quinta-feira, 9 de junho de 2011

Uma boa dose de realismo

A engenharia neoliberal da troika ainda não deu o salto do papel, onde todos os idealismos de mercado funcionam, para a impura realidade, onde tudo se torna perverso, e já um dos engenheiros, o FMI, avisa que a coisa pode não funcionar. A coisa não vai funcionar. Numa notável participação no Prós e Contras da passada segunda-feira, para a qual o Nuno Teles me chamou ontem a atenção, Carlos Carvalhas explicou muito bem porquê e apontou alternativas perante três economistas da troika interna (aos minutos 30 e 47, na primeira parte, e 39, na segunda, por exemplo). No mesmo programa, não deixem de escutar António Arnaut em defesa do SNS (minuto 50 da primeira parte). João Cravinho, outra voz que vale a pena ouvir sobre economia, disse esta semana, na SIC-N, que Portugal irá ver-se grego. É bom saber que no meio deste desastre, no meio de apelos inanes à unidade nacional por parte de uma brigada senatorial com demasiado tempo de antena, há quem mantenha o realismo, a lucidez e a coragem de recusar as falsas evidências da sabedoria convencional.

9 comentários:

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

Carvalhas no seu melhor fez uns fogachos mas não s'alavancou em soluções sérias

um marxista dificilmente pode propor soluções num estado capitalista

para um crente a solução é a destruição do sistema capitalista

e não reformá-lo

logo o seu realismo é um pouco irrealista

saudações ahqueles economistas de raiz marxista que s'ancoraram na presidência da câmara de Montemor o Novo

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

esse ao menos em economia política era muy mais realista que o Carvalhas

ou menos crente?

Octávios Patos há muitos meu........

LAM disse...

Desculpem o off topic.

Gostava de ler a opinião sobre isto de alguém especialista de finanças, o que não é de todo o meu caso:

3ª feira à noite assisti à parte final duma entrevista na RTP N ao presidente da PT, Henrique Granadeiro na que, a determinada altura, este diz que a baixa da TSU até poderia ser uma coisa má para as empresas, referindo-se concretamente ao caso da PT:

mais ou menos isto: " com uma baixa da TSU de 4% a PT poupará cerca de 24 milhões de euros, mas se, como medida de compensação, for subido o IVA, principalmente o escalão máximo em 1% (de 23 para 24%), então a perda da PT será de 54 milhões de euros." (vai-te ganho que me dás perda), e rematava dizendo não compreender o que se pretende nem a que servirá essa descida na TSU se, como tudo indica, tiver de haver compensações noutros items.

E agora para algo con pateta mente diferencial disse...

resumindo é um ponto de vista um pouco paranóide

Anónimo disse...

É para mim evidente que a esquerda parece bem mais preocupada em esclarecer o contexto deste empréstimo do que a direita.
Será isto revelador de algum "descuido" intelectual?

Anónimo disse...

Arkanjas-Roskoff, tens toda a razão. É um realismo irrealista. Mas aquilo de que gostei foi o post dos ladrões em que apresentam a Suiça e os EUA como exemplo de países avaçados que não necessitam de reformas. Só os pobres as fazem. Concordo. Se não precisam de reformas, por maioria de razão não precisam de uma revolução. Concordo.


Jorge Rocha

O rural disse...

Cravinho? O inventor das SCUTS?
O inventor do Metro submarino Terreiro do Paço Sta Apolónia?

Que aflição!!!! Tantos biliões!!!!

CCz disse...

Por favor,
.
Quem invoca as teses de Cravinho para defender alguma coisa só se enterra.
.
Cravinho é o exemplo auto-evidente da geração ignorante e incapaz de pensar no futuro a médio prazo que nos trouxe a esta situação

Anónimo disse...

Estou farto de ouvir falar (como dizia o Nogueira Leite) que temos muitas auto-estradas... fui aqui ao WDI e aqui estao os raacios:

Road density (km of road per 100 sq. km of land area)


Euro area - 140
High income nonOECD - 17
High income OECD - 43
Middle income - 25
Portugal - 90
Spain - 132
Italy - 162

Joao Farinha