quinta-feira, 31 de maio de 2012

Hierarquias

1. Quando as coisas apertam, os especuladores buscam refúgio nos Estados soberanos que estão no topo da hierarquia da economia politica internacional, fazendo cair as taxas de juro da sua dívida pública, tornando o seu financiamento ainda mais fácil e barato e revelando-nos a inanidade da narrativa sobre mundos planos. Dos EUA ao Estado hegemónico do Euro – a Alemanha – este padrão é claro em épocas de crise e, de resto, acabará com uma moeda incapaz de suster as fracturas abertas pelo desenvolvimento desigual promovido pelos mercados financeiros. É por estas e por outras que análises sobre dívida pública e sua (in)sustentabilidade que não tomem em consideração a soberania e poder dos Estados não nos levam muito longe.

2. Todas as semanas, às vezes mais do que uma vez por semana, a Comissão Europeia alerta os mais distraídos para a real natureza do euro e dos ajustamentos regressivos que estruturalmente impõe: cortar salários à boleia do desemprego de massas, cortar salários à boleia da redução sem fim de direitos laborais, tornar o trabalho tão barato quanto possível, graças a transacções cada vez mais desesperadas, destruir os Estados sociais que se construíram à escala nacional. Já ninguém pode dizer que não sabe.

1 comentário:

Aleixo disse...

Complexos?!...

Qual é o problema da soberania?! Lá na "terra" (...no clube,na colectividade,na freguesia,no núcleo...no PAÍS!) eu não prescindo... do exercício da soberania!

Consensualizar, no todo, terá de ser...a SEGUNDA prioridade!
Esta mania de ter que ser europeu (!)- como 1ª prioridade - além de não ser coerente com o exercício de uma DEMOCRACIA de base,
escancara as portas ...á direita!

Se não há homogeneidade no "conjunto"...

Se o euro AMPUTA a NOSSA democracia...

Aleixo