívida?-O desemprego?-Equilibrou-se o sistema Bancário?-Parou a sangria de Centenas de Milhares de jovens,e menos jovens, para a emigração?-Valeu a pena subir IVA a pontos de pequenas e médias empresas,que já se encontravam em dificuldades mas que ainda assim GARANTIAM Centenas de Milhares de trabalhadores,fecharem as portas deixando perto de 2 Milhões de pessoas no desemprego??!...Chegados aqui?,será que continuaremos de futuro a olhar para os partidos políticos e suas "figuras" como se de um vulgar jogo de futebol Benfica/Porto se tratasse?- A Nossa Pátria não merece melhores Actores políticos,com muito mais qualidade,sentido de Estado, autênticos Estadistas à boa e velha moda antiga,para nos defender por esse Mundo fora,com a Europa lá dentro incluído??!- Certamente que merecemos, abramos os olhos olhemos, não para o "nosso" Clube,mas para a Nossa Pátria,para o futuro dos nossos filhos dos nossos netos.Saibamos todos reflectir, para que no futuro pensemos pela nossa cabêça, e não pela cabêça de "quem faz opinião" baseado na premissa da "desinformação/manipulação" de notícias.Saibamos QUESTIONAR SEMPRE, mas não só "alguns", TODOS de TODOS os Quadrantes políticos,a Nossa Pátria merece seguramente que olhemos e a defendamos, de "sentidos únicos e de ditaduras".Não deixemos só para os políticos essa Nobre tarefa,chamemos a nós responsabilidades e sim, exijamos também RESPONSABILIDADES a quem nos governa, seja que partido for. Democracia SEMPRE,está nas nossas mãos DEFENDE-LA!ViVa Portugal e o seu Nobre Povo!!...

Anónimo disse...

"esse seu saudosismo de um Portugal senhor de si mesmo é pouco saudável".

Saudável sim é defender o fim da nossa soberania e a servidão aos interesses estrangeiros. E a submissão aos agiotas e aos credores

Assinado: Jose ou Miguel de Vasconcelos, um fiel criado de sua exª, o Capital

Anónimo disse...

"Pouco saudável porque a ideologia que defende criou as condições para que tal se perdesse de tal forma que me parece irrecuperável".

Não se sabe muito bem o que tem a ideologia a ver com as condições criadas para o saudosismo ou a sua perda...

Já para a perda da sobrerania nacional... A ideologia é extremamente importante. Por exemplo no tempo do fascismo andavam por aí a pregar patrioteirismos néscios e abjectos, enquanto se mandava ir morrer e matar para as colónias. Todavia a obediência era mesmo ao grande Capital. Viviamos no capitalismo monopolista de estado. Agora vivemos na mesma em função dos interesses do mesmo capital, mudando apenas a sede deste e as suas formas de vampiragem tenebrosa

Anónimo disse...

"Apêncice europeu, esmoler e treteiro é o destino de Portugal".

Eis um Fado. Um destino. Uma inevitabilidade.

Sempre impressiona a forma como quem se submete e se torna submisso, tenta convender os demais a adquirir os mesmos hábitos cobardes e pouco dignos que assume.

A menos que também aqui passe o desejo de levar os demais à rendição para manter o status quo e o saque .

Como outrora diziam os negreiros: "escravos sempre os houve e haverá. É o destino!"
Ou alguns religiosos enfeudados: "pobres sempre os houve e haverá. É o destino"

O convite é este: o destino de Portugal? É servir de pasto a esta cambada. E sossegados e obedientes como convém, sem levantar ondas nem contestar os Barrosso que não podem nem ser praças nem carpinteiros.
Porque há sempre os mais iguais do que os outros. E isso é para manter como manda a tradição e como defende precisamente o artista fadista

Anónimo disse...

Um reparo:

"Portugal que estou certo procurou servir lealmente."

A questão não é "servir lealmente" Portugal. A questão vai muito mais longe do que estas palavras, com sabor a hipocrisia falsamente patriótica.

A questão passa pelo respeito aos demais, pelo respeito aos que são diferentes, pelo compromnisso com os valores humanos e com a dignidade individual e das comunidades.

A questão passa assim pelo repúdio dos crimes de ódio contra minorias, religiões, grupos étnicos, rácicos, sexuais. E pelo abandonar de ameaças reles e de comportamentos em prol dos vampiros.

Enfim pelo assumir e pelo respeito da condição humana. Todos iguais, todos diferentes.